Casan deixará de prestar serviços a Imbituba?

Funcionários da agência da Casan em Imbituba estão preocupados com a possibilidade de não haver renovação do contrato entre o município e a empresa. Caso não seja renovado, o município poderá realizar licitação para contratar outra empresa interessada, e parece que tudo caminha para isso.

A Casan passou a perder vários contratos nos municípios, e em alguns deles conseguiu voltar a prestar serviços.

Em Imbituba, os trabalhos da Casan não estão conseguindo satisfazer a população consumidora, que reclama dos valores cobrados, da aparência da água distribuída e das interruções frequentes no fornecimento. A Casan não está, também, conseguindo cumprir o contrato de saneamento que tem com o município. Dos R$ 8 milhões de reais que deveria investir nos projetos de saneamento básico, em 5 anos, só pouco mais de R$ 2 milhões foram investidos em 4.

No início deste ano, houve uma reunião na Câmara de Vereadores com a presença do staff regional da Casan, da qual fiz um resumo e publiquei neste blog.

O problema da Casan, na minha opinião, é político e não operacional. Como se trata de uma empresa pública, ela é gerenciada por políticos, com salários altíssimos, e não por técnicos. De Imbituba foi pinçado o nome de Osny Souza Filho, o qual só chegou à Casan depois de ter sido rejeitado na Celesc, numa outra indicação política, sobre a qual também escrevi aqui.

No ano passado, houve uma polêmica na imprensa estadual porque se pretendia, mais uma vez, distribuir lucros previstos no estatuto da empresa. Em 2010 isso representava R$ 1,8 milhões, que serão divididos entre empregados e os já bem pagos diretores da empresa, além dos conselheiros. Cada "casta" receberia R$ 900 mil!!! Ou seja, metade para diretores e conselheiros, metade para os empregados. O valor total representava 5% do lucro líquido da empresa.

O presidente da empresa, segundo informações que coletei na internet, tem direito a receber o dobro do valor recebido por um diretor.

Não consegui saber se os R$ 1,8mi foram distribuídos.

Em maio do ano passado, a direção do sindicato dos trabalhadores emitiu nota na qual expressava o repúdio ao "excessivo número de diretores na Casan." Defendia que a empresa deveria ter "o máximo de 5 dirigentes. É inadmissível que pessoas que não servem para dirigir outras empresas sejam alojadas na Casan.", dizia a nota.

Leitores, a Casan possuía, no ano passado - não sei se ainda possui -, 18 administradores, os quais formam a diretoria e conselho administrativo.

Os valores distribuídos têm amparo em lei, e só a partir de 2007 foi que a Casan apresentou lucro e se passou a dividir um percentual desse lucro entre os já mencionados.

Em 2009, com base no lucro do ano anterior, cada diretor recebeu cerca de R$ 50 mil, enquanto um empregado recebeu menos de R$ 500,00. (Vejam aqui - Fonte blog Tijoladas do Mosquito)

Ora, para uma empresa que vem perdendo clientela, por falta de investimentos, não pode se dar ao luxo em distribuir dinheiro dessa forma, principalmente que essa distribuição é absurdamente desigual. Enquanto quem prestou concurso e trabalha na linha de frente recebe uma pequena parte, o primeiro escalão, escolhido a dedo dentre derrotados nas eleições e outros apadrinhados, recebe uma quantia muito maior

Além disso, a Casan, praticamente, só presta serviços de distribuição de águas, sem investir como deveria em tratamento de efluentes, deixando SC numa das piores posições no Brasil.

Voltando a Imbituba, passou a ser comum faltar água em decorrência de rompimentos de tubulação, a qual já está velha. Na sessão da Câmara do dia 18/04/11, o vereador Rui Geraldo Rodrigues (PSDB) apresentou indicação para que a Casan substituísse essas tubulações, por esse motivo, conforme vocês podem verificar no respectivo artigo publicado.

Os rompimentos dos dutos, principalmente na Av. Brasil, deixam boa parte da população sem água, por horas, ou até dias, conforme ocorreu na última ocasião, há duas semanas. Acrescenta-se a isso os danos nas vias em que ocorrem os rompimentos, os quais, segundo a Casan, devem ser reparados pela prefeitura, que recebe dinheiro para essa manutenção. Mas como se pode observar em ruas do Centro (fotos já publicadas aqui) e na referida avenida, ou os remendos são mal feitos ou nem feitos.

Na foto acima, você verá um rompimento na Rua 3 de Outubro, que levou mais de 16 horas para ser consertado. Milhares de litros d'água foram jogados fora, enquanto a própria empresa gasta dinheiro com propaganda pedindo para que se economize água.

Diante desses fatos, e considerando que o final do contrato se dará em agosto, acredito que os empregados da Casan devem cobrar mais de quem está dentro da própria empresa, para depois buscar junto ao município o apoio que precisam para continuar trabalhando na cidade. Do jeito que está, não encontrarão eco do pleito em meio aos consumidores.

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