Se já não bastassem as drogas já existentes, alastra-se pelo país mais uma droga, de poder destruidor ainda mais fulminante, conhecida como oxi.
Conforme matéria que li em
Veja.com, o oxi é uma droga que atinge o Estado do Acre desde a década de 80, mas "vem se popularizando na região Norte e, agora, espalha sua chaga pelas cidades do Centro-Oeste e Sudeste. 'Ela já chegou ao Piauí, à Paraíba, ao Maranhão, a Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro', diz Álvaro Mendes, vice-presidente da Associação Brasileira de Redução de Danos."
É inimaginável que alguém tenha coragem de consumir uma droga composta de pasta-base de cocaína, querosene e cal virgem! O que mais chama a atenção dos órgãos de saúde pública é que a composição da droga pode conter "ingredientes como cimento, acetona, ácido sulfúrico, amônia e soda cáustica"!
Como o preço de cada pedra custa apenas R$ 2,00, enquanto a de crack custa R$ 10,00, o poder de inserção no mercado é muito grande, favorecendo o consumo intenso.
Como se isso já não fosse terrível, o oxi é muito mais devastador no organismo que o crack. Em uma centena de indivíduos viciados em oxi, acompanhados por pesquisadores da "Associação Brasileira de Redução de Danos, em parceria com o Ministério da Saúde", um terço dos indivíduos morreram em um ano.
Talvez, com o aumento das mortes provocadas pelo oxi, isso cause temor na população e faça diminuir o consumo. Pode ser improvável, mas este é o maior alerta que alguém pode receber para não se envolver com essa droga.
O crack não é um entorpecente que mata rapidamente, como muitos dizem, embora a debilidade física e psíquica ocorra de forma rápida. Por isso, o mesmo alerta que poderá servir para diminuir o consumo de oxi não serve para o crack.
Nessa guerra dos órgãos de segurança e de saúde contra o consumo dos viciados não há vitoriosos, pois aqueles não conseguem tratar e convencer os indivíduos a abandonar o vício, enquanto estes sucumbem diante de sua própria dependência química, ainda que desejem tratamento.
A situação alarmante pode ser considerada um filme de terror, desses que costumamos ver zumbis caminhando em bandos pelas cidades atacando pessoas. O que se vê nas chamadas cracolândias são zumbis; indivíduos que não pensam em outra coisa senão em satisfazer sua vontade de consumir
crack.
E qual a segurança que tem a população frente ao número cada vez mais crescente de usuários-zumbis? A pena para usuário de drogas já não é mais o cárcere; os órgãos de saúde pública não encontram soluções para combater esse mal. Constata-se uma epidemia no país.
Na cidade do Rio de Janeiro há três centros de tratamento para dependentes em crack, mas os próprios usuários relutam em permanecer internados.
Diante dessa situação, já se pode pensar igualmente ao leitor que enviou-me um artigo e
publiquei aqui no blog:
"Ainda que o médico não seja juiz ou carcereiro, internações forçadas dos viciados em crack é algo necessário. Muitas vezes o dependente tem a necessidade da droga e não vai parar para pensar como está. Só quer a droga. Quando chega neste ponto, estas pessoas não têm mais capacidade de raciocínio normal. Precisam ter tempo para desintoxicar e conseguir ter uma percepção melhor de tudo isso, desta realidade e do problema que esta droga traz para ele. E isso geralmente não é possível só esperando pela boa vontade do próprio viciado."
Bem, leitores, a lei não permite a internação de usuário de crack, oxi ou qualquer outra droga, se não houver consentimento dele, mesmo que essa desautorização lhe custe a vida. Por outro lado, o Judiciário autoriza transfusões de sangue em pacientes seguidores da religião Testemunhas de Jeová, quando o procedimento deve ser realizado para livrá-lo da morte.
Para mim, são casos análogos com entendimentos divergentes. Pior ainda. A falta de transfusão de sangue resultará na ceifa de uma só vida, enquanto a não internação do viciado em crack poderá resultar não só em vários crimes contra o patrimônio como também em atentados contra várias vidas, além de sua provável morte pelo vício.
O Brasil, de um modo geral, tem tratado o problema do crack somente como de segurança pública e não de saúde pública. De qualquer forma, os tratamentos a dependentes de crack não têm bons índices de resultados positivos. A regra do crack é: entrou, não sai.
É necessário muito mais que tratamento medicamentoso. É necessário políticas públicas eficientes e eficazes, principalmente com apoio irrestrito das prefeituras de cada cidade. A mesma campanha que se viu e se vê contra a aids, não se observa contra o crack.
Infelizmente, leitores, muitos acreditam que esse problema está longe de suas casas e não fazem nada para que permaneça distante. Quando constatar que esse mal entrou na vida de sua família, poderá ser tarde demais.
Atualização em 25/06/11: leia
Polícia Federal: oxi não é uma droga nova
(
Foto produzida por Natalia Cuminale, extraída da mesma matéria de Veja.com)
Estranho...
ResponderExcluirO oxi tem concentração de cocaína maior que o crack mas custa 5x menos. Se considerarmos que o objetivo primário de um traficante é o lucro, é estranho ele fazer uso de algo que - de minha perspectiva - deve trazer lucros irrisórios para ele.
Claro que a demanda será maior, mas mesmo assim... O mercado de crack por si só já demanda uma constante "expansão do mercado". O oxi aparenta precisar de uma expansão mais brutal devido a vida curta dos seus usuários, o que requer constante "renovação" da clientela.
Bem, pode até trazer lucro para os traficantes a curto e talvez médio prazo, mas a longo prazo é prejudicial até para quem vive desta prática nefasta.
Me parece uma situação ilógica até ao tentar ver pelo ponto de vista do "lobo mal" da história.
Prinesca,
ResponderExcluirSobre a sua estranheza a respeito da composição e preço das drogas, acredito que a resposta esteja no fato de que o que estão distribuindo por aí não tenha nada de crack ou oxi. Em simples palavras diria tratar-se de uma improvisação que resultou num lixo ainda pior, resultante da mistura de processamento de crack e oxi. O tal jeitinho brasileiro.
Vou explicar. Recentemente alguns setores da imprensa brasileira identificaram o que seria uma nova droga também proveniente da cocaína: o oxi. Tal droga seria uma espécie de crack piorado, vez que em sua composição química, vários outros produtos são adicionados pelos traficantes manipuladores no intuito de aumentar o lucro financeiro do seu comércio, com o barateamento do produto que assim é sempre melhor consumido pela classe mais pobre do nosso país.
É fato científico que para se fabricar o crack, é usada a pasta base da cocaína que adicionada ao bicarbonato de sódio em proporções equivalentes, manipulados com solventes, se transformam em espécie de pedra meio tenra de cor branca caramelizada. Assim, oficialmente o crack é composto basicamente do lixo da cocaína e do bicarbonato de sódio.
Já o oxi vai mais além na sua malignidade. O seu nome de batismo deriva do verbo oxidar, vez que a borra da cocaína ao ser diluída com o ácido sulfúrico e o ácido clorídrico, misturados e manipulados com a cal virgem, querosene ou gasolina, além do próprio bicarbonato de sódio em combinação com o oxigênio, realiza a transformação química, oxidando o produto também em forma de pedra, só que mais amarelo e bem mais nocivo que o crack.
Sobre sua composição do crack, alguns especialistas sempre contestam a sua fórmula química oficial que não existe em sua composição qualquer produto inflamável. Em contra-senso, observa-se perfeitamente que há na pedra do crack o cheiro inconfundível de gasolina ou querosene, ademais alguns usuários relatam que o odor e o gosto da fumaça inalada é semelhante a pneu queimado, razão pela qual, julgam que a cal, o querosene ou gasolina, os ácidos sulfúrico e clorídrico e o bicarbonato de sódio, além da pasta base da cocaína, fazem parte da composição química dessa droga. Entretanto agora aparece o oxi como sendo o dono de tal fórmula diabólica.
Em assim sendo, fica a dúvida se os viciados brasileiros estariam consumindo o crack ou o oxi, o que, em absoluto não faz muita diferença. Parece, apenas uma questão de nomenclatura. crack ou oxi se confundem e representam a degradação humana, sofrimento e dor nas suas formas mais drásticas possíveis.
Crack e oxi também pode ser uma coisa só e as suas fórmulas serem a mesma em detrimento à fórmula oficial do crack originada dos EUA, há mais de três décadas atrás. A não ser que o crack dos norte-americanos seja diferente e menos perigoso que o nosso crack. A não ser que o nosso crack seja na verdade o oxi, um crack piorado, falsificado e abrasileirado como tantos outros produtos importados.
Na verdade, sendo crack, oxi ou craoxi, o usuário ao fumar toda essa parafernália de produtos altamente nocivos e perigosos, aspira o vapor venenoso para dentro de seus pulmões, entrando em conseqüência na sua corrente sanguínea. Como a droga é inalada na forma de fumaça chega ao cérebro muito mais rápido do que a cocaína ou de qualquer outra droga, causando também malefícios mais abrangentes para o usuário que sempre se vicia a partir do seu primeiro experimento.
Cândido, obrigado pela complementação.
ResponderExcluirAo leitor Estácio, informo que seu comentário fazendo relação entre as drogas citadas e o IPTU e o preço da gasolina não tem ligação com o texto publicado. E também não encontrei outro artigo no qual ele poderia ser postado.
Candido;
ResponderExcluirParabéns pela colocação. Li a uns dias atrás que realmente há diferenças na composição química do crack vendido nos EUA com relação a droga que leva o mesmo nome na América Latina.
Estamos vendo a disseminação desenfreada dessas pragas em nossa sociedade, e nada podemos fazer.
Já falei sobre essa droga nova quando trabalhei na NBC FM, aqui em Imbituba. O Oxi entra no Brasil pela cidade de Assis Brasil, em Rondônia, e de lá segue para as grandes metrópoles brasileiras, e acredite meu amigo, muito breve estará em cidades pequenas também, infelizmente.
SDSs
Alisson Raniere Berkenbrock.
Candido,
ResponderExcluirParabéns pela colocação. Li a uns dias atrás que realmente há diferenças na composição química do crack vendido nos EUA com relação a droga que leva o mesmo nome na América Latina.
Estamos vendo a disseminação desenfreada dessas pragas em nossa sociedade, e nada podemos fazer.
Já falei sobre essa droga nova quando trabalhei na NBC FM, aqui em Imbituba. O Oxi entra no Brasil pela cidade de Assis Brasil, em Rondônia, e de lá segue para as grandes metrópoles brasileiras, e acredite meu amigo, muito breve estará em cidades pequenas também, infelizmente.
SDSs