Turismo

Por César de Oliveira

Existem pessoas que quando assumem algum cargo na Administração Pública, seja no Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário passam a manter uma relação de intolerância contra críticas, exigindo dos amigos e subordinados uma relação de servilismo, de total submissão, uma postura acrítica. Disso se aproveitam os famosos “puxa-sacos”, que gravitam em torno dos detentores do poder e que se transmutam em “amigos”, sempre dispostos a um elogio falso e interesseiro ou a uma atitude maledicente.
Quando a pessoa perde o cargo e olha ao redor, vê que está sozinho, porque os “amigos” já se foram a gravitar em torno do novo dono do pedaço.

E o que tal introdução tem a ver com o turismo, devem estar se perguntando os nossos dois leitores habituais? Muito, pois no perfil acima não se enquadra o Secretário de Turismo de Imbituba Antonio Clésio Costa. Há pouco tempo, fiz um comentário, publicado no jornal O Expresso, criticando um ajuste celebrado com o Beto Carrero World.

Após alguns dias, encontrei o secretário Clésio e, de forma educada, civilizada, dialogamos a respeito do assunto, cada um expressando seu ponto de vista. No entanto, o que me surpreendeu – talvez por não conhecê-lo melhor – foi verificar que ele não estava melindrado, incomodado ou magoado com minhas observações, tendo entendido perfeitamente que eram críticas construtivas e dirigidas ao secretário Clésio, jamais à sua pessoa. E que, da mesma forma que ele, amo essa cidade, sempre a divulguei e desejo que ela cresça cada vez mais.

Por isso, aproveito para mais uma vez deplorar a ausência de uma Política Municipal de Turismo que privilegie recursos humanos e materiais para a Secretaria Municipal de Turismo, fazendo com que Imbituba se transforme em uma cidade verdadeiramente turística. É doloroso viver em uma cidade que de fevereiro/março a dezembro não realiza qualquer evento de alcance municipal e que movimente a economia local. Não desconhecemos a realização de iniciativas isoladas em Itapirubá, na Ribanceira e na Praia do Rosa, fruto da teimosia de pessoas e entidades, nada mais.

Estamos em meados de julho e sequer existe qualquer divulgação de algum evento ligado à Baleia Franca. Se algo for feito, será de afogadilho e de pouca repercussão turística? Não há busca do envolvimento da Comunidade, não existe planejamento, não há um calendário turístico anual, inexiste divulgação ampla e massiva de nossas potencialidades. Coitado dos donos de hotéis e pousadas que nesse período sobrevivem a duras penas.

Para encerrar, um paradoxo: Clésio 10; política de turismo em Imbituba...
Eventual contraponto é sempre bem-vindo!

4 comentários:

  1. César,
    Oportunas suas colocações. Cabe-me informar que na Praia do Rosa o Núcleo de Turismo da Acim, formado por 12 empresas, vem desenvolvendo diversas ações para movimentar a dita "baixa temporada". O próximo, que acontece no dia 14 de agosto, Mountain Do, é um evento esportivo que integra natureza, alegria e desafio. É organizado pensando em promover muito mais que uma corrida, mas sim uma grande festa, onde estão sendo esperadas cerca de 1.500 pessoas. O grupo se reune quinzenalmente, na base operacional da Polícia Militar da Praia do Rosa, e teve um projeto seu aprovado pela Facisc - Federação das Associações Empresariais de SC, onde o Sebrae irá disponibilizar a fundo perdido cerca de R$ 60 mil para serem investidos em capacitação de atendimento, marketing e participação, com stands próprios, na Feira de Turismo de Gramado, no Congresso da Abav RJ e na BNT Mercosul. O Secretário Clésio e a Prefeitura tem apoiado algumas ações do grupo. O trabalho realizado tem dado resultados, porque é feito em cima de um "planejamento estratégico", ou seja, de forma planejada e a longo prazo.
    Abraço
    Giovane F. Pereira
    Consultor Regional Sul
    www.facisc.org.br

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  2. Isto ocorre porque o Turismo em Imbituba não tem um foco específico.

    O que ocorre que os investimentos são divididos, em diferentes focos, impossibilitando uma Política Municipal de Turismo ostensiva. Até existe, mas sem foco. Ora se fala em Turismo Religioso (Madre Paulina), ora em Baleias Franca, ou na época do Mundial de Surf, em Turimos voltado ao Surf.

    Temos que delimitar as opções, sei que Imbituba tem muitas opções turísticas que não são exploradas.

    A título de ilustração: em Natal/RN, tem Dunas, como aqui, porque lá é explorado e aqui não? Lá existe uma Reserva Ambiental mantida pelo Turismo, os Buggy são cadastrados por uma Associação. Gerando renda aos ambulantes que vendem bebidas, aos proprietários dos buggys e etc...

    Por que não se faz um turimos ecológico nas Ilhas Santana de Dentro e Fora com barcos ou lanchas? Como é feito no Rio de Janeiro, em Florianópolis ou em Salvador.

    Por que não existem quiosques na beira mar, para se tomar uma água ou comer qualquer coisa.

    O problema é que não tem infraestrutura.

    Conheço praticamente todo litoral Brasileiro, e as cidades turísticas tem infraestrutura, bons restaurantes, boas opções noturnas, e opções de passeio. Não adianta ter a praia e não ter outras opções ao redor.

    Imbituba tem muito potencial, mas não se tem os atrativos que Garopaba (aqui no lado) oferece. Como mergulhos, bons restaurantes (tem diversos tipos de culinária), e vida noturna agitada(lojas abertas até 24hs, boates, etc.) É óbvio que não é o modelo ideal de turismo.

    Em Buenos Aires, eles utilizaram um porto desativado e criaram um centro gastronomico. Sem contar que o lugar é lindo.

    Por que a Usina e o antigo atlético (restaurados) não é utilizado para alguma coisa do gênero?

    Gostaria que alguem me exclaresse se a Trilha do Farol está funcionando? Se está, existe algum monitor? Se negativo, não seria interessante fazer uma seleção de estudantes de turismo e pagar uma bolsa para que os mesmo sejam monitores.

    Estou cansada de ouvir promessas fazias! Estou farta destas reuniões que são promovidas, que para imprensa se resolve tudo, mas na prática não se resolve nada!

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  3. Caros Giovane e Lindinha, obrigado pelas oportunas manifestações. Efetivamente nosso atraso e amadorismo em explorar o turismo é por demais evidente. Giovane, o evento por ti informado não se encontra divulgado - pelo menos quando verifiquei - no site da Prefeitura, da Câmara, da ACIM ou CDL. Aí fica difícil!!!

    César de Oliveira

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  4. Nó nó Nójulho 20, 2010

    Lindinha, concordo plenamente com seu comentário, falta infra-estrutura, competência e vontade da Prefeitura em promover o turismo em Imbituba. Senão vejamos, essa semana aconteceu no Floripa Shopping em Florianópolis, a Abertura Oficial da Temporada 2010 de Observação da Baleia Franca, com exposição organizada pelo Instituto Baleia Franca (IBF). Por que fizeram o lançamento em Florianópolis e não Imbituba? Somos ou não, a capital da baleia franca? Era a hora de trazer esse pessoal para conhecer e divulgar os pontos turísticos, movimentando os hotéis e restaurantes da cidade. O WCT é a mesma coisa, as festas de lançamento são feitas em outros lugares nunca na cidade, os organizadores só usam praia. Concordo que o município deve fazer exposições para divulgar os eventos que a cidade realizará durante o ano, mas a abertura deve sempre ser na cidade sede.

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