Um alerta aos “ficantes”.

Por Clarice Pires Pacheco*

Os beijos na balada podem provocar um grande número de doenças!!


Nas baladas, muitas pessoas gostam de “ficar” com o maior número de parceiros casuais possível. Porém, este comportamento atual é considerado de alto risco em razão dos vários tipos de doenças potencialmente transmissíveis pelo beijo.

Além do carinho, do afeto e das emoções compartilhadas durante o beijo na boca, as pessoas trocam saliva, fluido formado por 99% de água e que contém amilase, enzima digestiva que decompõe o amido contido nos alimentos, sais minerais e uma gama enorme de microrganismos. Muitos desses microrganismos, ao passar de um “ficante” a outro, podem causar doenças como a gripe A, gripe pelo vírus influenza, cárie dental,  a mononucleose infecciosa (doença do beijo), a gengivite, faringite, laringite, amigdalite, candidíase (o famoso sapinho), herpes labial, hepatite B e até meningite meningocócica.

•    Gripe A- Não é porque os casos de H1N1 estão menos freqüentes que a doença desapareceu. O vírus da gripe mais temida em 2009 ainda está por aí, fazendo novos casos. E se a transmissão pode ocorrer por meio de um espirro, imagine do que um beijo não é capaz. De acordo com os médicos, o beijo é uma maneira extremamente eficaz de contaminação. Os sintomas da doença são semelhantes aos de uma gripe comum, com febre, tosse, coriza e dores de cabeça e no corpo. Portanto, o ideal é ficar atento.

•     Cárie dental ou dentária - Se você não dá a devida atenção à higiene bucal, pode pegar – e transmitir – cárie através do beijo. Para evitar pegar a bactéria alheia, capriche na escovação e não abra mão do fio dental diariamente, assim você fortalece a sua imunidade bucal e as bactérias não encontrarão um ambiente propício ao desenvolvimento. Dentistas também recomendam atenção: observe se a pessoa tem todos os dentes ou se eles estão amarelados e/ou escurecidos. Se uma das repostas for sim, faça a fila andar e chame o próximo.

•    Gengivite-inflamação da gengiva, causada por bactérias, que pode se agravar e atingir o osso alveolar, que envolve e mantém firmes os dentes. Dentistas relatam aumento do número de casos de gengivite e declaram que além da ausência de cuidados com a higiene bucal, a prática do “ficar”, muito comum entre os jovens e adultos de hoje, esteja contribuindo para isso.

•    Faringite, laringite, amigdalite – inflamação da faringe e laringe causada por vírus e bactérias.

•     Mononucleose infecciosa - doença provocada por um vírus chamado “vírus gigante de Epstein-Baar”, é transmitida pelo beijo, saliva e troca de outras secreções. Se apresenta com febre alta,  petéquias (pequenas manchas avermelhadas no  céu da boca, aumento de volume e dor de garganta com linfoadenopatia cervical (muitas ínguas grandes no pescoço) e dor abdominal por aumento do baço. Esses sinais podem ocorrer até um mês após do contágio. Vale lembrar que o vírus pode ficar incubado de 30 a 45 dias no organismo e não tem cura – a pessoa vai carregá-lo para o resto da vida e é responsável pelo surgimento de alguns cânceres relativamente raros, mais comuns entre os negros.

•    Candidíase - Popularmente chamada de “Sapinho”, é causada por um fungo chamado “Cândida albicans”, que pode ser transmitido por um beijo. Esta doença se manifesta principalmente por lesões amareladas na área interna das bochechas e fissuras nos cantos da boca.

•    Herpes oral: Doença causada pelo vírus Herpes simples se manifesta na boca com uma ou várias vesículas cheias de líquido. Acomete toda a boca, os lábios, faringe, língua, palato e amígdalas. Os sintomas do herpes oral incluem febre, cansaço, dores musculares e irritabilidade. Bolhas doloridas aparecem nos lábios, gengivas, na parte anterior da língua, no interior da bochecha, garganta e do palato. O Herpes oral torna difícil para o paciente o ato de se alimentar, beber e falar, sendo uma doença altamente contagiosa que pode se propagar de pessoa para pessoa quando as bolhas entram em erupção.

•    Hepatite B – Para esta doença vir através do beijo, a pessoa doente tem que ter um machucado na boca, um corte, ou qualquer coisa que libere sangue. É uma infecção inflamatória do fígado com sintomas que vão desde febre, dor abdominal, falta de apetite, perda de peso, apatia, icterícia até insuficiência hepática e cirrose. A vacinação pode preveni-la.

•    Meningite - de acordo com um estudo realizado por médicos australianos, beijar na boca de múltiplos parceiros aumenta em quatro vezes a chance de pegar meningite meningocócica. A definição de “múltiplos” para os pesquisadores é de sete pessoas em duas semanas. A transmissão da meningite preocupa os médicos, já que a doença tem uma evolução rápida e pode ser fatal. Os sintomas mais comuns são febre, dor de cabeça, manchinhas  vermelhas  no corpo, vômitos, diarréia e rigidez dos músculos da nuca, ombros e costas.

•    Sobre a AIDS - vale informar que o beijo, apesar de ter troca de saliva, ainda não é uma forma comprovada de transmissão da AIDS, a não ser que ambas as pessoas tenham lesões importantes na boca, e haja troca de sangue em quantidade suficiente para tal.

De todo o falado, fica para se pensar que nestes tempos estranhos e de doenças também estranhas, onde ficar e namorar são coisas diferentes, na fragilidade das relações que se nos apresentam, de repente aquele amor saudável de portão, noivado e um casamento para a vida inteira, possa vir a ser uma boa opção para não se adoecer ou morrer de amor!!!

(*Médica pediatra e dermatologista infantil, auditora médica da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina , professora da Faculdade D. Bosco e mestra em saúde pública pela Universidade de São Paulo-USP)

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