A convenção do PMDB e as consequências nas eleições

Na sexta-feira (15), o PMDB realizou sua convenção municipal. O resultado esperado pelo PSDB não se concretizou. Com 25 votos, a então denominada chapa 2 levou a sigla para uma coligação com o PSD, enquanto 23 convencionais votaram a favor do apoio ao candidato do PSDB. Dois votos foram nulos. Estes, por certo, foram os únicos convencionais que sonhavam com uma chapa em que o PMDB, pelo seu tamanho no município, lançasse uma candidatura própria. Mas o PMDB é tão grande que se divide em dois, e suas metades são maiores que a maioria dos partidos locais.

Em fevereiro deste ano, o diretório do PMDB reuniu-se e definiu apoio ao PSDB, com indicação de Luiz Cláudio de Carvalho para ocupar lugar na chapa majoritária. O resultado, desde então, não satisfez aos convencionais que faziam parte da chapa 2, ora derrotada.

Em frequentes comentários nas rádios locais, alguns desses convencionais, geralmente os que estavam na liderança desse grupo que pretendia apoiar o PSD, afirmavam que mesmo ocorrendo coligação com o PSDB, eles se posicionariam firmes no apoio ao candidato do PSD.

Decretado o resultado na convenção desta semana, o PMDB indicou o vereador Thiago Machado para a vaga de vice-prefeito na chapa encabeçada pelo PSD. Nessa eleição para a escolha do vice, um voto a mais apareceu na urna, ou seja, havia mais cédulas de votação que de eleitores. Isso não mudaria nada o resultado, mas era estranho.

Findado o evento partidário, houve grande comemoração da chapa 2, enquanto os convencionais da chapa 1 emudeceram sob os fogos de artifício que foram lançados.

No dia seguinte, ontem, a chapa derrotada contava seus mortos. Segundo eles, eram 32! Como isso aconteceu? Até agora não se sabe.

São 32 convencionais que afirmam que votaram favoráveis à coligação com o PSDB, não podendo, portanto, o montante de votos ser apenas 23. Inversão de números. Questionam o resultado da eleição. Seus votos não estavam na urna.

Esses números foram divulgados na rede social Twitter, e tudo que eu escreverei aqui é com base no que lá foi publicado ou nas informações que recebi.

De acordo com as informações postadas no Twitter, esses 32 convencionais dirigiram-se ao comitê do PSDB e, espontaneamente, assinaram documento afirmando que não votaram pelo apoio ao PSD. Esse documento será levado amanhã ao diretório estadual do PMDB, que deverá analisar o imbróglio e se manifestar pela manutenção ou anulação do resultado. Comenta-se, inclusive, que poderá haver intervenção no diretório municipal, se o estadual entender que houve fraude na eleição.

Nas redes sociais, correligionários do PSD criticam a atitude de tentarem anular o resultado da convenção. Consideram que não é democrático e tal ação nada mais é que uma tentativa de virada de mesa.

Numa resposta minha no Facebook a um desses correligionários, eu disse que sendo ele um cidadão que se manifesta frequentemente nas redes sociais exigindo honestidade, moralidade e justiça, deveria se manifestar no sentido de que tudo fosse apurado e demonstrado que ocorreu a convenção com toda a lisura que se exige. Simplesmente querer ignorar o que está sendo formalizado pelos convencionais é desejar um resultado a qualquer custo, mesmo que seja fraudulento, pelo simples desejo de se conseguir o poder. Eu nunca fui favorável que os fins justicassem os meios, pois isso é temeroso para a nossa segurança. E se ele pensa assim, que tome cuidado, pois poderá ser uma vítima desse modo de pensar e agir.

Com fraude ou não, com anulação ou não, o quadro político, na minha opinião, não se altera, se a chapa 1 se mantiver, ainda que informalmente, apoiando a candidatura do PSDB, assim como se manteve participando da administração nos últimos meses, contrariando a vontade dos convencionais da chapa 2.

E hoje, durante a convenção do PSDB, que ocorrerá no Imbituba Atlético Clube, às 20h00, se poderá concluir se esse apoio informal será mantido, pois segundo divulgado também na rede Twitter, os convencionais e candidatos a vereador do PMDB estarão presentes.

Surgem dúvidas. Se a chapa 2 afirmava que se manteria apoiando o PSD, mesmo perdendo na convenção, será que aceitará que a chapa 1 continue apoiando o PSDB, sendo ela perdedora oficialmente? Havendo esse apoio informal da chapa 1, veremos até onde os direitos são iguais e se os argumentos até então usados para o PSD poderão ser usados ao PSDB.

E a chapa 1 se manterá firme nesse apoio ao PSDB, mesmo não podendo indicar um nome ao cargo de vice-prefeito?
E, agora, qual o sentimento do PDT, que sonhava com a vaga de vice na chapa encabeçada pelo PSD?

De tudo isso, há apenas uma certeza imediata. A convenção do PSDB, hoje, terá discursos efusivos e a semana renderá debates acalorados, com muita especulação sobre o que poderá ocorrer nos próximos dias.

Agora, aproveitarei para enviar um recado a todos que o entenderem. Toda crítica provoca regozijo e indignação, cuja intensidade e abrangência de seus efeitos depende da notoriedade e seriedade de seu autor. Portanto, obrigado a todos!

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