O leitor Cândido Pedro Jorge encaminhou, via comentário, uma
opinião a respeito do atual momento da comunicação e sua responsabilidade social. O comentário foi enviado para o artigo
Mundial de surfe: foi bom enquanto durou. Pois bem, estava digitando meu ponto de vista quando constatei que já havia escrito um texto alongado. Preferi, então, transformar minha resposta em uma postagem:
Cândido, felizmente, os blogues transformaram-se em algo muito maior do que aquilo que se projetou inicialmente. Assim como o twitter, os blogues foram projetados para que as pessoas falassem de suas vidas; um diário. Tanto é que a pergunta na caixa de twittes era "What are you doing?". Hoje, a pergunta é "What’s happening?"
Muito embora as grandes empresas de comunicação tenham adotado ambos canais para divulgarem notícias, há um número incalculável de blogueiros que fazem o mesmo, de forma amadora ou tentando se aproximar do profissional, mas sem PODER tornar essa "atividade" uma profissão, muito menos em renda para sustento, justamente porque cada um é obrigado a dispor de seu tempo para exercer suas atividades realmente profissionais.
Por motivos justificáveis ou por outros incompreensíveis, milhares - ou milhões -, em meio a vários fatores limitativos, se lançam nessa empreitada de jogar na rede alguma notícia que julga ser importante, na esperança que alguém leia, reflita e opine (comente). Os comentários, que raramente ou nunca são enviados, decretam o fechamento de blogues, todos os dias. Mas é opinião conclusiva entre os blogueiros que é a maturidade, aliada à qualidade e à diversidade dos temas abordados que darão vida longa a um blogue. Se ele for de conteúdo político, como este, as chances de sobrevivência são muito menores, em razão do descrédito que os políticos têm dentro da sociedade. Como consequência, apatia pelo assunto. Mas há muito mais que essas questões, é verdade, mas deixa pra lá.
Entendo que blogueiro tem toda a liberdade de escolher o que quer ou não publicar em "seu" espaço. Mas ele deve ter em mente que o espaço deixa de ser só dele a partir do momento que convoca os leitores a debater sobre aquele determinado assunto abordado.
No caso deste blog, como tem um - apenas - colunista, e conforme acordado entre nós, pode ele escrever sobre o tema que desejar, mas a opinião dele, obviamente, não vincula a minha.
Como não obtive sucesso ao abrir o blogue para outros colunistas, voltei em minha decisão para não ficar publicando 3 ou 4 artigos de alguém que logo depois sairá sem dar satisfação. Busco, porém, manter a qualquer custo os posts de César de Oliveira, pois seus questionamentos e observações preenchem com qualidade este espaço virtual.
A inovação é outro argumento que se pode usar para manter a assiduidade dos leitores.
Numa rápida conversa com César de Oliveira, por meio do twitter, apoiou a ideia de se publicar entrevistas com pessoas que fizeram ou participaram da História de Imbituba, a qual está se perdendo no tempo, pois nos resta apenas o livro de Manoel Martins ou algumas linhas em monografias espalhadas por aí, além do recém-criado blogue
Memória Imbitubense.
O projeto, ironicamente, esbarra em um ponto crucial: tempo. Efetuar uma entrevista com alguém e depois transcrevê-la é por demais demorado e exaustivo. A solução seria realizar entrevistas por email, mas quais das nossas personagens da História usam esse instrumento?
Como demonstro, as ideias e as intenções são muitas, mas não posso ser onipresente ou oniciente. O meu projeto para este blogue é infinitamente maior que o tempo que disponho para ele. Sou só eu e minha "ideologia" de querer contribuir para o desenvolvimento de minha cidade, porém, sem exigir mais de mim do que eu já exijo. Sigo rabiscando.
Pena,
ResponderExcluirEntenda meu procedimento como uma ajuda, pois minha intenção foi apenas de acudir seu Blog num momento que estava sob ataques, considerado por mim injustos.
Um abraço,
CPJ.
Entendi, sim, e agradeço. Mesmo assim preferi destacar minha opinião, para deixar gravada quando houver outros questionamentos. E sei que outros virão, pois se não há dialética não existe desenvolvimento intelectual ou social.
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