A Esquerda em Imbituba está desaparecendo

Os números da eleição mostraram que o PT continua não tendo força política na cidade. Cansei de dizer que a eleição de Rosenvaldo Júnior em 2016, pelo PT, não foi uma vitória da Esquerda, que coligou com o MDB, mas, sim, foi um voto de protesto em razão da coligação apresentada pela situação, que quis reunir no mesmo palanque, num grande equívoco estratégico, políticos que digladiaram durante o mandato de Jaison Cardoso. O eleitorado que elegeu Jaison sentiu-se traído e votou na oposição.

Ao sair do PT, Rosenvaldo implodiu o partido e se filiou a uma legenda (PSB) que, embora tenha um estatuto de Esquerda, abriga políticos de Centro e Centro-Esquerda, e até alguns que já foram de partidos que eram vistos como de Direita. Rosenvaldo, na minha opinião, nunca foi de Esquerda, embora tenha sido candidato pelo PT desde 2004, quando foi a vice-prefeito numa composição com o MDB, e posteriormente em 2008 numa chapa pura do PT.

A eleição de 2020, que reelegeu Rosenvaldo, agora pelo PSB, também não foi uma conquista da Esquerda, mas uma fragmentação da Centro-Direita provocada pelo bolsonarismo, que tentou emplacar Adriana Lumma, uma ilustre desconhecida. Bom lembrar que o PT, abandonado por Rosenvaldo, lançou uma candidata à prefeita e amargou uma votação de apenas 467 votos.

Na eleição deste ano, com a péssima administração do governo Rosenvaldo, a Centro-Direita praticamente se uniu e levou fácil, contando com a divisão do PP e com o racha do MDB, sendo que este, pelo que se viu na campanha, abandonou Thiago Machado à própria sorte. Uma forte união de siglas atraiu ex-prefeitos e conseguiu até se apoderar do eleitorado bolsonarista, tirando de Adriana Lumma a referência do bolsonarismo em Imbituba. A Centro-Direita procurou um nome não surrado, que pudesse aglutinar. Por consequência, excluiu Christiano Lopes como opção, pois ele já havia perdido três eleições, em 2012, 2016 e 2020, e não seria um nome de consenso. A opção por Michel Peninha, pouco conhecido no município, comparando-se com outros nomes à disposição, e ainda que tenha sido eleito vereador em 2020 com apenas 330 votos, não foi obstáculo para unir adversários políticos e emplacar uma vitória. 

Voltando a falar da Esquerda no nosso município, pode-se observar facilmente que ela praticamente se resume a um eleitorado muito pequeno, como podemos ver a seguir:

Votos para vereador em 2016

PT 2.311 votos

PSB 786 votos

PDT 193 votos

Votos para vereador em 2020

PSB 4.426 votos

PT 903 votos

PDT 427 votos

Votos para vereador em 2024

PSB 3024 votos

PDT 397 votos

PT 333 votos

Relembrando que o PSB, como falei acima, não pode ser visto em Imbituba como um partido de Esquerda, pois abriga políticos de diferentes matizes ideológicos. Assim, se tomarmos PT e PDT como puros partidos de Esquerda no município, veremos que sua força política está desaparecendo. Só eles não reconhecem o tamanho minúsculo que possuem, e que suas ideias não atraem mais o eleitorado. Aliás, o resultado para a Esquerda em Imbituba foi igual ao que se viu pelo Brasil nestas eleições. 

E só o tempo dirá se os dois candidatos eleitos pelo PSB permanecerão na sigla e serão oposição ao futuro governo. 

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