Embora eu já tenha divulgado em meu
blog a manifestação que ocorrerá amanhã, no Centro, divulgo novamente, com objetivo de fortalecer esse movimento popular, coisa rara em Imbituba.
Nesta semana, recebi uma mensagem eletrônica de Abrahão Silvino de Medeiros, um dos organizadores, conforme segue:
Estamos promovendo um movimento de apoio à acessibilidade, que será lançado no Centro, no dia 30/03, às 10h00 da manhã.
Solicito ao amigo a gentileza de divulgar no seu blog, que é o mais acessado em nossa cidade.
Por ser uma causa justa e de caráter social, agradeceríamos muito se pudesses divulgar e também estar presente no dia do lançamento.
Segue, abaixo, uma explanação do movimento (...).
Agradeço a atenção.
Um grande abraço!
Abrahão Silvino de Medeiros
Movimento para acessibilidade será ser lançado no dia 30/03, no centro de Imbituba, em frente ao antigo BESC
"Esta campanha visa melhorar o direito de ir e vir de todos os cidadãos, independentemente das condições físicas de cada um.
Diz um ditado chinês que "Toda grande caminhada começa com um passo". Partindo desse princípio, o movimento busca de início que os órgão públicos responsáveis façam o rebaixamento adequado das calçadas onde existam faixas de passagens de pedestres. Esse simples ato, que tem um custo mínimo de execução, trará uma qualidade de vida melhor àqueles que necessitam se deslocar por nossa cidade.
Para se ter uma ideia, somente nas ruas asfaltadas dos bairros Centro e Paes Leme existem 72 passagens de pedestres, sendo que apenas 11 possuem rebaixamento na calçada, e mesmo assim nem todas de acordo com as normas estabelecidas (ângulo adequado).
Mediante esta constatação, convidamos os cidadãos de Imbituba para que apoiem essa iniciativa da Fundação do Bem, pois é uma reivindicação justa e que com certeza irá melhorar a vida de inúmeras pessoas.
Este movimento tem o apoio da Associação dos Deficientes Físicos de Imbituba, que também estará presente no dia do lançamento."
Quando recebi esta mensagem de Abrahão, eu já estava mantendo contato com Vânio Vieira Júnior (foto), um cidadão portador de deficiência física que necessita de uma cadeira de rodas para se locomover. Meu contato com ele seria colher algumas observações de quem mais precisa de calçadas adequadas para minimizar as dificuldades de acessibilidade, e, com isso, divulgar a manifestação social que ocorrerá.
Vânio é um jovem de 19 anos que nasceu com uma doença chamada mielominigocele, mais conhecida como Spina Bífida, que é uma anormalidade congênita da coluna vertebral.
Ele não sabe quantos cadeirantes deve ter em Imbituba, mas sente muitas dificuldades quando sai pela cidade em sua cadeira de rodas.
Eu disse a Vânio que muito se fala sobre acessibilidade, para minimizar os problemas vividos pelas pessoas portadoras de deficiência, e perguntei a ele se percebia grande interesse da sociedade e do Poder Público nessa campanha.
Sua resposta foi no sentido de que não vê "tanto interesse do Poder Público, mas, da sociedade, sim. Tanto que está sendo organizado um manifesto público para pedido de regularização de acessibilidade na cidade, com o intuito de chamar a atenção do Poder Público para essa necessidade de melhorias nas ruas, a fim de facilitar a mobilidade de portadores de deficiência".
Meu questionamento a respeito da sociedade é porque, como comentei com ele, não são só prédios públicos, mas a quase totalidade dos estabelecimentos comerciais de Imbituba não possuem rampas de acesso. Muito pelo contrário, ainda prejudicam o acesso ao expor produtos à venda nas calçadas.
Diante de sua resposta, perguntei qual sua estimativa de participação da sociedade no manifesto, amanhã. Resposta: 300.
Posso estar enganado, mas não acredito nessa mobilidade social por essa causa. Nem por essa e nem por outras. O que se tem visto pelo país afora são pessoas que se dizem indignadas com muitos problemas sociais, porém, quando se fala em ir às ruas para mostrar efetivamente essa indignação, poucos têm coragem ou vontade, preferindo apenas, por comodidade, clicar em "cutir" ou, quando muito, em "compartilhar".
Vânio espera que a manifestação sensibilize o Poder Público a melhorar a acessibilidade dos portadores de deficiência, rebaixando e padronizando as calçadas, promovendo a adaptação de ônibus e rebaixamento de entradas nos estabelecimentos comerciais, além de adaptar banheiros públicos para cadeirantes.
Com referência aos estacionamentos criados exclusivamente para portadores de deficiência, eu comentei com Vânio que vemos diariamente os espaços sendo ocupados indevidamente, sem que haja fiscalização. E questionei se isso não provaria que a sociedade e o Poder Público, juntos, pouco se preocupam com a questão acessibilidade.
Vânio disse que, "no momento, nem a sociedade nem o Poder Público têm preocupação com os deficientes", mas espera que, depois dessa manifestação, se preocupem mais.
Para quem ainda não leu, no mês de março apresentei à Câmara de Vereadores um anteprojeto de lei para melhorar a qualidade de vida de pessoas portadoras de deficiência (físicas e/ou visuais), e deixo o
link para quem tiver interesse em ter conhecimento.
Também neste
blog, em 2011, apresentei
imagens sobre as calçadas do Centro, demonstrando que não só deficientes físicos, como também qualquer cidadão em perfeitas condições possuem dificuldades de acessibilidade e correm riscos ao caminhar nelas. Desde aquela data, praticamente nada foi feito para melhorar a situação delas. Isso demonstra a falta de interesse público e social pela boa imagem da cidade, como também, e principalmente, pela segurança dos cidadãos.
Vamos ver, então, se a manifestação que ocorrerá amanhã sensibilizará a cidade. Divulgue e participe!
Ao menos nas ruas Ernani Cotrin e Nereu Ramos, deveria existir um projeto único, em que a Prefeitura fizesse as calçadas de acordo com o Plano Diretor e normas legais e os proprietários pagariam as despesas. É fácil? Sim é fácil... depende do bom senso e da mobilização das pessoas.
ResponderExcluirOutra coisa... Aos organizadores: vão ao Ministério Público eu tenho certeza que uma Ação Civil Pública pode e deve agilizar esse problema.
Tadeu, se você puder acessar o link que deixei no texto para ler o artigo que publiquei sobre as calçadas, verá que eu sugeri a padronização e o estilo.
ExcluirObrigado por mais uma participação sua!
Vou até ali na esquina bater uma foto para mostrar como é aqui na minha cidade. Espero que nao fique muito escura pois o que aqui pouco temos é sol.
ResponderExcluirAcabei de mandar-lhe as fotos por mail.
ResponderExcluirMeu marido, que é engenheiro civil, acaba de comentar que "as calcadas no Brasil sao uma catástrofe sem tamanho porque a responsabilidade é do dono da casa e cada um faz o que quer".
As calcadas aqui sao 100% responsabilidade do Estado e sao todas iguais. Claro que quem paga - e muito! - somos nós. Nunca entendi esse negócio de o dono da casa/prédio ser responsável pela conservacao da calcada aí no Brasil.
Muito sucesso na demonstracao de voces. Que ela seja pacífica e traga o resultado esperado. Só nao podem deixar a peteca cair, água mole em pedra dura...
As fotos ficaram boas, embora o acinzentado do dia.
ExcluirAs calçadas daqui são de responsabilidade de cada morador, mas o Estado é responsável solidário. Numa demanda judicial - que pouco ocorre nesses casos - por acidente numa calçada, responde ambos, pois o Estado tem o dever de fiscalizar.
Portanto, você agora sabe que o Estado também é responsável pelas calçadas. Nós é que continuamos sem entender por que vocês são responsáveis pela limpeza da neve nas calçadas. rsrsrs
Abraços!
Se fosse responsabilidade só do Estado elas seriam padronizadas. Mas desse jeito, quem tem dinheiro ou um gosto melhor (ou os dois) tem uma calcada bonita, quem nao tem nenhum dos dois ... veja o resultado aí mesmo em Imbituba nas fotos que voce tirou.
ExcluirSobre a obrigacao do cidadao aqui tirar a neve da calcada é fácil de entender, questao puramente economica.
Aqui, quase todos os servicos da cidade sao terceirizados.
A neve é uma coisa da natureza, ela cai quando e quanto quer. Mas geralmente no inverno. Isto quer dizer que ela é, na maioria das vezes, saisonal (por estacao ou por temporada).
Pode imaginar como seria caro para a cidade ter funcionários de prontidao só para tirar a neve e esta, num determinado ano, simplesmente nao cair? Quem paga essas horas "vazias"? Ou o contrário, se cair neve dia e noite sem parar? Onde arranjar tanta gente para fazer o servico extra?
E se esses funcionários fossem de firma terceirizada, que cobrasse um preco para ficar de prontidao ou, no caso de muita neve, tivesse que fazer horas extras dia e noite?
Entao o Governo, muito sabiamente (leia-se espertamente), empurra o abacaxi para o cidadao descascar. E se nao fizermos tudo direitinho como mandam as regras (podem ser lidas em cada prefeitura), o seguro simplesmente nao paga num caso de acidente.
O mesmo acontece se uma pessoa que está sem o cinto de seguranca tiver um acidente de automóvel e machucar-se (ou a terceiros), o seguro também nao paga um centavo.
Nao pense voce que tiramos neve por amor ao esporte matutino. A neve tem que ser retirada no período de 7:00 da manha até 20:00 h, numa largura de 1,20 cm, em toda a extensao da calcada na frente do terreno onde está situado o imóvel. Durante o dia inteiro! Excessao só para o caso de cair nevasca o dia inteiro, aí voce só retira depois que a nevasca acabar.
Se houver processo na justica nao há idade, estado de saúde ou ausencia por qualquer motivo que vá "livrar a sua cara". O problema é do cidadao e pronto.
Por que voce nao colocou aqui as fotos que tirei?
Beleza Sérgio. Muito obrigado pelo apoio que sempre recebo de sua pessoa. É gratificante. Acredito que temos o dever, como didadãos de fazer a nossa. e Com certeza iremos fazer. Se teremos sucesso... Isso somente o futuro dirá, e sinceramente, torço muito para que isso aconteça.
ResponderExcluirUm grande abraço
Abrahão
Eu que agradeço por acreditar neste espaço, que foi criado exatamente para isso.
ExcluirO sucesso só vem para quem busca. Pelo menos para nós, cidadãos comuns.
Abraço!