Câncer de mama: diagnóstico precoce aumenta a probabilidade de cura

Há pouco mais de uma semana, li uma matéria jornalística sobre a falta de diagnóstico precoce do câncer de mama no Brasil, ocasionando mortes por essa doença superiores as que ocorrem nos EUA.

A matéria traz dados interessantes, e sugiro que as mulheres, principalmente aquelas acima de 35 anos, leiam com atenção.

De acordo com o que foi publicado, e com a comparação que foi feita, baseada nos atendimentos em um hospital do SUS, no estado de São Paulo, as mulheres que têm um câncer de mama diagnosticado precocemente no Brasil, possuem, quando em tratamento, as mesmas chances de cura como se fossem tratadas nos EUA. Contudo, enquanto nos EUA 50% das mulheres são diagnosticadas com tumores menores que 2 cm, no Brasil apenas 10% são diagnosticadas nesse estágio. Ou seja, a maioria, quando descobre um "caroço" no seio, já está em estágio que dificulta sobremaneira a cura.

Quando o tumor está abaixo desse tamanho, as chances de cura são de 90%, segundo os estudos divulgados nessa matéria.

E atentem para essa advertência feita, que incentiva o exame da mamografia:

"Com base nisso, o mastologista (René Aloísio da Costa Vieira) defende o incentivo ao diagnóstico precoce, que é alcançado principalmente com exames de mamografia. Segundo ele, o diagnóstico por exames clínicos, feitos depois de a mulher ter percebido o nódulo no seio por meio do autoexame, não são capazes de reduzir a mortalidade. 'Quando [a paciente] chega com um caroço ao médico, o tumor já é grande. Não vai conseguir mudar muito a evolução da doença. Ele [o autoexame] é mais para mulher se conhecer', disse." (grifos meus)

Impressionado e preocupado com os dados, eu me perguntei: será fácil para uma paciente do Sistema Único de Saúde conseguir um exame de mamografia em Imbituba? Fui atrás da resposta. Em contato com a ex-secretária municipal de saúde, Maria Madalena Domingos Nunes, e com o auxílio de sua equipe técnica, recebi as informações que repasso abaixo.

Em 2012, foram realizados em Imbituba, através do SUS, uma média mensal de 228 exames de mamografias.

Em nosso município, a clínica que realiza os exames é a CDI Imagem. Os atendimentos são efetuados em todas as tardes.

Todos os médicos podem fornecer requisição para o exame, assim como os enfermeiros. Os técnicos em enfermagem e agentes comunitários de saúde estão orientados a informarem às mulheres a importância da mamografia como prevenção.

Pelo menos uma vez por ano o exame deve ser realizado e as requisições podem ser obtidas em qualquer unidade básica de saúde (posto de saúde), as quais poderão ser fornecidas diretamente pelos enfermeiros que atendem nessas unidades.

Um dos maiores problemas para que o exame não seja realizado, embora de fácil obtenção, é o fato de ser um tanto doloroso. Entretanto, é bom lembrar, mais dolorosos são os tratamentos contra o câncer.

Todos os exames são pagos pelo município, mas reembolsados integralmente pelo Ministério da Saúde, independentemente do número de exames realizados.

Madalena acredita que futuramente o Ministério da Saúde deve restringir os exames, quando tiver uma média história em cada município. Assim, é importantíssimo que as mulheres, acima de 35 anos, procurem seus médicos ou os postos de saúde para a realização do exame, de modo a garantir ao município uma média elevada de atendimentos. Primeiro, porque as mulheres terão diagnósticos precoces. Segundo, porque, caso o Ministério da Saúde restrinja o número de exames, de acordo com a média do município, Imbituba poderá atender, sem problemas, todas as suas mulheres com idade acima de 35.

Leitor, essa matéria foi veiculada nos maiores jornais do Brasil, pois de grande relevância à população. E não entendo por que jornais pequenos não escrevem sobre isso. Vejam os de nossa cidade! Tanta coisa importante para se escrever, mas ficam copiando e colando coisas não tão úteis. Escrevendo notinhas ofensivas ou puxando o saco de algum político. Notícias velhas ou apenas releases de órgãos públicos, para continuarem recebendo um dinheirinho erário. A utilidade pública fica em segundo plano. Esse não é o papel da boa imprensa!

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