Querem extinguir o Ensino Médio
A comunidade escolar do EEB Visconde do Rio Branco, no bairro de Araçatuba no município de Imbituba, decidiu em assembléia nesta segunda feira 31/10/11, que não permitirá o fechamento do ensino médio na unidade escolar.
Em breve relato a Professora Gislaine, comentou sobre uma reunião com o secretario de desenvolvimento regional Cristiano Lopes, sobre o assunto em pauta. E disse que o mesmo falou aos professores da escola “Que estariam fazendo um levantamento para extinguir o Ensino Médio no Visconde e que os alunos seriam deslocados para o EEB
Annes Gualberto, no município sede Imbituba”.
Este deslocamento implica em média mais de quinze quilômetros via BR 101, e segundo relato dos professores o tempo gasto entre a ida e vinda para a escola pode chegar a 2,5 hs, devido as voltas que o transporte faz afim de percorrer e atender a demanda dos estudantes. Com a justificativa de que os alunos estariam usufruindo do novo projeto de ensino ou seja, o ensino médio integral.
Esta aberração fica por conta do Estado em não respeitar as comunidades que a EEB. Visconde do Rio Branco em Araçatuba contempla, tais como: Penha, Peinha, Ibiraquéra, Arroio, Alto Arroio, Sambaqui, entre outros.
A cada Governo que se instala em Santa Catarina, surge um iluminado que pensa que pode salvar o mundo, criando novas formas de como proporcionar a formação de mão-de-obra barata.
O que precisamos na educação, é oportunizar aos jovens o direito de escolherem seus caminhos, o que quiserem ser, qual profissão seguir, em uma escola gratuita e de qualidade, e não o que estes pseudos pensadores impõem para a sociedade.
Em se falando do ensino médio integral, este tem que ser optativo e não obrigatório, haja vista que os alunos das escolas públicas, na grande maioria são jovens que estão iniciando suas atividades laborais, e nesta comunidade não é diferente.
Por ser uma região litorânea e turística, a captação de trabalhadores, para os mais diversos serviços, começa desde cedo e os alunos que já são trabalhadores, em muitos casos chegam a escola no limite do horário de inicio das aulas.
E tendo estes que sair mais cedo de casa, e em horário integral, certamente a evasão escolar terá números significativos na região, pois em pesquisa feita internamente, muitos manifestaram que não teriam condições de freqüentar a escola em dois turnos, por diversos motivos.
Sabe-se também que um dos motivos que levou a intenção de extinção do ensino médio, e a municipalização da educação básica, pois na proposta do estado as escolas a serem municipalizadas seriam somente as que tivessem só o ensino básico, portanto é fundamental a extinção do ensino médio, para poder municipalizar a educação na unidade escolar.
Várias falas seguiram-se tanto dos representantes do SINTE, quanto dos pais e alunos, e tirou-se o encaminhamento de ir em comissão de pais alunos professores e APP na SDR de Laguna, na próxima quinta feira 03/11, exigir do secretario regional a manutenção do ensino médio no EEB Visconde do Rio Branco.
Após ser deliberado pela ida até a GERED em Laguna, ficou estabelecido que o Presidente da APP da referida Escola entraria em contato com Secretário da 19ª SDR de Laguna, que assim o fez e até o momento está confirmada a reunião na SDR para o dia 04/11 as 18:30 nas sede da 19ª SDR de Laguna.
Alem de Pais, Alunos e Professores, participaram da assembléia, o Coord. Regional do SINTE Rudmar Machado Corrêa e representaram o SINTE-SC, A Vice Coord. Estadual Janete Jane da Silva, a Secretaria de Organização Tânia Fogaça e o Secretário Adj. De Org. do Sul Marcelo Speck da Rosa.
Marcelo Speck da Rosa
A educação é direito do cidadão e obrigação do Estado. Mas como fornece uma educação de baixa qualidade, ainda pretende impor aos alunos os riscos existentes na BR 101 e a permanência deles dentro de ônibus precários. Pior que isso, como exposto no texto, a iniciativa governamental prejudicará alunos que já possuem empregos, sem lhes dar a certeza que a educação que será proporcionada em outra escola garantirá outra colocação laboral ao final do Ensino Médio.
Muitas ações políticas devem ser debatidas pela população, porque se o Estado sempre tivesse razão na maioria de suas ações não teríamos tantos serviços públicos prestados de forma precária. Muito menos um dos piores sistemas educacionais do planeta! E Santa Catarina não destoa dessa lamentável realidade.
Se temos um estado rico (7ªeconomia do país), com certeza é em razão da garra de seu povo e não das ações de seus medíocres governantes!
Infelizmente essa é a forma como tratam a educação em Santa Catarina. As escolas não têm infraestrutura nenhuma e querem implantar ensino integral. Cada novo governo traz consigo uma "inovação", no entanto, não há planejamento nem recursos suficientes para garantir a qualidade na educação. O professor não é valorizado, não recebe um salário digno. A municipalização não pode acontecer da "noite para o dia", exige discussão com a comunidade. Alunos e pais não são respeitados, as mudanças não são discutidas, não existe democracia.
ResponderExcluirQuando escrevi o artigo "A escola pública atual: o pior lugar para aprender no Brasil! - parte I" (acesse para ler: http://migre.me/62Z6a), eu disse:
ResponderExcluirSe atualmente se recomenda que as crianças devam ficar o dia inteiro em uma sala de aula, para melhor aprender, acredito que isso, no Brasil, não passa de um genocídio de mentes, diante de uma educação falida com professores despreparados, escolas dirigidas por apadrinhados políticos e indisciplina estudantil beirando o caos, que, por consequência, gera essa insegurança que há nos estabelecimentos de ensino atuais (alunos portando e usando facas e armas de fogo, por exemplo).
Para mim, democracia no Brasil é o direito que o cidadão tem em gritar "socorro!". Mas não é ouvido.
Olá, meu nome é Dnefer, e ano que vem estarei cursando o primeiro ano do ensino médio, no Annes. Acredito que essa atitude do governo seja precipitada e egoísta. Estão pensando em melhorar sua imagem sem se preocupar como isso afetará os alunos. Além de tudo que foi dito acima ( que eu concordo) acho que a escola do Annes não tem infraestrutura para receber tantos alunos novos, tanto das escolas que teriam seu ensino médio retirado, quanto os alunos que se formaram e estão indo para o ensino médio, como eu. Enfim, só espero que o governo repense suas atitudes, pense mais nos alunos, e desista dessa idéia.
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