As perguntas que a IEP não respondeu
Segundo ele, "nos últimos dias" havia "lido muita besteira divulgada na mídia a respeito do projeto do Terminal Privativo de Imbituba", e, após conversar com Gilberto Barreto, presidente do CAP, foi confirmado por ele a minha "credibilidade na divulgação" de informações. Diante disso, resolveu enviar-me email e se "colocar à disposição para esclarecer alguns pontos do projeto e também do trabalho que está sendo realizado com os “pescadores”."
1) Quem são os proprietários da IEP e qual a relação dela com a Cia Docas de Imbituba?Então, leitor, essas são as perguntas. Caso a IEP queira respondê-las aqui, este blog ainda está a sua disposição para isso.
2) No post "Entrevista de Gilberto Barreto à Rádio Bandeirantes", divulguei um "Laudo de Avaliação" produzido pelo Banco Fator que avaliava a Cia Docas e a empresa Zimba Operadora Portuária. Nesse documento, constava que "A Zimba é uma empresa que atua no setor de serviços de operação portuária, transporte e logística e que possui participação societária nas empresas Criciúma Terminal Intermodal Ltda. (“CTI”) e Terminal Privativo Imbituba S.A. (“TPI”)." Você conhece as empresas citadas? Alguma delas já operou no Porto de Imbituba?
3) O laudo de avaliação leva em consideração, "dentre outras informações", "Instrumento Particular de Compra e Venda e Outras Avenças assinado entre a Brasportos Operadora Portuária S.A. (“Brasportos”), acionista controlador da Zimba, e a Libra Sul S.A. (“Libra”) em 22 de dezembro de 2006 em que é estabelecido as bases da aquisição, pela Libra, de 50% das ações detidas pela Brasportos na empresa Imbituba Empreendimentos e Participações S.A. (“IEP”) (“Contrato Brasportos Libra”).
Ainda, "Acordo de Acionistas em relação à IEP assinado entre Brasportos e Libra em 22 de dezembro de 2006 assim como seu primeiro aditivo assinado em 21 de junho de 2007 (“Acordo de Acionistas IEP”).
Acordo de Acionistas em relação ao TPI assinado entre Zimba e Libra em 29 de maio de 2008 (“Acordo de Acionistas TPI”)."
Poderia explicar essas transações aos imbitubenses, para que eles saibam quem está investindo em Imbituba?
4) É verdade que a IEP, hoje, pertenceria ao Grupo Votorantim, pois ele teria comprado as ações da empresa Libra, referidas na pergunta anterior?
5) A IEP possui todas as licenças ambientais necessárias, bem como a AFE-Autorização de Funcionamento da Empresa, emitida pela Anvisa, sabendo-se que esta última é emitida anualmente?
6) Tendo em vista que a área está dentro da APA da Baleia Franca, já possuem liberação desse órgão?
7) A construção de um terminal naquele local terá impacto ambiental nas praias do Porto, D'água, Ribanceira e Ibiraquera. Como os órgãos ambientais estão analisando essa questão?
8) Esta pergunta me chegou por email. A construção de um cais aéreo igual ao berço 1 minimizaria os danos ambientais. Por que a IEP não adotará esse tipo de construção?
9) Há 160 pescadores cadastrados junto ao Ministério da Pesca e Aquicultura, os quais residem nos bairros Vila Alvorada e Vila Nova Alvorada. Qual a solução que a IEP oferece para que essas pessoas continuem exercendo a atividade pesqueira, mesmo com a construção do terminal?
10) Na entrevista citada, Gilberto Barreto, presidente do CAP, observa que deveria ser avaliado o mercado para novos terminais ao lado do TECON, já que a IEP também pretende operar contêineres. Evidentemente que qualquer empresa que tenha um projeto de quase R$ 600 milhões de investimentos estará baseado em pesquisas mercadológicas e econômicas; contudo, o desenvolvimento do Porto de Imbituba não ocorreu de forma vertiginosa como se previu. Nem se sabe quando se iniciarão as obras da rodovia portuária, pois sem ela haverá estrangulamento rodoviário de carga e descarga no Porto de Imbituba, impedindo seu crescimento comercial. Quais as análises da IEP em relação a tudo isso?
11) Antes da IEP, havia outra empresa com direito de ocupação da área em que se pretende construir o novo terminal?
12) Há vários ranchos edificados no local, sendo que a maioria, pelo que se tem noticiado, não seria para uso de pescadores. Haverá tratamento diferente quando das indenizações? E o que se está tomando como base para mensurar essas indenizações?
13) Diante do tamanho do projeto, qual percentual de redução geográfica do bairro Vila Alvorada e qual a estimativa do número de pessoas que serão retiradas desse bairro?
(As fotos foram extraídas do site da AMPAP)
Lá em Recife fizeram um porto maravilhoso, moderno, chique até. Mas a povo continua pobre, nas praias os tubarões atacam os banhistas e em terra os tubarões atacam o bolso do trabalhador.
ResponderExcluirAté quando iremos permitir essa sacanagem?
Lilico
Sérgio e demais leitores do blog, a IEP foi a última empresa que multei quando era fiscal do meio ambiente em Imbituba. A multa foi por eles terem aberto uma estada próximo aos barracões de pesca, local de dunas e restinga. Depois dessa multa venceu meu contrato com a PMI e ele não foi renovado. Estranho né?
ResponderExcluirAbc.
É Alisson, muito estranha a sua não renovação de contrato, mas mais estranho ainda é o silêncio de nossas autoridades. E ao Estácio, não tenho nenhuma dúvida de que essas obras trarão mais divisas ao município, mas também não há esperança nenhuma de que ela vá ser investida no município de forma apropriada a beneficiar todos os seus habitantes. Parabéns Sérgio, por mais uma vez não deixar que coisas obscuras aconteçam em NOSSA cidade sem que possamos saber. Se Imbituba tivesse mais cidadãos como você, com certeza teríamos uma cidade melhor.
ResponderExcluirSobre este assunto, parece estar ocorrendo um processo de desinformação coletiva e seletiva com propósitos discutiveis que precisa ser esclarecido com a maior urgencia.
ResponderExcluirEstá na hora da Prefeitura, a IEP e a própria Companhia Docas, através de uma audiência pública prestarem os devidos esclarecimentos aos aflitos moradores da Comunidade da Vila Alvorada, colocando-os a par dos projetos de expansão do Porto para aquela região e devolver a tranquilidade para aquela laboriosa comunidade.