A educação vai mal, obrigado!
Hoje não tem imagem da semana. Faltou matéria. E por isso escolhi este tema que gosto muito e estava guardado na caixa de email.
Nesta semana, li uma matéria sobre o fraco aprendizado dos alunos constatado através de uma pesquisa realizada nas escolas públicas do interior paulista. Certo é que nem se precisa fazer estudo para ver isso no dia-a-dia.
"As principais dificuldades são com a ortografia, pontuação e interpretação de textos, segundo estudo realizado pelo Grupo de Pesquisa e Estudos sobre a Linguagem (PGEL) da Universidade Estadual Paulista (Unesp)."
E se pode dizer que o resultado reflete a realidade de todo o país. A falta de investimentos no setor e a inexistência de uma política de valorização dos profissionais em educação faz com que a cada dia haja menos pretendentes em abraçar a profissão de professor.
Recentemente, foi aprovado o piso nacional para a educação, mas governadores, como o de Santa Catarina, tentam barrar a lei com aquela mesma justificativa de sempre: não há dinheiro. Nunca há, quando é para salários dos funcionários públicos.
Mas voltemos ao estudo publicado.
"A principal dificuldade entre os alunos do 1.º ao 4.º ano é a separação de palavras. “É um grupo que está em alfabetização, mas não deveria ter problema na hora de segmentar e identificar palavras”, afirma Luciani. Já entre os estudantes do 5.º ao 9.º ano, as principais falhas ocorrem com o uso inadequado de preposições, conjunções e pontuação. “Cerca de 30% do grupo comete um desses erros”, completa a professora.
O uso da linguagem coloquial também é uma falha comum nas redações do ensino fundamental. Expressões como, “tipo assim”, “nem”, “daí” e “nóis” são frequentes. “São expressões usadas no bate-papo informal. Os alunos incorporam como o correto”, diz o linguista Lourenço Chacon Jurado Filho, coordenador do grupo que elaborou a pesquisa.
Leitor, no ano passado escrevi dois artigos sobre o que eu pensava a respeito da escola pública no Brasil. Em razão da publicação, recebi um email de uma pessoa que se disse professora e criticou minha opinião. Agradeci pela crítica, mas mantive minha visão sobre o tema.
A verdade é que o modelo implantado está de acordo com o que os governos querem. Agora, o alvo deles é o ensino superior, a sua banalização através do comércio de cursos, tendo a facilitação governamental para isso, sem exigir bom nível educacional. O que deveria ser um serviço público, passou a ser um produto comercial. Principalmente quando o curso é a distância. E, por incrível que pareça, a UNISUL/Tubarão divulga com orgulho o primeiro curso de Direito a distância. O que importa é faturar!
Onde tudo isso vai nos levar? A verdade é que não iremos, porque nunca fomos a lugar nenhum. Sempre estivemos estagnados na educação, em comparação com a maioria dos países. O Brasil é um dos primeiros colocados, invertendo a tabela de classificação.
E enquanto no Chile pais, alunos e professores enfrentam o exército exigindo melhor escola pública, por aqui condena-se até a greve dos professores, na qual exigiam nada mais que o cumprimento da lei!
Diante da política na educação, e não de política para a educação, vemos o dinheiro público indo para o ralo através de desvios de verbas, superfaturamento na construção de escolas, diretores indicados muitas vezes não por sua competência, mas pelos vínculos partidários, fazendo com que a escola seja apenas o meio para se obter algum lucro ou dividendos políticos.
Do outro lado do muro ficam os pais, que pouco participam e muito menos exigem, tanto dos filhos quanto da escola ou dos professores.
A educação vai mal, na escola e em casa.
Vamos parar por aqui. Hoje é domingo! Nada de estresse. E para descontrair, e ao mesmo tempo contribuir para melhorar nosso vocabulário, já que o tema é educação, trago abaixo alguns ditados que foram distorcidos ao longo do tempo e até aprendidos durante nossa passagem pelo banco escolar:
"Esse menino não para quieto; parece que tem bicho carpinteiro". (quando o professor reclama do aluno)
Correto: "Esse menino não para quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro".
"Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão." (lembram desse versinho ensinado na escola?)
Correto: "Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão."
"Cor de burro quando foge."
Correto: "Corro de burro quando foge!"
"Cuspido e escarrado" (quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa)
Correto: "Esculpido em Carrara." (Carrara, Itália, onde se considera haver o mais perfeito mármore).
"Quem não tem cão, caça com gato."
Correto: "Quem não tem cão, caça como gato"... ou seja, sozinho!
Pois é. Nossa educação vai mal e parcamente (e não "mal e porcamente", como se costuma falar).
Nenhum comentário:
Seu comentário não será exibido imediatamente.
Para você enviar um comentário é necessário ter uma conta do Google.
Ex.: escreva seu comentário, escolha "Conta do Google" e clique em "postar comentário".
Caso você deseje saber se seu comentário foi respondido ou se outros leitores fizeram comentários no mesmo artigo, você poderá receber notificação por email. Para tanto, você deverá estar logado em sua conta e clicar em Inscrever-se por email, logo abaixo da caixa de comentários.
Eu me reservo ao direito de não aceitar ou de excluir parte de comentários que sejam ofensivos, discriminatórios ou cujos teores sejam suspeitos de não apresentar veracidade, ainda que o autor se identifique.
Comentários que não tenham qualquer relação com a postagem não serão publicados.
O comentarista não poderá deletar seu comentário publicado sem que haja justificativa relevante. Caso proceda assim, republicarei o teor deletado.
As regras para comentar neste blog poderão ser alteradas a critério do editor, o qual também poderá deletar qualquer comentário publicado, mediante justificativa relevante, sem prévio comunicado aos leitores/comentaristas.
Você assumirá a responsabilidade pelo teor de seu comentário.
Este espaço é livre e democrático, mas exerça sua liberdade com responsabilidade e bom senso!