Câmara de Vereadores: 7ª sessão ordinária de 2011
Sessão ocorrida na última segunda-feira (21), na qual tomou posse o suplente de vereador Rui Geraldo Rodrigues (PSDB), no lugar de Luís Antônio Dutra (PSDB), que teria pedido licença para tratamento de saúde.
Usou a tribuna da Câmara o professor e escritor Adalby Abrahão Massih que solicitou auxílio financeiro à Câmara de Vereadores para publicar seu 10º livro, intitulado "Aos Mestres com Carinho". Adalby disse que o custo para a publicação seria de cerca de R$ 9.000,00.
Eu não tenho dúvidas de que o livro contará com o apoio do governo municipal. Isso porque não é sempre que alguém publica um livro por aqui, e esse que está no prelo parece ter conteúdo muito interessante sobre a História de Imbituba.
Nesta sessão apenas um projeto estava na pauta, que visava a repassar recursos financeiros à ACIM, no valor de até R$ 5.000,00.
-Projeto de Lei n° 4.085/2011, de autoria do Poder Executivo, dispõe sobre repasse financeiro à Associação Comercial e Empresarial de Imbituba – ACIM e dá outras providências. (Aprovado por unanimidade sem Emendas).
Ao final da sessão, quase todos os vereadores se pronunciaram sobre diversos temas, além de parabenizarem e apoiarem o projeto literário de Adalby A. Massih.
-Vereador Luiz Cláudio Carvalho de Souza (PMDB) pediu apoio a sua indicação para a criação da guarda municipal de Imbituba.
-Vereador Elísio Sgrott (PP) informou que será feita uma inspeção nos cemitérios do município e uma audiência pública para se debater sobre aquele projeto que chamei a atenção várias vezes aqui no blog. Inclusive, já comecei a escrever um artigo sobre ele.
-Vereador Christiano Lopes de Oliveira (DEM) usou seu tempo para elogiar o trabalho literário de Adalby e apoiá-lo em sua solicitação de auxílio financeiro para custear a publicação de seu livro.
-Vereador Dorlin Nunes Júnior (PSDB) solicitou atendimento a sua indicação para que todos os livros de autores imbitubenses fossem disponibilizados na biblioteca municipal, cuja indicação foi enviada há alguns anos ao Executivo.
-Vereador Zeli Pires (DEM) chamou a atenção para o cumprimento da lei de acessibilidade, pois as faixas de pedestres da cidade ainda não permitem a travessia para cadeirantes, já que as calçadas não foram rebaixadas para facilitar o acesso dos deficientes físicos.
Observo que a cada sessão aumenta o número de espectadores. Talvez, seja reflexo das tratativas políticas que acontecem nos bastidores, deixando muita gente inquieta e ávida por informações. Muita calma nessa hora! Não brigue com seu vizinho por causa disso. Futuramente, ele poderá estar no mesmo partido ou na mesma coligação que você. Pense nisso!
Voltando ao uso da tribuna pelo professor Adalby, transcrevo, com base no release distribuído pela imprensa da Câmara, algumas frases dele durante sua exposição:
“Nós, professores, somos verdadeiros heróis do dia-a-dia, que pegam pela mão e ensinam a vencer na vida.”
“Esta obra é o fim da minha carreira de professor (está se aposentando); é o fim da minha carreira de escritor. Se não conseguir este valor, eu não tenho vergonha de dizer que não consegui. Estou falido.”
“Estes livros já ultrapassaram as fronteiras de Santa Catarina e as pessoas de Imbituba não valorizam a cultura local. Vocês não sabem o que é o valor de fazer um livro”.
“Gostaria de pedir que me dêem as mãos nessa hora tão difícil.”
“O professor é marginalizado, esquecido e humilhado muitas vezes. Que Deus me ajude, como sempre me ajudou nesses trinta anos em sala de aula, para homenagear meus amigos professores.”
Sabe, leitor, essa é a imagem do professor brasileiro. Não de todos. Mas daqueles que sempre souberam da responsabilidade e da importante missão do magistério dentro da sociedade.
As suas palavras do professor Adalby trazem a angústica da desvalorização da profissão, não só pelos governos como também pelo próprio meio social. E essa condição afasta do magistério bons profissionais, atraindo muitos daqueles que não conseguem se inserir em melhores campos de trabalho.
O que esperar, então, de uma geração formada por professores desqualificados, mal pagos, desvalorizados e muitas vezes incompetentes? A falta de comprometimento com a profissão conduz ainda mais para o descalabro da educação no Brasil, uma das piores do mundo. E credito esse descomprometimento, em boa parte, à instituição governamental dos chamados ACTs (Admitidos em Caráter Temporário), utilizado por muito tempo como moeda de troca na política. Hoje, testes de seleção desses ACTs se apresentam viciados, havendo necessidade de intervenção judicial para que se proceda de forma idônea.
Não resolvem ações estatais, principalmente em nível federal, no sentido de retirar da pobreza milhões de brasileiros e lançá-los em um estrato econômico mais favorável, se ainda a educação pública não é tratada como prioridade. As escolas privadas, consideradas de melhor nível educacional, continuam a ser a opção da classe social de melhor condições econômicas. Ora, sendo a educação a base de desenvolvimento econômico-social, o fosso existente entre as classes sociais permanecerá, pois os melhores empregos serão ocupados pela maioria dos egressos das escolas privadas.
A escola pública, ainda que tenha melhorado em alguns aspectos, não teve uma evolução necessária para se aproximar do ideal.
E com base nos artigos que escrevi (A escola pública atual: o pior lugar para aprender no Brasil!), só resta-me dizer: "Que saudades da professorinha."
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