É difícil encontrar uma fonte de informações que explique de forma simples a economia e a política brasileira, e o site Intituto Ludwig von Mises Brasil-IMB é uma dessas fontes.
Nós lemos muitas notícias sobre os problemas de nossa economia, mas saber exatamente como chegamos nesta crise econômica é necessário ler várias matérias e artigos jornalísticos. Encontrei, porém, no IMB um "roteiro da lambança" político-econômica do governo Dilma. Veja por que o Brasil quebrou:
O roteiro da lambança
4) Como a economia até então estava arrumada, essa política de expansão do crédito estatal
aparenta funcionar no curto prazo. A economia cresce e a inflação de preços permanece sob controle (para os níveis brasileiros, é claro). O Brasil
chama a atenção do resto do mundo.
5) Dilma Rousseff toma posse em janeiro de 2011 e sua equipe econômica não apenas decide manter a vigente política de crédito dos bancos estatais, como ainda decide intensificá-la, adicionando outros elementos heterodoxos.
8) Também em 2012, o governo unilateralmente decide
revogar os contratos de concessão das empresas de geração e transmissão de energia (os quais terminariam entre 2014 e 2018) com o intuito de fazer novos contratos e impor tarifas menores.
9) Com o ataque às geradoras e transmissoras, as distribuidoras ficam sem alternativa e têm de recorrer ao mercado de energia de curto prazo, no qual os preços negociados são muito superiores em relação aos ofertados pelas geradoras que ficaram sob intervenção. As distribuidoras ficam
desabastecidas e endividadas.
10) O Tesouro — ou seja, nós, os pagadores de impostos — começa a
repassar dinheiro para as distribuidoras, garantindo artificialmente a política de tarifas baratas. O endividamento do governo aumenta.
11) O governo faz concessões de
aeroportos e
poços de petróleo, mas tabela o lucro permitido e impõe regulamentações esdrúxulas. Os grandes investidores não se interessam.
13) O
uso do BNDES para a escolha de campeãs nacionais é intensificado. O Tesouro se endivida emitindo títulos que pagam o valor da SELIC e repassa esse dinheiro para o BNDES, o qual irá então emprestá-lo a grandes empresas a juros abaixo de 5%, e em prazos que chegam a
30 anos. Tal política não apenas é inflacionária como ainda afeta substantivamente a situação das contas públicas. A
dívida bruta do governo começa a subir acentuadamente.
15) Em decorrência dos repasses do Tesouro ao BNDES e às distribuidoras de energia, as contas públicas entram em desordem. Para mantê-las artificialmente equilibradas, o governo recorre a truques contábeis que consistem em atrasar repasses tanto para bancos estatais quanto para autarquias, como o INSS. Esses truques contábeis se tornam popularmente conhecidos como "
pedaladas fiscais", as quais constituem um crime de responsabilidade fiscal.
17) O descontrole das contas públicas, a inflação de preços persistentemente alta, o tabelamento dos lucros nos serviços de concessão e as seguidas demonstrações de desrespeito aos contratos do governo (como a Medida Provisória 579, a qual alterou totalmente o sistema elétrico) afetam o humor dos empresários, que reduzem os investimentos (os quais
estão em queda há nada menos que sete trimestres seguidos).
19) Os investidores estrangeiros finalmente percebem os truques contábeis do governo e entendem que a dívida bruta está alcançando padrões perigosos. A agência de classificação de risco Standard
e Poor's
ameaça acabar com o grau de investimento do país.
21) Em simultâneo à disparada do dólar, os repasses do Tesouro às distribuidoras de energia
são abolidos. As tarifas
encarecem, em média, 58%. (Em Porto Alegre e São Paulo, os reajustes ficam acima de 70%; em Vitória e Curitiba, passam dos 80%). Paralelamente, a Petrobras decide que é hora de recompor seu caixa (dizimado tanto pela corrupção quanto pela política de vender gasolina a preços menores que os custos de importação), e o
preço da gasolina dispara nas bombas.
23) O aumento dos combustíveis e da conta de luz obriga empresas, estabelecimentos comerciais e ofertantes de serviços a repassar esses custos aos seus preços. Como consequência,
vendem menos e a receita cai.
26) Os seguidos aumentos dos juros, em vez de combaterem a carestia, afetam severamente os
investimentos e o
consumo.
30) Com
previsões de que a economia encolherá mais de 2% em 2015 e 0,3% em 2016, e de que a inflação de preços fechará o ano perto de 9,3%, o cenário econômico é pior do que uma estagflação: temos desemprego em alta, preços em alta, e renda em queda. E tudo isso aditivado pela
desvalorização cambial. As perspectivas futuras não são nada alvissareiras.
Conclusão
A obra acima descrita não é resultante de uma única política ruim. Ela é o resultado de meticulosas e desastrosas intervenções governamentais na economia. Não se chega à situação atual de um mês para o outro ou mesmo de um ano para o outro; é necessária toda uma soma de erros. É necessária toda uma série de intervenções que, ao darem errado, exigem novas intervenções apenas para "corrigir" os efeitos inesperados das intervenções anteriores.
E esta sequência de intervenções adquiriu um ritmo espantoso no Brasil dos últimos 4 anos.
Poucos países minimamente sérios vivenciam, de forma tão explícita e tão rotineira quanto o Brasil, as consequências das intervenções estatais em suas economias.
Exatamente por isso não deixa de ser curioso que, justamente o país em que os resultados nefastos das intervenções do governo na economia são os mais visíveis, é também aquele que possui uma das populações que
mais adoram o Estado.
(
Este post é parte do artigo "O trágico legado da "Nova Matriz Econômica" - um resumo cronológico"; clique aqui para acessá-lo)
Uma série de erros cometidos por políticos que não se preocupavam em acertar e que tinham um único objetivo, se manter no poder. Em outras frentes corrompiam para comprar políticos "aliados" e chegamos a situação atual.
ResponderExcluiro periodo de crise foi de 2011 a 2015 .. ou de 2012 a 2015?
ResponderExcluirEle explicou que foi uma sucessão de erros, que explodiu mesmo no começo de 2014 e agora está no seu auge. Mas desde 2010 começaram as péssimas decisões
ExcluirE por estas motivos bestiais e nefastos de ums governos corruptos e ladroes estamos sofrendo e não sabemos até quando.
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