"Serei candidato a vereador em 2012" - parte I

Se você chegou aqui por pura especulação e curiosidade politiqueira, atraído pelo título deste artigo, pode tirar o cavalinho da chuva, fechar a página e procurar alguma coisa diferente para ler em outro lugar.

O conteúdo deste blog não é produzido para pessoas como você. Busco leitores inteligentes e sonhadores como eu. Se você faz parte da minha turma, que acredita em utopias, ótimo; continue lendo. Se for mais um desses medíocres que anda por aí, hipnotizado pelas vulgaridades políticas, prefiro que nem visite meu blog.

Mas vamos ao que interessa - se é que interessa a alguém.

Já começou a temporada de caça ao voto. Não é de caça ao eleitor porque esse já está morto. Na verdade o eleitor é como uma borboleta, só atrai olhares por algumas semanas. Depois, morre.

Nas rodas de amigos e balcões de bares já se ouve o anúncio: "serei candidato a vereador em 2012".
E, principalmente nas rádios, divulgam-se alguns dos tais pré-candidatos. E você escuta algo assim: "ah, fulano é um bom candidato"; "sim, beltrano é um nome forte dentro do partido"; "cicrano deve se eleger porque tem o apoio do deputado que não fez nada até agora."

Afinal, o que é preciso para ser um bom candidato? Há inúmeras respostas populares, como:
é imprescindível ter dinheiro pra comprar voto contratar bons cabos eleitorais; é preciso ter apoio do partido; é necessário ter algum cargo público efetivo/comissionado que o ponha na vitrine; é importante ter muitos amigos; com certeza, ser simpático - o velho sorriso e o tapinha nas costas; ter serviços prestados à comunidade; ser alguém que vai aos botecos e às festas sociais; ser alguém que também vai às festas religiosas e oferece brindes para o bingo.

Ser bom candidato é ser alguém que sempre contribui financeiramente para o time de futebol do bairro; é preciso ter ajudado bastante gente, ainda que para isso tenha usado ilegalmente sua influência no serviço público; ser bom candidato é alguém que tem ou que já teve na família algum nome público; é preciso ter nível superior; deve ser filiado a um partido forte.
Há também quem diga que é preciso ser pobre, porque saberá ser honesto; ou é preciso ser rico, porque não precisará roubar. E ainda tem aqueles que justificam o voto dizendo que o candidato é seu amigo, seu parente, seu patrão. E cada um tem ou inventa algum motivo que justifique seu voto em alguém.
Portanto, você desenha na imaginação o seu candidato.

Tenho ouvido muito um certo apelo para que os eleitores votem em candidatos da própria localidade. Sem fundamento. Isso não passa de uma proposta eleitoreira, até porque temos três dezenas de bairros.
Ademais, ainda não existe em nosso ordenamento jurídico o voto distrital e, se for aprovado, não deverá abranger os municípios, muito menos pequenos municípios como Imbituba.

Nas próximas eleições, a câmara de vereadores de Imbituba terá 13 vagas à disposição dos candidatos que pretendem sentar em uma das cadeiras daquele Poder Legislativo.
Na última eleição foram 53 candidatos (um desistiu) disputando 9 vagas.
Com o aumento de 4 cadeiras, e considerando a diminuição nas coligações proporcionais - se ainda subsistirem legalmente em 2012 - , poderemos ter uns 100 candidatos, o que não é inédito por aqui.
De qualquer forma, é um número considerável, na proporção de 1 candidato para cerca de 280 eleitores.

Na eleição passada, 17 candidatos possuíam Nível Superior completo, enquanto 5 informaram ter escolaridade superior incompleta; 15 completaram o Nível Médio; 10 deles concluíram apenas o Ensino Fundamental e 7 não chegaram ao final desse nível.
Dos que se elegeram, 3 possuíam Nível Superior completo e 3 Superior incompleto; 1 tinha concluído o Ensino Médio, enquanto 1 possuía o Ensino Fundamental completo e 1 possuía Ensino Fundamental incompleto. (Fonte TSE)

Por esses dados acima, pode-se observar que aquela exigência suscitada por uma parcela da população, no sentido de que o candidato deveria ter nível superior, está acontecendo aos poucos, naturalmente.
Dessa forma, para quem costumava reclamar do Poder Legislativo, por algum motivo, alegando a baixa escolaridade de seus membros, já não pode mais usar esse fator como justificativa.

A segunda parte deste artigo publicarei durante a semana.

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