Entrevista com o padre José Eduardo Bittencourt

No mês de maio, mantive contato com o Pe. Eduardo para entrevistá-lo. Tivemos uma rápida conversa, apresentei o blog Pena Digital e ele aceitou ser entrevistado. Em razão de suas inúmeras atividades paroquiais, só nesta semana recebi por email as respectivas respostas às perguntas encaminhadas naquele mês.
Sei que seriam necessárias inúmeras entrevistas com o Pe. Eduardo para falarmos de suas experiências vividas em seu sacerdócio, especificamente no campo social, como seu trabalho na África e na Amazônia brasileira. Contudo, as limitações de tempo do entrevistador e do entrevistado não permitem a realização delas. Tentei limitar-me a poucas perguntas, vinculadas a nossa cidade, mas que possibilitassem certa abrangência temática.

Vamos à entrevista com o padre José Eduardo Bittencourt, Pároco da Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição:

A Igreja Católica está perdendo fiéis no Ocidente e essa constatação levou o Papa a expressar, na Semana Santa, que os cristãos estão se transformando, "em grande parte, um povo incrédulo e afastado de Deus". Ele questionou: "Não estamos resignados com a ausência (de Deus), procurando bastar a nós mesmos?"
Quais fatores sociais principais, na sua opinião, estão levando os católicos a se afastarem de sua fé?

De fato, embora o número de católicos no mundo tenha aumentado em 1,3%, passando de 1,166 para 1,181 bilhão, conforme o censo de 2009, é verdade que o número de católicos no Ocidente Cristão tenha diminuído. Mais do que índices, Bento XVI está preocupado com a qualidade da presença dos cristãos e, especificamente, dos católicos no mundo. Vale considerar o fato de que não estamos somente numa época de mudanças, mas numa mudança de época.

Há crises em todas as instituições: o Estado, a Família, a Escola, os Valores, as Religiões, a Igreja. O próprio Papa Bento XVI responde a esta questão apontando o relativismo e o subjetivismo como via de regra do mundo pós-contemporâneo. Neste sentido, não é estranho que o próprio Papa tenha questionado a postura dos cristãos nos dias de hoje, dizendo que há, de fato, um esfriamento em algumas práticas e em alguns grupos facilmente identificados. Há, porém, inúmeros movimentos religiosos católicos que arrebanham multidões, participam ativamente da vida social e dão um grande incremento à vida da família.

A crise sempre é boa, porque obriga as pessoas e grupos a aprofundarem a sua identidade ou buscarem outras maneiras de se expressarem.

Como nos dizia entusiasticamente o beato João Paulo II: “devemos evangelizar de forma “Corajosa e coerente, crível e audaz, vasta e perseverante, absolutamente urgente, clara e vigorosa, nova e ousada, atenta e precisa”, “com novos métodos e um novo ardor”. Neste âmbito, a América Latina e a África lideram este crescimento numérico e, consequentemente, no número de padres, religiosos, diáconos e lideranças cristãs católicas.

A Europa é um capítulo à parte, embora tenha sido o berço do cristianismo, vive uma grande crise de identidade. Cresceu financeiramente, evoluiu no campo das ciências, porém, na questão de valores, como religião e família, passa por momentos difíceis. De quantidade se extrai qualidade; digo isso porque as famílias européias tem um, no máximo, dois filhos; diante de uma “invasão” de muçulmanos com 5 a 10 filhos por família. Alguns sociólogos dizem que, em 50 anos, a Europa será mais de metade Islâmica.

O crescimento do número de religiões - em nossa cidade há inúmeras representações delas - reflete uma insatisfação com as religiões mais tradicionais? Por quê?

Imbituba está inserida num contexto muito maior, de Brasil e de mundo. Vivemos sob o signo da liberdade, do relativo e do provisório. A lei que move muitas pessoas é o imediatismo, que vai da religião à alimentação. Passamos do fogão a lenha, para o fogão a gás, depois para o elétrico e, na sequência, o forno microondas. Queremos tudo para ontem.

A religião virou produto de mercado: quem oferece produto mais rápido, leva a clientela. Voltamos à teologia do Antigo Testamento que era retributiva; se você dá, você recebe; quanto mais você oferece, mais volta pra você. Alguns já dizem: “templo é dinheiro”. De fato, há muitas Igrejas Cristãs que se mantêm fiéis as suas origens, outras vão se vendendo às leis do mercado.

Outro dado interessante é o fato de que nem todos os que saem da Igreja Católica vão e permanecem em uma única Igreja Cristã; o normal é peregrinar de igreja em igreja, buscando uma que se adéque a suas necessidades e vontades.

Pelo que tenho conhecimento, as suas atividades como pároco são intensas e muitos fiéis procuram atendimentos pessoais. Quais as principais aflições do povo católico de Imbituba?

A nossa paróquia é composta por 16 comunidades, com aproximadamente 8 mil famílias. Além dos atendimentos sacramentais (confissões, batizados, casamentos, missas e formação), muitos nos procuram (eu e o pe. Marcos) para orientação sobre decisões acerca do casamento/relacionamento, sobre a educação dos filhos, sobre a questão do uso de drogas; alguns buscam um atendimento emergencial (ajuda material).

Duas situações merecem destaques: a primeira está relacionada à perda de um ente querido; tal situação exige das pessoas uma postura adulta e forte, atitude que nem sempre acontece.

O segundo destaque está relacionado à depressão. Sabemos que mais de 90 % das doenças são psicossomáticas, ou seja, começam por um fator psicológico (trauma, perda, sofrimento intenso, acidente,...). Neste sentido, muitos nos procuram para receber uma orientação segura sobre a doença e uma orientação espiritual consistente.
Antes, muitas coisas eram resolvidas no confessionário, hoje ele é pouco frequentado.

Publiquei no blog dois artigos sobre a construção do monumento em homenagem à Santa Paulina (Os entraves na construção do monumento Santa Paulina - A fé não precisa subir o morro pra chamar atenção!) Na sua opinião, essa obra tem o apoio dos cristãos católicos? A população em geral não deveria ser consultada a respeito dessa obra?

Primeiramente este é um projeto do governo do Estado de Santa Catarina tendo em vista o turismo religioso. Este tipo de turismo estimula a economia, cria consciência, promove a ecologia e a cultura, além de propor valores religiosos tais como a fé, a tradição e a família.

Cidades como Aparecida do Norte tem 80% de sua renda do turismo religioso, pois além do santuário, movimenta restaurantes, hotéis, pousadas, táxis, ambulantes,... e muitos não católicos aproveitam desta renda.
Lembremos de Nova Trento e Vargem do Cedro que, com a canonização de Santa Paulina e a beatificação de Albertina, respectivamente, tem atraído multidões.

Segundo, eu, como padre, acompanho este processo desde o seu início e, reiteradas vezes, me manifestei contra o modo como estava sendo encaminhado este processo.

No meu modo de pensar, se há um recurso exclusivo do governo do Estado para ser aplicado neste setor, é óbvio que se deve, a priori, acolher a ideia e achar um gesto de viabilizar o projeto. A questão central era definir o que se queria, quais seriam os sujeitos envolvidos e quais seriam os objetivos deste trabalho. Como membro da equipe, questionei o básico: qual a finalidade desta obra? Quem serão os beneficiados com ela? Como administrá-la depois de pronta? Como as pessoas terão acessibilidade ao Monumento? Como garantir a conservação do ecossistema em torno?

Hoje, vejo que é uma obra possível e que virá em beneficio da cidade de Imbituba que, além de sua natureza esplêndida, não tem outros atrativos, nem culturais e nem religiosos, além dos nossos templos que estão entre os mais antigos do sul do Estado.
Simplesmente negar o repasse do governo do Estado, creio que seja uma atitude simplista e inconsequente.

Sobre a enquete feita (6ª enquete realizada no blog), os leitores foram induzidos a responder o óbvio. Até eu que participo da Comissão Pró-Monumento responderia assim sobre uma tal verba destinada ao hospital ou ao monumento. Mas, se a pergunta fosse: temos R$ 1,5 milhões para investir no turismo religioso em Imbituba através da construção deste monumento; se você não concorda, este recurso volta para os cofres do Estado ou será destinado a outro projeto similar em outra cidade. Você é a favor ou contra? 

Usa-se a expressão "turismo religioso" e se acredita que esse monumento trará muitos turistas à cidade e, conseqüentemente, dinheiro. Esse "turismo" é explorado em todo o mundo, e bem por isso sofre muitas críticas de outras religiões, ainda que praticamente todas explorem seus fiéis de alguma outra forma.
Teria uma sugestão para atrair fiéis a Imbituba sem se investir milhões de reais na construção do monumento?

Em relaçao ao fato de atrair ou não multidões, isso cabe especificamente às obras da Igreja e de Evangelização. Contudo, quando o governo escolhe criar um espaço e colocar nele um símbolo católico, isso mexe com mais de 80 % do povo de Imbituba e tambem com a paróquia. Com isso, precisamos estar presentes e exigir que seja dado um tratamento diferenciado. 
O turismo religioso é um instrumento de geração de trabalho e renda e não um projeto de evangelização. Contudo, é possivel fazer um bom turismo religioso, sem perder o específico da fé e dos valores.

Atualmente, todos os anos , na sexta-feira santa, uma pequena multidão (850 pessoas) sobe ao Morro de Santa Paulina para rezar. Saímos às 4h00 da Igreja de Vila Nova e chegamos às 6h00 na parte central do morro. Com o acesso melhorado, com certeza outros terão o mesmo privilégio. Uns subirão para contemplar o mar e a lagoa; outros para ver a cidade, outros ainda para passar o tempo e levar amigos; outros curiosos irão ver a obra artística. E uma parcela significativa irá, além de todos esses motivos, para rezar por si e pelos seus. 

Boa parte dos fiéis não concorda com a participação da Igreja Católica na política, enquanto outras igrejas atuam explicitamente nas eleições e recebem apoio irrestrito de seus seguidores. Em razão de um envolvimento religioso exacerbado, escrevi um artigo intitulado "Quando o poder religioso será tratado como crime eleitoral?"
Existe alguma orientação da Igreja Católica no sentido de participar da política no país ou esse envolvimento depende de cada sacerdote?

Sabendo que a nossa vida eclesiástica é regida pelo Código de Direito Canônico e conhecendo o Canon 285 § 3º que diz: “Os clérigos são proibidos de assumir cargos públicos que implicam participação no exercício do poder civil, temos consciência que não podemos participar de pleitos a cargos públicos. Isso não significa que a Igreja esteja alheia a esta problemática, muito pelo contrário.

O cristianismo é uma religião ética, ou seja, ela move todos os que dela participam a interferirem no meio onde vivem, sendo Sal da terra e Luz do mundo, como nos diz Jesus.
Precisamos participar da vida pública e incentivar os cristãos de boa índole a ingressarem na política, para não acontecer o que disse Platão: “A punição que os bons sofrem, quando se recusam a tomar parte do governo, é viver sob o governo dos maus”.

Vale lembrar que temos alguns padres que, mesmo diante a norma, estão exercendo mandatos como vereadores, prefeitos ou deputados. São atitudes isoladas.

Soube que seus sermões nas missas possuem um apelo político e não raras vezes fazem alusões a situações locais. Estando no município há 6 anos, qual sua visão da política em Imbituba. Há diferenças relevantes entre a política local e sua cidade natal e outras nas quais já teve oportunidade de trabalhar ou a política tem a mesma face em todos os lugares?

A Missão da Igreja, nascida da Bíblia, é de anunciar o Reino de Deus e denunciar os sinais do anti-reino; neste sentido, é impossível falar das práticas de Jesus e anunciar a sua palavra sem que isso incomode os ouvintes. Eu não me furto a falar com clareza daqueles temas que acho fundamental. Pena é que a consciência do nosso povo, às vezes, é mal formada. Não existe um senso crítico consistente e uma postura digna da maioria. Fala-se muito dos eleitos, mas fala-se pouco dos eleitores.

A Igreja Católica participou há pouco da lei da ficha suja; estaria na hora de colocar para votar somente os eleitores com ficha limpa. Há muita podridão em ambos os lados.
Vale lembrar que a oposição se matém na oposição até começar a contar o dinheiro. Quando assumem seus postos, transformam-se  em “situação”. Em todo lugar tem isso. Contudo, não podemos parar de anunciar e denunciar.

Especificamente em Imbituba, sinto que não há uma oposição sadia e consistente em todos os níveis; parece que todos estão amarrados pelo tempo, pelo partido, pelas finanças ou cargos. Poucos são livres de favores ou independentes de fato.

Em nosso rápido contato para falarmos sobre esta entrevista, conversamos sobre a imprensa local e o modo como ela exerce sua influência na população. Eu escrevi um artigo (Imprensa de Imbituba precisa de um banho de ética, decência e responsabilidade) neste blog sobre a imprensa, o qual nunca, evidentemente, seria publicado em algum jornal ou lido em alguma rádio da cidade. O senhor acredita que a imprensa de Imbituba consegue mesmo influenciar a opinião das pessoas, de forma relevante, ou pela falta de credibilidade que ela tem - por defender bandeiras partidárias - não possui o poder de influenciar uma parte significante da população?

No sistema capitalista, os meios de comunicação social estão a serviço do capital. Esta é a premissa fundamental. Neste sentido, também a TV, rádio ou jornal não são somente meios de comunicação, mas também empresas que devem gerar lucros e representar a filosofia de seus donos. E, quando os donos estão ligados a partidos políticos ou a outros interesses, fica difícil pensar em imparcialidade na arte de comunicar. Com isso, o cliente (telespectadores, ouvintes ou leitores) precisa peneirar as informações para ter uma notícia mais apurada e verdadeira.

Contudo, jamais teremos uma comunicação pura, porque sempre ela será fruto da interpretação de alguém. Até mesmo através do seu blog.

No dia 1º de abril de 2010, o Jornal Nacional mostrou o senhor surfando ao lado do prefeito e outras pessoas da cidade (Surfe une autoridades de cidade catarinense). Fiquei sabendo que o senhor teria comentado, em outras palavras, que não surfaria novamente aquela onda, se fose convidado hoje. Isso é verdade ou é boato? Se for verdade, qual o motivo?

Esta é uma total inverdade. Aquela matéria não foi somente um capítulo publicitário sobre Imbituba, mas a foto de um grupo de pessoas que tem compromissos com a cidade. Ainda este ano caímos na onda outra vez. Há diferenças elementares entre cada um dos participantes, mas há também laços de amizade e respeito mútuos.
É fundamental fazer parceria. Creio que, se os Imbitubenses ousassem, independentemente de credo, raça ou opção partidária, criar ações comuns, o nosso povo seria mais grato e a cidade alcançaria níveis maiores de crescimento.

Já tivemos no Brasil vários padres prefeitos. O senhor é filiado ou simpatizante de algum partido? O senhor já pensou em ser prefeito? Se fosse prefeito de Imbituba, quais as cinco principais ações de seu governo?

Já pensei em ser prefeito, mas deparei-me com a primeira dificuldade: qual partido escolher? Antes, o partido representava uma identidade, um perfil ideológico. Hoje, virou uma patifaria! Vemos abraçados Lula, Sarney, Renan Calheiros, Ideli, trabalhadores e banqueiros ... Por isso, a minha vocação para prefeito não vingou.
Contudo, se eu fosse prefeito, antes de pensar em obras ou grandes frentes sociais, proporia:

1 – Reabilitação dos Conselhos Municipais: eles, se bem formados e constituídos, com a devida autonomia, representando a povo, dariam uma nova cara para a cidade. Os conselhos indicariam as prioridades.

2 – Faria um grande Conselho da Sociedade Civil com todos os setores organizados dando a eles espaço e autonomia (Conselhos Comunitários, Associações, Entidades, Igrejas, etc.)

3 – A educação: ela é o grande instrumento de transformação da pessoa e de formação do cidadão. Neste capítulo, daria espaço e recursos para a cultura. Imbituba está demolindo tudo aquilo que tem mais de 50 anos. Enquanto a Paróquia cria memoriais (do Pe. Itamar e de Sta Paulina), a cidade vai vendendo e demolindo a história.
Criar espaços de educação integral para as crianças e adolescentes com projetos de inclusão social, formação musical, cultural, ...

4- A saúde: investir na prevenção, capacitar os centros de saúde com instrumentos, pessoal e medicamentos. Ampliar o Hospital São Camilo.

5- Segurança Pública: integrar todos os agentes que cuidam da segurança em parceria com o poder público, incluindo os magistrados, entidades afins e os professores.

O senhor esteve visitando a Unidade Prisional de Imbituba e constatou que a população não tem conhecimento da situação dos detentos que lá estão. Conversou com os presos? (Se conversou, do quê mais reclaramaram?) Qual sua opinião sobre a criminalidade de Imbituba?

De fato, fiquei surpreso com o número de detentos, homens e mulheres, presos num espaço tão pequeno. Hoje, eles já passam de uma centena.
A segunda surpresa foi o aparente clima de tranquilidade que existe. Os profissionais e os detentos, não obstante a situação, convivem e administram juntamente o espaço.

Existe também uma fábrica anexa à UPA, onde, a cada 3 dias trabalhados, os detentos diminuem 1 dia da pena e recebem um valor pelo trabalho prestado.

Sobre o assunto conversado, por ser Semana Santa, desejei votos de feliz Páscoa, ofereci-me para, em outros momentos, fazer algum tipo de assistência espiritual. Da parte deles não houve reclamações. Um jovem pediu-me uma bíblia.
No final da visita, colocamos a nossa paróquia à disposição do diretor da UPA, Sr. Fabrício, e ele sugeriu uma campanha de itens de higiene pessoal. Fizemos a campanha nas missas e arrecadamos 720 itens desse gênero.

Sobre a criminalidade, Imbituba parece cidade grande pela quantidade e pelo tipo de crimes. Mas, o que mais me assusta é o numero de jovens presos e um contingente muito maior de usuários de craque em nossa cidade. Precisamos urgentemente juntar todas as forças para enfrentarmos esta calamidade.

Como presidente da Associação Santa Paulina, além de cuidar do patrimônio da fé e da cultura, estamos, a exemplo de Paulina, criando cursos de violão e teclado para a faixa etária de 12 a 16 anos. Com essa iniciativa, queremos minimizar esta problemática ocupando os jovens através da música. Já temos 45 inscritos em Paes Leme e deveremos criar novos grupos em Vila Alvorada, Vila Nova Alvorada, Guaiuba e Sagrada Família, sempre em parceria com as comunidades da Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição.

Em sua vida de sacerdócio, algum político já lhe pediu conselhos? Qual conselho daria para os políticos de nossa cidade?  

Muitos já me pediram votos, alguns buscaram conselhos. Há pessoas ligadas ao mundo da política partidária que permanecem ligados a sua prática de fé; com esses, mantemos contatos constantes. Infelizmente este número é reduzido. Mais do que conselho, todas as pessoas precisam ser orientadas por valores, por ideais. Há pessoas estimuladas por dinheiro, por poder, por fama... Contudo, tudo isso passa. Precisamos nos unir para criarmos um mundo possível, habitável para todos.

A cada dia na África morrem de fome 12 mil crianças (cfe. dados da FAO); no mundo, uma criança morre de fome a cada 5 segundos. Diante de fatos não há argumentos. Precisamos fazer a nossa parte como cidadãos de um mundo diferente. Senão, cheios de boa razão, seremos julgados por essas crianças que, enquanto morriam, assistiam nossas negociatas e conchavos.

Qual mensagem quer deixar para os leitores do blog, com referência à fé?

A ciência verdadeira e a religião verdadeira buscam a verdade; por isso, elas precisam se encontrar. Antes de estudarmos as verdades sobre a fé (teologia), nós, padres, estudamos as verdades sobre o homem (antropologia); primeiro, fazemos filosofia e, depois, teologia. É fundamental conhecer o coração humano e saber que ele vai até um certo ponto. Quando descobrimos todas as respostas, o mundo muda todas as perguntas.

A religião verdadeira nos oferece a possibilidade real de voltarmos às fontes, de nos re-ligar ao Criador. Por isso, não perca tempo, "Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto." (Isaias55,6).

(Origem das fotos: 1ª, padre Eduardo, extraída do blog da Paróquia de Imbituba; 2ª, Igreja Matriz, produzida por este editor; 3ª, imagem do projeto Monumento Santa Paulina, extraída do site do jornal Popular Catarinense; 4ª, altar da Igreja Matriz, produzida por este editor; 5ª, placa de inauguração do Memorial Padre Itamar, produzida por este editor; 6ª, sala do referido memorial, produzida por este editor; 7ª, missa realizada após reforma da Igreja Matriz, extraída do jornal Popular Catarinense)

8 comentários:

  1. Fico feliz em saber que a Igreja Católica, despertou para a realidade do Presídio em nosso Município, pois é fato que na maior parte dos municípios em que existem presídios, existe também a patoral carcerária, que de forma positiva é bastante ativa em parcerias sempre na busca do conforto tanto no sentido religioso quando no de subsistencia dos reeducandos. Gostaria de salientar ainda que o que o Padre presenciou na Unidade Prisional, no sentido de harmonia no que diz respeito ao convívio dos detentos e relação com funcionários, e também de trabalho, é fruto de 06 (seis)anos de trabalho sério e de união de uma equipe de funcioários excelentes que ali trabalham, e sempre buscaram de forma exemplar, séria e apartidaria o bom andamento da Unidade Prisional.

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  2. O gerenciamento do agente Glauco Roberto Bichet dos Santos foi imprescindível para que a tranquilidade na UPA fosse instalada. Espero que o agente Fabrício Faustina continue o gerenciamento nos mesmos moldes, mas lamento que tenha havido uma substituição política no comando;. coisas de política-partidária. O ditado de que "em time que está ganhando não se mexe" não é usado na política, lamentavelmente.

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  3. Apesar da entrevista ter sido em 2011 só agora resolvi comentar.
    Salvo o tema religiao - sou e vou morrer atéia convicta! - concordo com o padre Jose Eduardo em tudo. Se ele candidatar-se um dia a prefeito, transfiro meu título de eleitor para Imbituba e voto nele. Se ele nao puder ou quiser, faca entao voce, Pena. Está desafiado!

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    1. Ele já está de saída da paróquia.
      E eu, ser candidato a prefeito? (risos) Eu não teria nenhuma chance de ser candidato. Nenhum partido me escolheria. Minha forma de falar sobre política não agrada aos políticos e não enrola os eleitores. (risos)

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    2. Os eleitores daí torcem pro time Me Engana Que Eu Gosto?

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    3. Part, sim; parte, não. A parte que não vota pra esse time, vota para "se não tem esse, vai este mesmo". Entendeu? rsrs

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    4. tindi...

      Aqui tem aquele partido "Nao Voto Em Ninguém Pra Depois Reclamar De Tudo E De Todos". Tem um montao de adeptos.

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    5. Eu voto, divulgo meu voto e depois reclamo de quem quer que seja, se, na minha opinião, não estiver fazendo bom trabalho. rsrs

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