Quanto mais tem, mais chega...

Leitor, quando eu escrevia uma coluna no jornal O Popular, seu proprietário, certa vez, descontente - e com razão - de que uma certa pessoa recém-chegada em Imbituba estava recebendo, desmerecidamente, atenção demasiada de alguns políticos locais, pediu para que eu escrevesse sobre esse sentimento anômalo que é valorizar pessoas que por aqui chegam, enquanto não se valorizam outras que aqui nasceram, trabalham, participam, mas não puxam o saco!
É, os chamados baba-ovos estão em penca por aqui. Qualquer indivíduo que chega em Imbituba e passa a ser um lambe-botas de algum político com poder, logo começa a aparecer em entrevistas nas rádios ou em páginas de jornais locais, e passam a ser vistos como pessoas "especiais".

Como diz aquela piada, se fizer uma radiografia de certos indivíduos, o puxa-saco aparece estampado neles. Interessante é que mesmo sabendo que o hospedeiro nunca será estrela para sempre, o parasita o venera como se ali fosse viver eternamente. Mas o parasita, mais esperto, sabe que é fácil encontrar outro hospedeiro ávido por um agrado, por um sorriso e um abraço falsos, por uma boca alugada, por um faz-tudo, por um garoto de recados, por um testa de ferro, por uma vaquinha de presépio ou por um puxador de aplausos!

E o pior é que o campo fértil para os parasitas não é só os políticos. A cidade em si parece estar se tornando um óvulo fecundo para pessoas que chegam de fora reluzindo feito ouro, cujo brilho merece desconfiança. Se o fulgor é tão intenso como se apresenta, por que não brilhava em outras paragens?
Não, isso não é xenofobia! Simplesmente ainda trago na lembrança o ensinamento de meus pais: nunca confie em estranhos! E nos tempos atuais, mais do que nunca, não confiar em estranhos é quase uma regra de sobrevivência. Afinal, nem tudo que reluz é ouro!

Senhores leitores, senhores políticos, não deem guarida aos impostores, aos embusteiros, aos puxa-sacos que vêm de fora. Já temos bastante por aqui que podem ser escolhidos para essas funções.
E se preferirem esses aos que preservam a sinceridade, conformem-se com o resultado que obtiverem futuramente. E essa preferência pela falsidade é consequência de um defeito do ser humano: as pessoas não gostam de ouvir as verdades, preferem falsos elogios.

Voltando ao primeiro parágrafo deste post, informo que não escrevi o artigo solicitado pelo proprietário do jornal, por motivos que naquele momento entendi que não era a melhor oportunidade. Escrevo, agora.

(a gravura deste post foi extraída do blog Casa do Canibal)

3 comentários:

  1. Prezado S.....!

    Não se pode dizer "pessoas de fora" quando Imbituba pertencem a um órgão maior, que é o nosso BRASIL!
    Afinal praticamente TODOS que moram em Imbituba vieram de fora, raros são os Imbitubenses que nasceram "in loco".
    Aproveito para indagar: Numa população local de aproximadamente 50.000 habitantes, quantos nasceram em Imbituba?
    Está na hora, não de ser baba-ovo (nem local nem de fora), mas abrirmos os olhos e ouvidos para novas propostas sinceras, possíveis, mesmo que venham de experiências internacionais.
    O japoneses copiaram durante décadas os americanos e europeus, e hoje são uma das 3 maiores potências livres do mundo: deu certo!
    Somos TODOS, BRASILEIROS antes de sermos Imbitubenses ou cariocas ou paulistas ou gaúchos.

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  2. Paulo, o artigo não critica, indistintamente, a ação de qualquer indivíduo que chega a Imbituba. Muito menos resume-se aos que vem de fora. Como você não é natural de Imbituba, magoou-se, sem razão, com o teor do artigo.
    Quem nasceu aqui há algumas décadas, sabe muito bem do que eu estou falando.
    Agora, vou dizer uma coisa a você: certos indivíduos que fixaram residência em Imbituba, mesmo não fazendo parte do estrato indicado no post acima, não fariam nenhuma falta se fossem embora. Muito pelo contrário, fariam um bem à população da Zimba. Mas como isso não é um problema só de Imbituba, resta-nos apenas agir de forma a controlar suas ações maléficas.

    Obrigado por sua opinião.

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  3. S.....

    você se engana quando diz que eu me mangooei sobre o seu artigo.
    Nunca vou poder dizer ter vergonha em ser BRASILEIRO.
    Vou tentar facilitar para você entender o que eu escrevi:
    Nada melhor para quem joga um jogo de dama por exemplo, de olhar de fora, porque pode ter uma visão mais ampla do que os próprios jogadores.
    A meu ver, palavras e gestos seriam melhor, se fossem para somar e não para dividir.

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