Democracia por tabela


Por Alisson Berkenbrock

Democracia, segundo a definição literal (demo e Kratos), é um regime político onde o poder de decisões está nas mãos do povo.
Reza a lenda que o Brasil é um país democrático. Uma nação que escolhe seus lideres através do voto, por meio do qual a maioria escolhe quem governará o imenso rebanho por quatro anos.

Um fato essa semana chamou-me a atenção e fez com que eu desse um rumo novo a esse texto: as indicações de políticos para direção de escolas estaduais em Imbituba.

Lembro-me de ter certa vez votado para diretor, quando estudava no colégio Álvaro Catão. Na época, eu tinha 15 anos de idade e, desde essa data, 18 anos se passaram e muitas coisas mudaram, inclusive a própria democracia.

Nos dias atuais a escolha de um(a) diretor(a) não é mais feita por via democrática, ou seja, não são mais os alunos e pais de alunos que escolhem quem irá gerenciar uma instituição de ensino, mas, sim, os partidos políticos.
Deixo claro que não estou questionando nenhuma indicação feita recentemente em nossa cidade, apenas questionando um fato que me intrigou nessas indicações: um professor sem filiação partidária tem chances de ser indicado a ocupar o mais elevado cargo em uma escola pública?

Todos os nomes indicados, ao menos aqui para nossa cidade, possuem a dita filiação. Ou DEM ou PSDB ou PMDB. Ficou a dúvida flutuando na mente de muitas pessoas se realmente as indicações feitas correspondem às melhores pessoas para o cargo, ou se professores mais capacitados para o cargo foram deixados de fora por terem filiação em outras legendas ou não possuírem filiação alguma.

Bom salientar que a função de diretor é de extrema responsabilidade, pois o cargo exige conhecimento de administração, contabilidade e relações humanas e, a meu ver, não basta formação em matemática, pedagogia ou outra disciplina para gabaritar um individuo para sentar na cadeira de diretor escolar.
Entendo que democracia seria conceder a alunos e pais a escolha dessa função, através do voto direto, com processo eleitoral completo, com propostas e debates públicos, no qual o melhor e mais preparado se sobressairia, e possivelmente assumiria a função após pleito, obtendo maioria dos votos.

Nos atuais moldes, a sensação que tenho é que entram os melhores cabos eleitorais de determinados vereadores ou deputados, deixando de lado a opinião de pais e alunos. E numa nomeação mal feita, quem paga os prejuízos são aqueles que deveriam fazer a escolha, porém, como eu disse no inicio do texto, “reza a lenda que o Brasil é um país democrático”.

(a gravura deste post foi extraída do blog Entrelinh@s)

2 comentários:

  1. Alisson, repito minha opinião já deixada em um dos artigos linkados ao texto acima:

    Deveríamos ter um processo híbrido.
    Concordo com as eleições, desde que os candidatos passassem por um processo seletivo. E nesse processo ser aberto a todos os interessados e não apenas aos da rede pública, pois há comissionados em outras secretarias e órgãos que não fazem parte do quadro de servidores.

    As eleições, por si só, não garantem a qualidade na escolha, já que, inevitavelmente, qualquer processo eleitoral desse tipo sofre pressões políticas partidárias, como também outras artimanhas.

    Sendo feita da forma que foi - indicação política-, não basta apenas saber qual o partido indicou, mas qual o político indicou. Se a escola for mal dirigida, se saberá de quem cobrar.

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  2. Alisson e Pena,

    perfeitas colocações, mas como algumas escolas são Estaduais, certamente bastará saber qual a filiação da dita Diretora, para sabermos qual partido municipal "apoiou".

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