Por Paulo Henrique Schlickmann *
De uns dias para cá estive pensando em nossas escolas. Passei grande parte de minha vida nelas; hoje, sou professor formado. Além disso, aprofundando meus pensamentos, notei o sufoco em que seu filho está envolvido. Digo o seu filho, pois se hoje a escola é um sufoco, e seu filho participa dela; ele está inteiramente ligado a este “sufoco”.
Algum de vocês, pais, irmãos, avós e até mesmo você, aluno, já foi atrás para saber quem administra a educação escolar no seu bairro? Creio que pouquíssimos catarinenses se interessaram nesta pergunta, mas é uma pergunta pertinente e que realmente causa murmúrios e pânico entre os “gestores e administradores de escolas”.
Caro pai, gostaria não de criticar o serviço do diretor da escola de seu filho; não quero saber se ele é ou não um bom diretor; ou se ele deve ser o diretor. Mas quero que você perceba a incoerência em que seu filho está envolvido. Na verdade, incoerências são constantes na rede pública de educação, mas trabalhando com o tema é que se pode resolver a questão.
Como todos nós sabemos, a profissão é o que desenvolvemos de forma profissional, quando estudamos para tal área e desenvolvemos a função para a qual nos preparamos. Quando não se estuda, mas se tem uma profissão, o que vai determinar se você é ou não um profissional é sua carteira de trabalho, mas você terá que comprovar resultados e desempenho. Certo?
Nas escolas públicas de SC o que acontece é cômico, se não fosse trágico. Quase todos os diretores de escolas são professores formados em alguma área da licenciatura, que saem da sala de aula para administrarem parte da vida de seu filho. Nesta mesma linha me pergunto: o que eles sabem de administração?
Para mim, que sou um cara relativamente novo, quando questiono isso nas escolas muitos me falam que o(a) diretor(a) possui muita experiência, sabe o que está fazendo e eu deveria esquecer este problema. Esquecer!? Isso não me cabe! Você que é pai de aluno deveria saber que quem está à frente da escola de seu filho é, normalmente, uma pessoa frustrada com a sala de aula. É alguém que já nem saberia mais voltar à sala e dar uma boa aula, e que em alguns casos é o professor mais envolvido com as falcatruas políticas do momento. Note: em todos os exemplos ele(a) é professor(a) que assumiu a direção. Pergunto a você, médico, dentista, engenheiro, pescador, administrador, entre outros: você conseguiria sair de sua área profissional e, sem nenhum preparo, ir à sala de aula com 30 alunos? Como um professor, por profissão, pode sair da sala de aula e administrar uma escola, muitas vezes com mais de mil alunos?
Amigo, o mais frustrante é perceber a forma como muitos dirigem a escola. São alinhadas às idéias dos pais mais ricos ou aos seus amigos; eles criam regras sem nenhum critério democrático e enfeitam seu agir com falcatruas constantes. Enfim, fazem de conta que sabem o que estão fazendo. Imaginem, pais, como deve ser difícil administrar a produção irracional da indústria; agora, imaginem como deve ser administrar mil cabecinhas diferentes, com diferentes problemas e carentes de grandes soluções... Agora, imagine você fazer isso sem formação alguma... É um trabalho amador, levando o futuro ao seu filho e tocando as engrenagens do futuro do país. Pode haver incoerência maior?
Pais e mães, não quero causar nenhum dano à administração da escola de seus filhos, mas procurem saber o quanto os diretores ganham por um trabalho muito amador...
* Professor de Geografia na rede pública e mestrando na mesma disciplina na Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC.
Caro Paulo Henrique,
ResponderExcluirDe acordo com o dicionário Aurélio, “profissão” é o gênero de trabalho habitual de uma pessoa. Como Engenheiro, trabalhei em várias indústrias administradas por engenheiros. Raríssimas vezes por um administrador, acredito particularmente na administração como uma pós, especialização ou mestrado, que aprimora através do seu exercício concreto.
Devemos conhecer a atividade que exercemos, seja ela qual for, e não vejo problema ou incoerência em um professor (com especialização e ou experiência) em administrar uma escola. Devemos sim, como pais, é participar das reuniões, discutir com o corpo técnico alguma divergência, melhorias e o mais importante acompanhar o desenvolvimento dos nossos filhos na escola, no cursinho de inglês, na escolinha de futebol,...
Como engenheiro sou objetivo e neste caso creio que seja correto você apresentar os números da pesquisa científica que fizeste para justificar as conclusões do seu artigo. Com estes números pode-se rediscutir tal problemática e assim definir um trabalho, uma proposta de mudanças para tal realidade.
Desculpe a ignorância, mas não compreendi o que você quis dizer com: “a produção irracional da indústria” ou “como deve ser administrar mil cabecinhas diferentes, com diferentes problemas e carentes de grandes soluções... Agora, imagine você fazer isso sem formação alguma...”
Cabe ao professor mediar a aprendizagem do aluno, o corpo técnico dar suporte pedagógico e ao estado a estrutura física e profissional quando estamos falando em ensino público.
Já a administração de um colégio particular não se diferencia muito disto.
Meu comentário não objetiva defender qualquer classe profissional, incluindo a área pedagógica, mas sim fazer uma reflexão acerca do que é dito muitas vezes baseado em experiências pessoais e singulares.
Os cargos administrativos daescolas, e aí incluo o de Diretores de Escolas, deveriam ser preenchidos através da realização de concurso público. Os aprovados deveriam ter formação acadêmica para exercerem suas funções nos cargos que foram aprovados para realizarm suas atividades. Mas isto é utopia, pois os políticos usam esses cargos para professores que servem de cabos eleitorais. Uma intituição que deveria dar exemplo do que é ética e moral, educar desde cedo os alunos (porque estes alunos mais tarde serão um eleitores) esclarecendo que o voto não deve ser moeda de troca, mem por emprego, que deve-se votar em candidatos comprometidos com os problemas da coletividade e não individualmente. Mas isso não acontece só na educação, e so olharmos nas outras secretarias, vamos encontrar pessoas que não sebem nem porque estão lá, como saúde, turismo etc.
ResponderExcluirCaro Sr. Soares o que enfatizei foi a falta de formação em gestão de nossos gestores escolares. 57% do diretores escolares, da regional de Laguna não possuem nenhuma pós graduação, quanto menos em GESTÂO ESCOLAR. No site da secretaria da educação tem nome e formação de nossos diretores.
ResponderExcluirAlém disso, concordo que a produção industrial não é irracional, o que me referi foi em relação a organização fabril e de mercadorias (irracional, não envolve o ser humano).
Acredito uma falha brutal, exercer uma função sem formação! Experiência é muito importante, mas não basta ficar no empirico!
Conviver na escola com estes "experientes" me possibilitou entender parte do problema educacional de SC.
A Experiencia não é singular, visitei 13 escolas de nossa regional, algumas trabalhei. É trágico!
Enfim os problemas de nossa crianças são dos mais destintos, não basta enfiar no pátio e mandar tocar o sinal nos 200 dias letivos, repito, eles são carentes de solução.
Não podemos ser míopes e afirmar que o problema não existe.
Você não aceitaria ver a minha assinatura, em um projeto de engenharia, sendo eu o responsável se não sou registrado. Acho isso simplório e objetivo. Isso basta!
caro Paulo Henrique,
ResponderExcluirDe acordo com o dicionário Aurélio,Voce falou bem, “profissão” é o gênero de trabalho habitual de uma pessoa.E te pergunto:O que um professor entende de administração de uma escola? se não é o trabalho habitual dele.
Cada um tem sua área, o que que o professor e história ou português entende Sobre administrar uma escola , que tem tantas carecias.entendi o que o prof.Paulo Henrique Schlickmann quis dizer( “a produção irracional da indústria” ou “como deve ser administrar mil cabecinhas diferentes, com diferentes problemas e carentes de grandes soluções... Agora, imagine você fazer isso sem formação alguma...”)Os diretores e coordenadores deveriam ter um curso de administração escolar Juntamente com uma noção de psicologia.A escola não é uma indústria, ela é formadorara de cidadãos. Sendo que estas crianças sabem que seu diretor não é concursado para direção, que este esta la pq Um político que muitas vezes nem entende de pessoas ou melhor de crianças, o indicou.
Concordo com o Nó a Nó, como vamos querer que nossos futuros eleitores sejam cidadãos sem interesses. Se Não mudar o modo de pensar vamos viver nesta mesma corrupção em que estamos.
NÃO PENSAM NA CRIANÇA, MAS NOS CONXAVOS POLÍTICOS.E nossas crianças tem asseço a internet e ouvem seus pais falarem , que só votam se fulano der algo em troca. Se continuar assim, QUEM VÃO SER OS CIDADÃOS DO FUTURO.
Concordam que maioria dos diretores, não entende os alunos, principalmente em escolas publicas. que hoje é o emprego mais fácil. muitos vão pelo emprego e não pro amor ao que estudou. Só escuto professor dizer que esta estressado.Educar não é fácil,eu como mãe cuidadosa sei que é muito educar.
Recebi, e achei que é bem assim.
ResponderExcluirEstou compartilhando.
*A Evolução da Educação* (Prof. Antonia Franco)
Antigamente se ensinava e cobrava tabuada, caligrafia, redação,
datilografia...
Havia aulas de Educação Física, Moral e Cívica, Práticas Agrícolas, Práticas
Industriais e cantava-se o Hino Nacional, hasteando a Bandeira Nacional
antes de iniciar as aulas...
Leiam relato de uma Professora de Matemática:
Semana passada comprei um produto que custou R$15,80. Dei à balconista R$
20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber
ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a
máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.
Tentei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela não se
convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos olhos
enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem
entender. Por que estou contando isso?
Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi
assim:
1. Ensino de matemática em 1950:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é
igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?
2. Ensino de matemática em 1970:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é
igual a 4/5 do preço de venda ou R$80,00. Qual é o lucro?
3. Ensino de matemática em 1980:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é
R$80,00. Qual é o lucro?
4. Ensino de matemática em 1990:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é
R$80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00
5. Ensino de matemática em 2000:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é
R$80,00. O lucro é de R$ 20,00.
Está certo?
( )SIM ( ) NÃO
6. Ensino de matemática em 2009:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$
80,00.Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00.
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00
7. Em 2010 vai ser assim:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$
80,00. Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00. (Se você é afro
descendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social não
precisa responder)
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00
E se um moleque resolve pichar a sala de aula e a professora faz com que ele
pinte a sala novamente, os pais ficam enfurecidos pois a professora provocou
traumas na criança.
Em 1969 os Pais do aluno perguntavam ao "aluno": "Que notas são estas...???"
Em 2009 os Pais do aluno perguntam ao "professor": "Que notas são
estas...???"
Essa pergunta foi vencedora em um congresso sobre vida sustentável.
*"Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos...*
*Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"*
*Uma criança que aprende o respeito e a honra dentro de casa e recebe o
exemplo vindo de seus pais, torna-se um adulto comprometido em todos os
aspectos, inclusive em respeitar o planeta onde vive...*