Os extremos do futebol: alegria e violência

Ontem, o Maracanã explodiu de alegria. A vitória tímida do Flamengo sobre o Grêmio deu-lhe o título de campeão brasileiro, 17 anos depois. Para quem é flamenguista - como eu -, o gol do adversário no início do jogo foi um balde de água fria na esperança de ser campeão. O gol de empate apenas amenizou a tensão, mas não tranquilizou a maior torcida do Brasil, que só soltou um grito intenso de alívio depois do "lançamento" de Pet e a cabeçada de Ronaldo Angelim. Explodiu de alegria a nação rubro-negra!!! É campeão! É campeão! Hexa-campeão brasileiro.


Enquanto isso, em Curitiba, a barbárie e a guerra campal tomou conta do estádio em que jogavam Coritiba e Fluminense, num exemplo de intolerância pré-histórica, em que o homem que se diz racional não consegue controlar suas emoções mais primitivas diante de um fato que não mudará nada em sua vida ou na sua história: a derrota de seu time! Que homens são esses que digladiam, torturam e matam outros homens, porque seu time foi rebaixado? Para mim, não passam de trogloditas travestidos de cidadãos. São os mesmos homens que exigem segurança nas ruas e em casa. São as mesmas pessoas que temem um bandido, mas elas são os próprios bandidos urbanos!

Espero que no próximo ano, com a subida do Imbituba para a primeira divisão, não tenhamos o desprazer de poder ver de perto, ao vivo e em cores, cenas de violência no futebol.

Certo dia, ouvi na TV a opinião de um corajoso comentarista de futebol que disse mais ou menos assim: querem diminuir consideravelmente a violência nos estádios? Aumentem os preços dos ingressos, como foi feito em alguns países da Europa.
Concordo com ele!
A maioria das festas populares que são gratuitas ou o ingresso é barato, a violência está presente. Quem não sabe festejar, fica em casa ou aprecia de longe.

Em Imbituba, os torcedores flamenguistas tomaram a Nereu Ramos para comemorar o título, mas pouco se ouvia o hino do Mais Querido. Os sons que saíam dos altofalantes dos carros superequipados com aparelhagem sonora eram de músicas eletrônicas, que não têm nada a ver com futebol. Só barulho. A comemoração foi só barulho provocado por uns poucos que adoram mostrar que têm sei lá quantos decibéis de som dentro da carcaça automotiva, e sei lá quantos poucos QIs dentro das cacholas. Era uma babilônia de sons incompreensíveis. Graças a tudo isso, dez minutos depois saí do Centro, até porque a vida continua, e não vou receber nenhum tostão pela conquista do hexa.
A paixão pelo Flamengo, como na maioria, nasceu ainda criança, e até hoje me emociono ao ouvir o hino do Mengão. Contudo, é necessário saber separar emoções e alegrias momentâneas da felicidade cotidiana que a vida exige para sermos realmente felizes.

E que Deus nos proteja dos torcedores bandidos!

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