Liberdade

por César de Oliveira

Quem primeiro formulou uma teoria filosófica da liberdade foi Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) em sua obra Ética a Nicômaco que permaneceu em evidência até o século XX quando foi retomada por Jean-Paul Sartre (1905-1980), que levou-a ao ponto limite.

Para Aristóteles, liberdade é o princípio para escolher entre alternativas possíveis, por decisão própria e ato voluntário, sem ser constrangido ou forçado por nada ou ninguém.

Jean-Paul Sartre em sua obra O ser e o nada entende que a liberdade é a escolha incondicional que o próprio homem faz de seu ser e de seu mundo. Segundo ele, mesmo quando julgamos estar sob o poder de forças externas mais poderosas do que nossa vontade, nossa escolha é uma decisão livre porque outras pessoas na mesma situação não se curvaram nem se resignaram. Logo, lutar contra a corrupção, contra o mau atendimento em bancos, exigir respeito ao servidor que nos atende em uma repartição pública, é uma decisão exclusivamente nossa e temos total liberdade para agir ou nos omitir.

Para os adeptos do Estoicismo, liberdade não é escolher e deliberar, mas agir ou fazer alguma coisa em conformidade com as leis da natureza, para o bem da natureza. Destaque-se que aqui natureza engloba matéria (Razão) e divino (Divindade).

Espinosa (1632-1677) e Hegel (1770-1831), entendem que liberdade é existir e agir segundo nossa força interna que exprime o que somos, o que sentimos e o que pensamos.

Finalmente, temos a liberdade como possibilidade objetiva, ou seja, a liberdade é a capacidade para perceber que o curso de uma situação pode ser mudado por nós e o poder para realizar aquelas ações que mudem o curso das coisas, dando-lhe outra direção ou outro sentido.

Para refletir: o que é liberdade? Para que serve a liberdade? Somos realmente livres?

4 comentários:

  1. Na minha opinião, a liberdade deve andar de mãos dadas com a tolerância.
    Lembrando que ser tolerante é totalmente diferente de ser permissivo.

    Desta forma, lutar contra a corrupção, as injustiças e o mal atendimento descritos acima no texto está totalmente de acordo com os conceitos de liberdade e de tolerância.

    Sejam livres! Sejam tolerantes! Combatam a permissividade!

    Parabéns pelo texto!

    Arthur C. Ladenthin

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  2. "Aquilo que te liberta, te escraviza." Já pensou nisso?
    Muito bom seu blog. Parabéns pelo conteúdo.
    Abraços

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  3. Arthur, mais uma vez, agradeço por sua visita e, mais ainda, por sua opinião.

    Mama Nunes, agradeço pelo elogio. Estou fazendo minha parte como cidadão e tentando fazer com que mais pessoas acreditem que elas podem e devem ser mais responsáveis para com a cidade, cuja responsabilidade implica somente em participar e discutir as ações políticas dos governantes, como também assumir seus deveres na sociedade em que vivem. A postagem de César de Oliveira nos leva a pensar nisso: depende de nós a mudança.
    Quanto a sua questão sobre escravidão, ela é muito intrigante. Na minha opinião, e diante do texto, cada um tem a liberdade de escolher o seu senhor.

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  4. César de Oliveiraagosto 23, 2009

    "Caro Arthur, perfeita sua leitura. Ser tolerante significa suportar que o "outro" tem o direito de ser como é ou ter sua própria opinião. Muito diferente de ser permissivo, que é ser conivente com atos e comportamentos imorais e antiéticos, muitas vezes apenas para não ser tachado de intolerante.

    Prezada Mama Nunes, a respeito da sua afirmação: a religião liberta e escraviza? O conhecimento liberta e escraviza? As leis libertam e escravizam? Milhões de questionamentos podem ser feitos e o resultado da reflexão, certamente, representará um passo em direção de nosso aperfeiçoamento".

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