As ciclovias como infraestrutura de segurança

Não acontecem muitos acidentes envolvendo ciclistas em Imbituba, levando-se em consideração que temos vias arteriais de acesso sem acostamento e com relevante número de veículos transitando por elas, inclusive de grande porte.

Já com o pensamento voltado para o progresso que se profetizava, vem de tempo minha preocupação com a falta de ciclovias na cidade. Tanto é que na campanha eleitoral de 2004, quando fiz parte do grupo de elaboração do plano de governo do prefeito Beto Martins, especificamente na área de segurança pública, sugeri, dentre outras coisas, a inclusão das ciclovias nos acessos Vila Nova-Centro e Nova Brasília-Centro, as quais foram recepcionadas no referido plano. Para minha decepção, lá se foram quase 7 anos e elas não foram implantadas.

As ciclovias não beneficiarão apenas aos ciclistas que se aventuram a transitar pelas avenidas Renato Ramos da Silva e Marieta Konder Bornhausen, mas também aos motoristas, que muitas vezes, inesperadamente, defrontam-se com bicicletas conduzidas na contramão de direção. Para quem não sabe, os ciclistas têm de pedalar no mesmo sentido das vias.

A situação se torna muito mais perigosa quando o trânsito de bicicletas nessas duas avenidas é efetuado à noite. Sem iluminação, o risco de acidentes eleva-se consideravelmente e os danos físicos podem ser gravíssimos e com sequelas permanentes. Do total de vítimas no trânsito brasileiro, 6% delas são ciclistas.
Há de se ressaltar que a quase totalidade das bicicletas não possui sinalizador intermitente, excelente instrumento de segurança para o tráfego noturno.

No centro da cidade (foto) já não há mais como pedalar em segurança. O trânsito de automóveis nas ruas centrais aumentou de forma substancial, assim como a imprudência e o desrespeito, não havendo mais espaço para as bicicletas. Para o ciclista, a atenção tem de ser permanente, senão poderá ser surpreendido por aquele motorista imprudente que converge sem sinalizar, que para em fila dupla, ou corta sua direção, ou abre a porta sem verificar o fluxo viário. Para essa última situação tão comum, estabelece o Código de Trânsito Brasileiro, no artigo 49: "O condutor e os passageiros não deverão abrir a porta do veículo, deixá-la aberta ou descer do veículo sem antes se certificarem de que isso não constitui perigo para eles e para outros usuários da via."

Entre parênteses. Faz tempo que proibi meus filhos de circularem com bicicletas no Centro, e não sei como há pais que permitem que seus filhos transitem com skates, cujo veículo é muito mais perigoso e a brincadeira poderá ser fatal.

Para o problema das vias urbanas, a implantação das ciclofaixas seria o ideal para democratizar o trânsito e dar segurança aos usuários. Contudo, nunca ouvi nenhuma notícia de que o órgão responsável pelo trânsito da cidade estivesse pensando nessa ideia. Quem sabe depois de lerem este artigo comecem a pensar em algo. Sei, porém, que a dificuldade maior será a resistência dos lojistas, como aconteceu na cidade de Garopaba.

Mas nem tudo está perdido. Numa das noites do Festival Nacional do Camarão, o prefeito José Roberto Martins concedeu uma rápida entrevista a uma rádio de Imbituba, da qual eu ouvi apenas um pequeno trecho, quando ele afirmou que pretende, pelo menos, implantar a ciclovia Vila Nova-Centro, até o fim de seu mandato.

Leitores, não tenho a mínima estimativa de quanto custariam as ciclovias indicadas ou qual o tamanho do problema de reengenharia e convencimento para fixar as ciclofaixas no Centro, porém, sei de uma coisa: a vida não tem preço!

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