Santa Catarina: estado de um partido só

Há muito tempo, venho criticando a grande aliança partidária criada em nosso estado. Isso porque é por demais temeroso à sociedade um governo sem oposição. Sem fiscalização. Sem limites. A oposição é a base da democracia. Governos que não experimentam a resistência política, se põem acima das leis, ignoram a cidadania, não produzem desenvolvimento social e gastam muito mal o que arrecadam do contribuinte.

Já comparei o estado de Santa Catarina à China, no sentido de que aqui, assim como lá, possui apenas um partido político. Se considerarmos que os maiores partidos (PSD, PMDB, PSDB e PP) de nosso estado estão juntos no poder, ficando de fora apenas o PT, não é exagero de minha parte fazer comparação com esse país asiático.
O que foi concebido originalmente como "tríplice aliança", hoje transformou-se num conglomerado partidário. Uma única massa. Uma única voz política.

Mas por quanto tempo o PT ficará na trincheira contrária?
De acordo com informações que começam a surgir, ainda que timidamente, arquiteta-se um plano para que o PT seja inserido no grupo político. Em 2014, a ministra Ideli Salvatti (PT) teria o apoio desse grupo para concorrer ao Senado, e, em contrapartida, seu partido apoiaria a reeleição da dupla Colombo/Moreira.
Embora haja uma grande resistência interna no partido de Ideli, sabe-se que isso poderá ser contornado com uma, digamos, pressãozinha do Palácio do Planalto, tendo em vista que o PSD faz parte da base de apoio do governo federal.

Parece que todos os ícones políticos de Santa Catarina sucumbiram diante de uma astuta engendração de Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e seus asseclas, que institucionalizaram o cabide de emprego com as secretarias regionais, produzindo um campo fértil que atraiu todos aqueles que buscavam um espaço político e de poder. Nesse terreno, semeou-se com dinheiro público a maior organização política que o estado já viu, cujos frutos estão a colher: três governos sequentes e um quarto por vir.

O que parece incompreensível é que a mesma população que se diz indignada com a falta de estrutura na saúde, educação e segurança - áreas vitais de um estado - elege essa sucessão de governos. Por outro lado, é fácil compreender essa atitude popular. Na falta de uma oposição consistente, que não se apresenta como um caminho viável e confiável para a alternância no poder, o eleitorado prefere deixar como está. Além disso, se todos estão juntos agora, como apostar em alguns deles que, porventura, se rebelarem aos 45 do segundo tempo? Para o atual governo, por ventura essa dissidência é quase impossível.

E com esse mosaico partidário, vai-se perpetuando um governo catarinense, enquanto a população não vê nenhuma diferença após a mudança de mandatário. Nem vai. Mudam nomes, não o modo de governar.

(a imagem foi extraída do blog http://matinhoscaioba.blogspot.com.br)

Um comentário:

  1. Confesso que estou confuso com o que está acontecendo na Política de Santa Catarina, em Porto Alegre, em Imbituba e Imarui as quais acompanho de perto. Não dá para entender. Não consigo formar uma opinião. Em Imbituba o que pensei ser uma rebelião de parte de um partido contra a imposição do Presidente regional, que apareceu sobre outra ótica em fusão de erros na execução, no desenrolar dos fatos me pareceu um jogo de cartas marcadas.O vilão pareceu-me que buscava mostrar sua insatisfação com o posicionamento do diretoria Estadual. O mesmo acontece em Imarui, Em Porto Alegre a principal adversária do candidato eleito já o esta apoiando e um partido que era contra ele recebeu dois cargos em comissão e o está apoiando. Beto derrotou os candidatos do Governador e do Vice e assume uma Secretaria. Opinião formada não tenho, somente dúvidas.

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