"Em Imbituba não tem empregos"

Há décadas que ouço reclamações por falta de empregos em Imbituba. Entra governo e sai governo e as lamentações da população são as mesmas, e dentre tantas frases surradas, colho algumas: "não tem emprego", "tem de ir pra fora", "se quiser sobreviver, tem de sair de Imbituba", "tive que deixar a família aqui e ir em busca de emprego em outra cidade".

E por falar em deixar família, vários lamentavam ter de deixá-las aqui, mas acabaram esquecendo delas e se juntaram a outras e nunca mais voltaram.
É de se lembrar, também, que, por alguns bons anos, a saída era os  EUA. Sair só de Imbituba não bastava para arrumar um emprego.
E muitos desses já retornaram e estão empregados. 

Não vou fazer aqui discurso politiqueiro, mas explicitar a minha opinião. Por falar nisso, dia desses escrevi nas redes sociais que eu não estava inserido nelas, nem tinha criado este blog para falar o que as pessoas querem ou gostam de ouvir. Eu estou lá, eu estou aqui, para explicitar o que eu quero dizer. Não tenho nenhum motivo para querer, de forma demagógica, agradar as pessoas que me leem.

Voltemos ao tema.
Recentemente, em um jornal de Tubarão-SC, com base no Caged-Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, foram divulgados dados estatísticos sobre empregos na região, e Imbituba constava como uma das cidades que mais empregos ofereceu. Posteriormente, em dados recentíssimos divulgados - se não estou enganado - no mesmo jornal, informava que Imbituba não havia gerado nenhum emprego em certo período deste ano.

O que o jornal não esclareceu é como são coletados os dados e o que aquelas estatísticas representam. Pior ainda é quando outros profissionais de imprensa, sem qualquer base de informações complementares, repetem o que foi divulgado na notícia original, sem buscar subsídios para seus comentários. E em decorrência disso, surpreendo-me tanto com os comentários desses profissionais, quanto com os comentários de ouvintes e leitores que simplesmente reproduzem o que ouviram ou que leram, sem avaliar os dados. Por exemplo, li no Facebook um comentário de que Imaruí ofereceu mais vagas de emprego que Imbituba. Será que essa pessoa está procurando emprego? Eu não a contrataria! Somente nesse comentário dela já demonstra o conhecimento que ela possui.

Nos últimos anos, mais precisamente nos últimos 8 anos, várias grandes lojas estabeleceram-se em Imbituba  (Magazine Luíza, Salfer, Lojas Adelino, Koerich, Berlanda, Firenze). Por que vieram para cá? Nenhuma empresa dessa investe em uma cidade, se ela não apresentar índices econômicos favoráveis que possam motivar retorno financeiro. Cada loja dessa gera em média 30 empregos diretos. Duas dessas lojas faturam mensalmente mais do que as lojas do mesmo grupo estabelecidas na cidade de Tubarão. Isso demonstra a capacidade econômica que a cidade passou a ter nos últimos anos.

E estamos falando apenas de empresas do ramo comercial. Na área portuária está estabelecida a potente Santos Brasil, cujo desenvolvimento prometido, em decorrência da atividade que ela desenvolve e dos tributos que gerará cada vez mais, com certeza será concretizado. Mas só os que acreditam nisso e se prepararem para esse desenvolvimento conseguirão seu emprego. Os que só reclamam ficarão na estrada, pois verão as vagas de trabalho sendo preenchidas pelos mais capacitados.
Na área industrial, mais de 200 empregos foram gerados, e outras empresas já estão em processo de instalação.
O setor de serviços também cresceu muito em Imbituba, decorrente da iniciativa de muitas pessoas que acreditaram na cidade e em si próprias e se tornaram empresárias.
E ainda se pode citar a hotelaria, que a cada ano mais turistas recebe, necessitando abrir novos postos de trabalho.

Vamos fazer umas reflexões a respeito do desemprego.
Qual a cidade que consegue oferecer tanto quanto necessárias vagas de empregos, ao ponto de dar oportunidades a todos os seus munícipes que estejam em idade laboral?
Mesmo uma metrópole como São Paulo, a maior da América Latina, não consegue dar empregos a todos que estão desempregados. No mês passado estive na capital paulista e, conversando com um atendente de uma cafeteria, disse-me que sua família morava em Santos-SP, mas não havia emprego lá e ele precisava trabalhar para concluir sua faculdade de Psicologia, e por isso teve de se mudar para São Paulo-SP.

Se formos pensar num plano macroeconômico, é de se salientar que o país adotou o sistema capitalista, o qual necessita, para o bom funcionamento de suas engrenagens sistêmicas, de um percentual de mão-de-obra reserva, ou seja, de uma parte da população que esteja permanentemente desempregada. E essa necessidade é patente em todos os demais países capitalistas.

Mas algumas perguntas são necessárias com referência a nossa cidade, pois é ela o ponto de debate neste artigo. Se aqui não tem tantos empregos como reclama a população, por que há milhares de pessoas de outras cidades, de capitais e estados aqui estabelecidas - e muitas bem estabelecidas? E não param de chegar. Como elas conseguem empregos, enquanto os nativos alegam que lhes faltam oportunidades? Faltam oportunidades de emprego ou interesse e escolaridade? Será que não está faltando um pouco de empenho para estudar mais, para se capacitar ou se aperfeiçoar no que faz?
Certo dia, não faz muito tempo, uma atendente de lanchonete não conseguiu servir-me com eficiência um simples café! Das duas uma: ou a lanchonete não se preocupa com qualidade ou está faltando mão-de-obra até para servir café!

Cada indivíduo tem de saber o que deseja e o que lhe satisfaz. Ir em busca de seu sonho ou de sua necessidade. Evidentemente, que o Poder Público, mais especificamente o Estado-Social, deverá instituir ações que levem a um equilíbrio entre a produção e a mão-de-obra reserva, bem como possibilitar melhorias na educação para preparar seus jovens para o futuro.
Aqueles, porém, que deixaram o banco escolar e não estão qualificados para o trabalho, não esperem pelo governo, pois ele tem de se preocupar muito mais com quem ainda está na escola, e não com aqueles que dela já saíram.
É bom salientar que a prefeitura tem oferecido cursos profissionalizantes, mas a procura tem estado aquém do esperado.

Não acredito, porém, devo frisar, que por mais que a cidade desenvolva-se economicamente, haverá empregos para todos, pois além do crescimento natural da população, muitos migrantes para cá virão em busca de empregos.
Então, educação, capacitação e aperfeiçoamento são as credenciais para você conseguir um emprego, seja aqui ou em qualquer outro lugar.

No próximo artigo trarei dados estatísticos oficiais sobre geração de empregos em Imbituba.

5 comentários:

  1. Perfeito o post. O povo de Imbituba é muito acomodado e sem visão alguma. Prova disso são os diversos estabelecimentos que são tocados por pessoas que nem de Imbituba são. Tenho um portal na web que levantei com suor e dedicação e alcancei um bom número de anunciantes e tentei alguém para arrendá-lo de mão beijada com salário inicial e tudo e por incrível que pareça poucos se interessaram e quem se interessou ficou com medo. O povo quer é coisa de mão beijada, ganhar alto e se dedicar pouco, sabe quando isso vai acontecer nunca. Emprego e serviço tem basta querer.

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  2. Pessoas que agem deste modo: Não querendo enxergar o crescimento sócio/econômico de Imbituba nos últimos, estão prestando SIM UM GRANDE SERVIÇO à Imbituba, cuja ação serve para as pessoas refletiram o porque de tanta cegueira e descobrir que são aquelas(les) “baba-ovo”, “viúvas” do tempo que ao ser plantado uma florzinha no centro da cidade iam aplaudir; são aqueles(las) que agora “compraram partido de aluguel” para tentar voltar ao poder a OLIGARQUIA de Imbituba, aquela mesma que o Dr. Zanatta muitos anos tentava combater com o seu berrante no centro de Imbituba. A cegueira destes bajuladores, por si só se justifica e serve de fluído para esclarecer o povo.

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  3. Sergio,está faltando pedreiros e serventes em Imbituba. O que está trabalhando numa casa em frente a minha nem bem terminou e já iniciou outra, e já tem outro interessado nele esperando. Como ele ensina bem seus auxiliares este estão sendo contratados na função de pedreiros. Se quiserem aprender tem serviço e está muito bem remunerado. Um novo servente que ele contratou está recebendo o dobro que recebia como cortador de pedra e em breve vai ser pedreiro, está aprendendo rápido. A construção tem nove meses e dois serventes já foram substituidos e estão trabalhando por conta própria.Estão migrando muitos gaúchos para Imbituba para trabalhar no comércio, nas escolas e se estabelecendo como comerciantes.

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    1. Totti, depois do comentário de Laudenir, comentei pessoalmente com ele sobre o esquecimento de mencionar a construção civil em Imbituba. Nunca se construiu tanto em tão pouco tempo. Infelizmente, falta muita mão-de-obra qualificada nessa atividade econômica.

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  4. é realmente não esta fácil.
    Eu tenho varios cursos e faço faculdade e nao consigo nenhum serviço aqui em imbituba!

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