Entrevista com Rosenvaldo Silva Júnior (PT), candidato a prefeito

Como em todas as outras entrevistas feitas para este blog, as perguntas foram encaminhadas através de mensagens eletrônicas e, da mesma forma, as respostas foram recebidas.
Eu mantive contato pessoal com o médico Rosenvaldo Silva Júnior, atual candidato a prefeito pelo PT, e o convidei para uma entrevista para o blog, cujo convite foi aceito. Vamos à entrevista!

Como descreveria o cidadão Rosenvaldo Silva Júnior? 

Primeiramente, Obrigado pela oportunidade de interagir com teus leitores.
Descreveria Rosenvaldo Jr. como alguém tranquilo, caseiro, preocupado com a família, alegre, sempre disposto a um bom papo com amigos.
Em sociedade, alguém trabalhador, que ama o seu trabalho, a medicina, e por isto cumpre com prazer as suas obrigações.
Alguém preocupado com as injustiças sociais, com o futuro de nossa cidade, de nosso Brasil, de nosso planeta.

Por que optou por uma filiação ao PT, sendo que seu pai esteve filiado em partidos conceituados como de direita?

Porque o Partido dos trabalhadores sempre foi o partido com o qual mais me identifiquei, em termos de minhas convicções políticas, sociais e ambientais. Por isto, sempre fui eleitor do PT, antes mesmo de ser filiado.
Além disto, posso dizer, ainda, que em minha casa sempre tivemos um relacionamento absolutamente democrático e meu pai e eu sempre respeitamos mutuamente o posicionamento político de cada um, sendo ele, acima de tudo, alguém que eu respeito e admiro pela ética, honestidade e trabalho. Com toda a certeza, estará comigo na campanha.

Dia desses um cidadão postou no Twitter que está havendo falta de respeito com sua candidatura, em razão dessa polarização Christiano/Jaison. E observo que a própria mídia não dá a sua candidatura o mesmo espaço que oferece às outras duas. Como o senhor analisa essa polarização das eleições municipais?

Não acredito que isto reflita falta de respeito ou mesmo desinteresse a nossa candidatura. Atribuo o fato de menor exposição na mídia a dois fatores: o primeiro, de não estarmos com nossa campanha na rua, ainda, tendo do outro lado pessoas que se colocam como candidatos há 2 anos. Em breve, estaremos com nosso material e nossa militância nas ruas, melhorando nossa visibilidade.
Segundo, a atual exposição dos outros candidatos se deve mais a fatos de polícia do que de política. Acredito que esta exposição de ambos mais nos fortalece do que fragiliza.

Eu vejo essa campanha eleitoral como a mais rancorosa e perigosa, no sentido de insegurança propriamente dita. Qual a análise que o senhor faz sobre esse momento tão democrático e, ao mesmo tempo, com nuances ditatoriais? Ou o senhor não tem essa mesma visão do que está ocorrendo?

Tenho esta mesma visão e temo pelo clima em Imbituba, nos próximos meses. Acredito que tal fato se acontece porque algumas pessoas e grupos políticos ainda acreditam que tudo podem para alcançar ou manter o poder. É hora de refletirmos e mostrarmos que na urna todos somos iguais, cada voto vale 1 voto e, juntos, quem tem o poder de verdade vai ser o povo.
Solicito, a todos, paz e tranquilidade. Vamos manter as discussões no campo das ideias.

Pelo que ouvi dizer, sua candidatura foi assediada pelas duas coligações. O que fez o PT optar em manter uma candidatura própria?

Alguns fatores nos fizeram optar pela candidatura própria e eu citaria como principais:
1. a necessidade de termos em Imbituba um projeto para a cidade que tenha o jeito do PT governar, com transparência, participação popular, alinhado ao governo federal;
2. a experiência da última eleição municipal, onde a coligação com um setor que historicamente não comungava de nossa linha, que foi desastrosa eleitoralmente e desmobilizou a militância;
3. a divisão dos partidos que estavam no poder municipal, que os enfraqueceram e abriram a real possibilidade de uma vitória do Partido dos Trabalhadores em Imbituba.

Em uma entrevista à Rádio Bandeirantes, o senhor avaliou a administração atual com nota 7, enquanto o candidato Christiano Lopes (PSD), que fez parte do governo até início de 2011, aprovando os projetos do Executivo, avaliou como 5, mesmo o partido dele tendo secretarias no governo. Essas avaliações não soariam contraditórias aos ouvidos do eleitor, tendo em vista que quem fazia parte do governo avaliou pior do que quem sempre esteve na oposição?

A minha nota realmente foi 7 e continua sendo 7, porque a oposição tem que ser coerente e inteligente. Eu não posso dizer que um governante fez tudo errado só porque eu não o apoio. O governo atual teve muitos acertos, no desenvolvimento da cidade, na questão de infraestrutura, de equilíbrio fiscal. Muito, claro, proporcionado pelo bom momento vivido no país, pelos acertos do governo federal e pelos investimentos de Lula e Dilma em Imbituba, no porto, na BR 101.
Contraditório, sim, é a nota do outro candidato. Eu não sei se a nota é para antes ou depois de ele desembarcar do governo. Se for de antes, por que demorou tanto a sair? Se for depois, o que mudou tanto no último ano?

Seu partido sempre consegue excelentes votações em Imbituba para presidente da República, mas não consegue para vereador e prefeito. Onde está o problema? O eleitor estaria votando fisiologicamente quando as eleições são municipais?

Acredito sim, Sérgio, que o eleitor tenha uma tendência maior ao voto fisiológico nas eleições municipais. O poder econômico exerce uma força muito grande nas eleições a prefeito e vice, e principalmente a vereador. Quem vive a política eleitoral nesta fase, enxerga muito claramente isto, não é?
Por outro lado, reconheço, também, que existe uma falta de identificação do eleitor do Lula, da Dilma, da Ideli, com o candidato municipal do PT. Acredito que o meu nome ajude a quebrar isto, e vamos nestes meses de campanha procurar aumentar esta identificação e a confiança no trabalho de Rosenvaldo Júnior/Eduardo.

Há uns 20 anos atrás eu tentei, digamos assim, filiar-me ao PT, mas observei o que costumamos chamar popularmente de "panela" dentro do partido, o que me fez recuar. O que está faltando para o PT ganhar filiados e força em Imbituba? 

Acredito que esta questão de "panela" não exista. Pode até ser uma impressão histórica, deixada no início do partido. Mas hoje, temos aumentado bastante o número de filiados e simpatizantes. Existe dificuldades neste ponto, também, com o temor que existe em setores da sociedade, de se filiarem em um partido de oposição e, por isto, acredito que uma participação efetiva na Câmara e na administração municipal vai auxiliar bastante no crescimento partidário.

Na primeira vez que o PT elegeu um vereador em Imbituba, contou com meu voto, mas não vi uma boa atuação do partido para manter a cadeira na Câmara. Eu mesmo não votei na eleição seguinte. O discurso de oposição é sempre mais fácil? E quantos vereadores o PT estima eleger em Imbituba nesta eleição?

Discordo com relação ao mandato de vereador, que ocupamos de 2000 a 2004. Evaldo, juntamente com Dorvalino e Ledeir, que participaram do rodízio de mandato, apesar de isolados na oposição, elevaram em muito o nível das discussões na Câmara, além de deixarem marcas que persistem até hoje na Lei do saneamento básico, no Plano Diretor do Município, na redução das férias legislativas etc. Aliás, o mandato de vereador credenciou Evaldo a disputar em 2004 a Prefeitura Municipal, recebendo naquela eleição quase 20% dos votos.
Na atual eleição, estamos estimando eleger prefeito e vice, chegando entre 10.000 e 11.000 votos, e elegermos 2 vereadores, com votação na legenda em torno de 4.000 votos.
Sabemos das dificuldades, mas estamos nos preparando e organizando para enfrentá-las e por isto não é sonho nem utopia a vitória do PT em 2012.

O PT não está envolvido nas questões judiciais que ocorreram desde a convenção do PMDB (sumiço de ata, suposta oferta de dinheiro e de vantagens). O não envolvimento do PT deverá resultar em mais votos para sua chapa?

Com certeza, todas as questões envolvendo a convenção do PMDB, compra de votos, sumiço de ata, Polícia Federal, aumentaram a simpatia pela nossa candidatura e isto aumentará a votação de Rosenvaldo Júnior/Eduardo. É este o clima que sentimos na rua. A declaração espontânea de voto em nossa chapa, por conta do descontentamento com esta situação, digamos vergonhosa, é o que nos dá confiança na vitória.

O que o eleitor poderá esperar de seu partido e do senhor, se for eleito?

O eleitor pode esperar, acima de tudo, muito trabalho, e trabalho sério, honesto. Ainda esta semana, estaremos divulgando nosso plano de governo por este meio. 
Podemos adiantar que ele se divide em 3 eixos principais, que são a Gestão Participativa, Democrática e Transparente, o Desenvolvimento Econômico Sustentável e as Políticas Sociais.
Estes 3 eixos se dividem em ações como o Orçamento Participativo, o Portal da Transparência, a coleta seletiva de lixo, lixo eletrônico e óleo de cozinha, a Fundação Municipal de Cultura e o Centro Integrado de Cultura, o fortalecimento dos conselhos municipais, criando também o conselho municipal de transporte coletivo e mobilidade urbana, desenvolvimento de ciclovias, criação da secretaria municipal do Porto, o plano de carreira do funcionalismo público municipal, atenção especial ao Hospital São Camilo, para que possa atender com qualidade e de maneira humanizada etc.
É por isto que estaremos nestes próximos 3 meses pedindo o apoio e o voto do imbitubense. Pedindo acima de tudo o voto consciente, o combate à corrupção eleitoral e à compra de votos. 
DÊ UM VOTO DE CORAÇÃO POR IMBITUBA. VOTE 13!

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