Polícia Civil paralisará atividades após o feriado

Policial civil de Tubarão doando sangue

A Polícia Civil de Santa Catarina paralisará suas atividades nos dias 16, 17 e 18/11, período em que atenderá apenas casos de urgência.

A paralisação temporária faz parte do movimento da categoria que busca reivindicar melhorias salariais, já que os policiais civis estão há mais de 10 anos sem ter seus salários reajustados, embora a Constituição Federal determine que os servidores públicos terão seus vencimentos corrigidos anualmente. Todas as reivindicações desses servidores já foram publicadas neste blog.

Na tarde de hoje, as entidades de classe (SINTRASP, SINPOL e ADEPOL) divulgaram nota conjunta sobre o andamento das negociações com o governo e a paralização que ocorrerá na próxima semana. A união das três entidades foi apelidada de "tríplice aliança". Qualquer semelhança com a designação da tríplice aliança política que disputou as eleições estaduais pode não ser mera coincidência.

Veja agora o que funcionará ou não nos dias da paralisação:

NOTA CONJUNTA

Caros colegas, vocês vêm acompanhando diariamente a luta de toda a classe em busca de uma dignidade salarial para todos os policiais civis de Santa Catarina.

Nessa manhã, quando estavam reunidos ADEPOL-SC, SINPOL-SC e SINTRASP, tendo em vista que foi o prazo estabelecido para o governo do Estado apresentar uma proposta concreta de reposição salarial, recebemos uma ligação do Sr. Vice Governador Eduardo Pinho Moreira, condutor das negociações, de que o Sr. Governador Raimundo Colombo decidiu que vai apresentar somente no dia 17 de novembro uma proposta que atenderá a todos os segmentos da Segurança Pública.

Apesar de reconhecermos todo o esforço do Sr. Vice Governador na condução das negociações, entendemos que a decisão do Governador de atender a todos os segmentos da Segurança Pública de forma linear prejudicará sobremaneira a Polícia Civil. Tendo em vista que, como o próprio Raimundo Colombo reconheceu, a situação da Polícia Civil é a pior entre os servidores de todo o Estado.

Diante disso, deliberamos:

1. Manter a paralisação parcial decidida em Assembleia Geral para os dias 16, 17 e 18 de novembro de 2011. Para tanto, já deixamos as seguintes diretrizes para serem seguidas por todos policiais civis:

Policiais de Tubarão rumando para doação de sangue

a. Permanecer todo o efetivo policial nas delegacias, trajando as camisetas do movimento.

b. Manutenção dos serviços essenciais, como lavratura de prisão em flagrante delito; cumprimento de ordens judiciais e medidas protetivas de urgência.

c. Somente serão feitos registros dos seguintes crimes: homicídio, latrocínio, roubo, extorsão mediante sequestro, estupro e pedofilia; sempre orientando o cidadão a registrar as demais ocorrências pela internet;

d. Não serão realizados serviços de atendimento ao público nas CIRETRANS e CITRANS, como vistorias em veículos, exames em processos de habilitação, emissão de documentos de veículos e habilitação;

e. Não serão emitidos atestados de antecedentes e alvarás de qualquer natureza.

2. Convocação de Assembleia Geral conjunta de toda a classe Polícial Civil, ADEPOL-SC, SINPOL-SC e SINTRASP para a próxima sexta-feira, 18 de novembro, às 14 horas, no Golden Executive Hotel, que fica na Rua São Benedito, número 50, no Bairro Serraria em São José. A Assembleia servirá para apreciação de eventual proposta do governo que deverá ser apresentada no dia 17 de novembro, e os rumos do movimento.

As entidades ressalvam que o momento é crucial para o sucesso de nossas reivindicações, sendo que todo o esforço de cada policial civil em atender as recomendações acima e se fazer presente na Assembléia Geral ditará o futuro da nossa Instituição.

Atenciosamente,

Diretorias ADEPOL-SC, SINPOL-SC e SINTRASP

Governador cumprimentando policiais civis de Imbituba

As entidades dirigindo o movimento de forma que ele seja ordeiro e silencioso, e não desejam que a greve seja utilizada como instrumento para forçar o governo a atender as reivindicações da categoria, pois sabem que a greve, embora seja um instrumento democrático, trará prejuízos à população catarinense.

Por Toda a Santa Catarina as ações do movimento consistem em instalação de outdoors, uso de camiseta padronizada com informando sobre a mobilização, manifestações nos meios de comunicação informando à população a situação da Polícia Civil no estado, passeatas e doações de sangue. Além dessas, também foi estabelecida a operação CQC, que consiste na presença de policiais civis vestindo a camiseta do movimento em todo o evento que houver a presença do governador, o que ocorreu também em Imbituba, na manhã de ontem (foto acima).

(A última foto deste post foi produzida e cedida pela jornalista Lorraine de Amorim)

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