"Serei candidato a vereador em 2012" - parte II

Como eu falava na 1ª parte deste tema, a questão escolaridade sempre faz parte da discussão quando o assunto é candidatos a cargos eletivos do Poder Legislativo. E o que se observa é que até mesmo eleitores com pouca instrução defendem a exigência de um melhor nível escolar como requisito à candidatura. Por outro lado, associam a honestidade àqueles com menor poder econômico, como se todos os que possuem maior poder aquisitivo foram desonestos para alcançarem um melhor nível social.

O que se pode verificar nessa profusão de requisitos apontados pelo eleitor que desenha o candidato perfeito é que ele costuma analisar o candidato ideal, mas pouco se fala do eleitor ideal. A única exigência constante nesse ponto é que o eleitor não venda seu voto (o que já seria magnífico). E se especula que quem menos dá importância a seu voto é o eleitor de pouca instrução e hipossuficiente economicamente. Particularmente, eu discordo dessa opinião. Ainda que possa haver uma prevalência para que essa classe social seja mais vulnerável aos apelos da corrupção eleitoral, não se pode afirmar que o eleitor com melhor escolaridade e padrão de vida não se curva diante das oferendas eleitorais, principalmente quando o emprego público é a moeda de troca.

Com base em recente pesquisa estatal, apresentada hoje no seminário Políticas Públicas para uma Nova Classe Média, idealizado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) do governo federal, as eleições de 2014 serão definidas pela população da classe C, que percebe hoje entre R$ 1.064,00 e R$ 4.561,00, representando nas próximas eleições estaduais e federais 57% do eleitorado brasileiro. A classe média, portanto, pela primeira vez, poderá, sozinha, eleger o presidente do Brasil.

Diante dessa nova realidade social em 2014, como votará o eleitor? Saberá melhor escolher seus candidatos? Haverá menos venda/troca de votos, já que a situação econômica estará melhor? O eleitor será mais crítico e dará maior importância à política como meio de desenvolvimento econômico-social? Permanecendo a mesma situação e sendo eleitos os mesmos políticos que criticamos hoje, quais serão as teorias que justificarão o voto do eleitor?
Já para 2012, haverá um eleitorado economicamente mais forte, comparado com aquele que elegeu vereadores e prefeitos atuais. O fator econômico trará mudanças no quadro político?

Na minha opinião, o simples fato de ter mais dinheiro no bolso não significa que o eleitor mudou de opinião quanto ao processo eleitoral e ao futuro do país nas mãos dos que estão no poder. Boa parte desse contingente acredita que sua situação social depende mais de si próprio que dos políticos que governam o Brasil, justificando com isso seu desinteresse político.
Os eleitores podem até estar comendo melhor, mas a política ainda não entrou no cardápio do cotidiano.

Nota: Quando escrevi a 1ª parte deste tema, prometi que a 2ª parte seria publicada naquela mesma semana, mas não cumpri, por motivos que apontei no Twitter. Ainda bem que não sou candidato.
Pretendo escrever a 3ª e última parte, mas prefiro não arriscar uma data para essa publicação.

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