Aparecimento da aranha-marrom em Imbituba preocupa a vigilância epidemiológica

Faz umas duas semanas que ouvi dizer que um imbitubense teria sido picado por uma aranha-marrom. Duvidei da história, pois não ouvi mais ninguém falar sobre esse fato, que seria gravíssimo, embora esse aracnídeo possa existir em qualquer lugar do Brasil, havendo várias espécies, de acordo com a região.

Ontem, a leitora Marlene Kjellin enviou-me mensagem informando que a vigilância epidemiológica teria confirmado a presença de aranhas-marrom em Imbituba.
Marlene informou também que uma parente sua, residente em uma cidade do norte de Santa Catarina, foi a óbito cinco dias depois de ser picada pelo inseto. Para tentar salvar a sua vida, os médicos amputaram o braço que sofreu a picada, mas o procedimento não obteve êxito.
Marlene disse que a secretaria municipal de saúde irá promover divulgação sobre a aranha-marrom e sua periculosidade, e também informou que, conforme soube na própria secretaria, já existe soro no Hospital São Camilo para combater o efeito do veneno dessa aranha, que provoca a coagulação do sangue.

O Paraná é considerado o Estado que possui mais casos de picadas de aranha-marrom, e Curitiba pode ser considerada a capital mundial desse tipo de aracnídeo.
Conforme li em um texto na internet, produzido a partir de informações de um laboratório de pesquisas da Universidade Federal do Paraná, "na década de 80 a aranha-marrom era encontrada fora das casas, sendo predominante em ambientes como buracos de tijolos, embaixo de cascas de árvores ou em entulhos de material de construção. Mas, a partir da década de 90, as aranhas começaram a ser identificadas dentro das casas." Essa mudança foi provocada por diversos fatores. "O desmatamento em conseqüência da construção civil, o aumento das temperaturas e o perfil comportamental da própria população, que tem como costume guardar entulhos dentro de casa, facilitaram a proliferação da aranha".
"Aliadas a isso, estão a falta de predadores naturais - lagartixas, sapos e aves -, e a rápida reprodução. Uma aranha fêmea tem uma vida média de cinco anos, e pode colocar nesse período cerca de 250 filhotes."

Saiba mais sobre a aranha-marrom

-nome científico: Loxosceles gaucho, L. laeta, L. intermedia;

-tem uma coloração marrom esverdeada e seu corpo total raramente ultrapassa os 3 centímetros;

-é uma espécie de aranha doméstica, encontrada em locais escuros e úmidos como quina de pias, rachaduras de parede, livros, telhas e tijolos empilhados;

-muitas aranhas inofensivas se parecem e vivem nos mesmos locais da aranha marrom, mas somente um especialista tem condição de fazer a distinção com segurança;

-como sua picada não é muito dolorida, muitas vezes a pessoa pensa tratar-se de alguma "farpa" presa à roupa e não dá muita importância. Seu veneno produz necrose no local da picada. É necessário soroterapia específica e acompanhamento médico.

-dentre as aranhas, a marrom é considerada a mais venenosa. As aranhas peçonhentas não fazem teias, exceto a marrom; sua teia é irregular e semelhante a um chumaço de algodão;

-possui hábitos noturnos, só pica quando não há possibilidade de fuga, por isso os acidentes mais comuns ocorrem quando a vítima a esmaga contra o corpo, ao se vestir. Vive no meio das folhas e tijolos e, à noite, sai para alimentar-se;

-em casos de picada (casos mais graves) a dor no local é intensa, surge febre e mancha roxa. A urina torna-se escura e nesta fase as complicações renais põem a vida da vítima em risco. Decorrido algum tempo é comum o aparecimento dos seguintes sinais e sintomas:
* dor local
* inchaço
* vermelhidão
* febre (em alguns casos)
* crostas escuras e duras são comuns nos locais da picada sendo possível encontrar ainda, áreas arroxeadas, bolas e gangrena local
* urina com sangue é uma característica tardia.

Para evitar acidentes:

Como evitar acidentes por aranhas

-manter jardins e quintais limpos. Evitar o acúmulo de entulhos, lixo doméstico, material e construção nas proximidades das casas, inclusive terrenos baldios

-evitar folhagens densas (trepadeiras, bananeiras e outras) junto às casas; manter a grama aparada;

-em zonas rurais, casas de campo, sacudir roupas e sapatos antes de usá-los;

-não pôr a mão em buracos, sob pedras, sob troncos "podres";

-o uso de calçado e de luvas pode evitar acidentes;

-vedar as soleiras das portas e janelas ao escurecer.

Os leitores que tiverem interesse em receber material produzido pela secretaria municipal de saúde de Curitiba, contendo todas as informações e fotos sobre o assunto, basta solicitar através do e-mail blogpenadigital@gmail.com.

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