Vizinho: esse ser que reside ao seu lado - parte I

Existem incontáveis tipos de vizinhos. Loucos, sérios, bisbilhoteiros, curiosos, "barraqueiros", fofoqueiros, nervosos, solidários, altruístas, amigos, irritantes, barulhentos, estranhos, enfim, há vizinho para qualquer gosto — ou desgosto. Um fato, porém, é certo: você pode escolher seus amigos, mas dificilmente poderá escolher seus vizinhos.

Em cidades muito pequenas, entendo que a vizinhança não é uma ameaça. São formadas por pessoas que ainda guardam em si o respeito pelos que moram ao seu redor, participando do seu cotidiano, colaborando até com a educação dos filhos dos que moravam ao lado. E foi quase numa vizinhança com essas características que passei minha infância, graças a Deus. Era comum se pedir emprestado um pouco de açúcar, arroz, feijão, para ser devolvido no dia em que se fosse ao mercado ou na data do recebimento do salário.

As cercas — quando haviam —, geralmente feitas de madeira bruta, eram o local onde se sabia dos acontecimentos da vida alheia. Afinal, a fofoca é um dos males mais antigos que existe, e muitas vezes provoca sequelas para uma vida inteira, quando não destrói uma pessoa ou uma família inteira. E é vivenciada — por vezes apreciada — em todas as classes sociais.

Mas voltando aos vizinhos, esses podem se tornar o céu ou o inferno em sua vida. Quem não conhece alguém que não suporta o vizinho ou já se incomodou muito com algum?
Aquele ditado de que a boa cerca faz o bom vizinho já não serve mais para os dias atuais. Hoje, a cerca já não é o bastante. A distância causa melhores efeitos. Mas como manter distância, se os lotes são pequenos ou se mora em apartamentos?

Atualmente, é o barulho que mais interfere na relação de convivência entre vizinhos. Principalmente quando se vive em condomínios fechados ou em prédios residenciais. Som alto, cachorros latindo o dia todo, crianças berrando, festinhas até a madrugada, estouros de foguetes durante a noite, em comemoração a qualquer coisa, brigas frequentes de casais ou até mesmo os toc-toc dos saltos de sapatos no piso superior são uma constante na vida de muitos que já perderam a tranquilidade dentro de suas próprias casas.

O lixo também é uma causa comum de conflitos. Sabe aquele vizinho que costuma colocar seus dejetos em frente a sua casa? Ou o cachorro do vizinho que vive solto na rua e usa seu portão como banheiro? Ou aquela fossa que vive exalando a discórdia e acabando com seu almoço?

E diante de problemas dessa natureza, como resolvê-los? O vizinho passa a ser um intruso em sua vida, sem que para isso esteja dentro de seu quintal ou de sua casa. As péssimas ações dele invade sua intimidade ou privacidade e atinge em cheio seu direito de descanso, de sossego, de propriedade.
E não é fácil encontrar soluções para questões dessa natureza.

A melhor solução seria conversar com o vizinho. Mas como ele receberá suas queixas? Compreenderá? Fará cessar o problema e continuará tendo a mesma amizade?
E, se já não há bom relacionamento, como conversar com ele — ou com ela?
Não é tarefa nada fácil. Ainda mais quando você já vai acreditando que o vizinho não compreenderá seus lamentos e madará você cuidar da sua vida! Se não mandar você...(censurado!)

Como resolver os problemas de vizinhança será a segunda parte deste tema. Aguardem.
Deixo para vocês uma história inusitada gerada pela desavença entre vizinhos, que teria acontecido no Estado de Utah (EUA).

4 comentários:

  1. Pena, tenho ótimo relacionamento com meus vizinhos, graças a Deus, o que é raro para uma pessoa com meu hobbye, radioamadorismo. Nunca provoquei interferência na TV de ninguém, sempre tive minha estação bem regulada. Portanto, a altura do muro de minha casa (2,50m) não é para afastar os vizinhos, e sim para minha segurança mesmo. Porém nem sempre foi assim comigo. Lembro-me de quando criança, morando em Nova Brasília mesmo, de 2 vizinhas que eram o terror da rua. Apagavam as luzes da sala e ficavam espiando pela janela a noite para ver o que acontecia na casa da frente ou nas casa ao lado. Chegamos certa vez, eu e meus amigos, a dizer que elas faziam parte da AFUCAM, Associação das fofoqueiras unidas do campestre. Essa experiência me fez ter verdadeiro pavor de fofoca, de bisbilhotas a vida alheia. Testemunhei os males que a fofoca pode provocar, inclusive, como você mesmo disse, destruindo uma familia. Tudo isso para que? Por pura maldade mesmo. Acredito que na cabeça dessa gente, ao fofocar eles acabam esquecendo um pouco da insignificância de suas vidas. Passam a comparar suas vidinhas medíocres com as de outras pessoas numa tentativa de se iludir achando que vivem num mar de rosas. Mentem para si mesmo.
    Certa vez quando jogava-mos bola na rua a noite, ao perceber que haviam duas vizinhas dessas bisbilhotando por detrás de suas cortinas encardidas, com a luz da sala pagada, avisei pra turma, sabe o resultado? Baixamos as bermudas e mostrando bunda pra elas. Resultado, maior bafá fá, rebuliço mesmo. Teve vizinha de ropão na rua nos chamando de desacarados, mas após esse fato nunca mais tivemos a incomoda platéia.
    Forte abraço
    Alisson Raniere Berkenbrock.

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  2. Meu caso é triste, pq minha vizinha tem problema mental, e a família deixa ela morar sozinha, pq ninguém suporta ela, e ela joga pedra, telha, tijolo, na minha casa. Chegou a situação de eu ter q fazer corpo de delito, pq me machucou! Vamos ver no q dá, vou pedir internação judicial. Com exceção dessa vizinha, sempre me dei bem com todos, tenho amizades até hoje, com vizinhos q já se mudaram há anos..

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    1. Bem, nesse caso só lhe resta mesmo tentar a via judicial, até mesmo para forçar o Ministério Público, quem sabe, a tomar providências pelo abandono da família, se for o caso.

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  3. Boa noite. Os filhos do meu vizinho, de aprox 8 e 11 anos,ficam subindo no muro pra atentarem meus cachorros e olhar quando estamos de biquine tomando sol no quintal,um exemplo. Jah fui lah pedir aos pais que eu nao quero saber disso. Gostaria de saber se alem de subir o muro, se na lei penal, tenho algum direito por essa invasao de privacidade. Fora que fazem festa todo final de semana o que incomoda bastante, som alto, gritaria...tenho um filho de 2 anos e custo faze-lo dormir a tarde por causa dessa falta de respeito. Oque tenho de direitos na lei penal por favor.

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