"A fé não precisa subir o morro pra chamar atenção!"

O título desta postagem é o mesmo que foi utilizado no texto abaixo, que foi encaminhado por email a inúmeros imbitubenses. Embora o texto tenha a data de outubro de 2009, eu o recebi somente no final do ano. Após recebê-lo, solicitei autorização do autor para publicá-lo no blog. Concedida a permissão, publico o texto de Renê Antônio Pires Júnior,
imbitubense nato e apaixonado pelas belezas naturais de nossa cidade:
A natureza está sempre em segundo plano, quando se trata de desenvolvimento turístico, industrial, etc.

Fala-se tanto em preservação das florestas!! Mas ao enxergar lucros, o homem esquece tudo! Aí vem: derrubada de árvores, desvio do curso de rios, corrupção dos órgãos ambientais... Em fim, destruição da pouca riqueza natural que ainda resta ao planeta.

Agora querem construir lá no topo do Morro da Antena um monumento com 45 metros de altura em homenagem a Santa Paulina, além de restaurante e lojas de conveniência...

Nada contra a Santa, nada contra a religião católica, nem tão pouco aos idealizadores do projeto. Mas tudo contra a invasão do morro, seja ela de caráter turístico, industrial ou residencial.

Será que não basta a exploração de jazidas?

Todos sabem: O maior predador da natureza é o próprio homem!! Aonde ele vai deixa seu rastro nefasto.

Imaginem uma peregrinação no morro. Quantas pessoas irão deixar seu lixo pelo caminho? Ainda mais com restaurante e lojas lá em cima!

Além desta e outras conseqüências, podemos citar mais, são elas: especulação imobiliária, favelização do morro, etc...

Olhem o que está acontecendo com a Lagoa da Bomba, as dunas da Ribanceira, o Rio D'una!

Imbituba tem potencial turístico a ser explorado, sim! Mas justamente no morro? Com tanta área aqui embaixo!

A Santa já possui seu espaço, bem ali, no pé do mesmo morro! Por que agredi-lo novamente?

O recurso deste projeto poderá ser usado em melhorias do espaço já existente, e até para coibir invasões no morro.

Minha gente, este morro é um patrimônio natural incalculável. E está aqui, bem do nosso lado. Poucas cidades possuem uma floresta de Mata Atlântica. Ainda mais assim, tão próxima.

Somos privilegiados com esta exuberância de fauna e flora! Temos o dever de preservá-la.

“Todos os dias, os jornais nos mostram as enxurradas colocando as construções em morros nos seus devidos locais”.

Tenho uma enorme paixão por minha cidade e por toda fauna e flora do planeta!

Imbituba, 22 de outubro de 2009

Renê Antônio Pires Junior
Penso que para administrar uma cidade não é necessário ser um excelente administrador ou político. Penso que não é necessário obras monumentais. Penso que é, porém, imprescindível amar a cidade e respeitar seu povo!

(foto de Thiago Antunes)

17 comentários:

  1. Concordo com o pensamento do autor do post. A preservação da natureza vem recebendo a mesma atenção que a educação. Prioridades no discurso, mas na prática são sempre relegadas a um segundo plano. Tudo em nome de um "progresso" que está nos levando à iminência da extinção. A escolha é nossa: cuidar ou desaparecer! Ou repensamos e recriamos nosso modo de produção e consumo ou estamos fadados a conhecer o destino dos dinossauros. Pequenas medidas, como o protesto do senhor Renê Pires Júnior, são necessários e ajudam na preservação daquilo que ainda resta.
    Enfim, acredito que a própria santa não concordaria com a medida. Afinal, aquele que foi a razão de seu ministério...categoricamente afirmou : " Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância". (Jo 10,10).Ter vida em abundãncia é muito mais do que promover o turismo e com isso gerar renda. Ter vida em abundância é promover o desenvolvimento sustentável, possibilitando a todos o usufruto racional dos recursos do Criador.
    Arrison Berkenbrock

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  2. Acredito que conciliar crescimento econômico com preservação dos recursos naturais é grande desafios de todos os governos na era em que vivemos. O crescimento sustentável infelizmente não se torna possível ou viável na maioria dos casos, talvez por falta de idéias inovadoras ou salvos por falta de opção no momento. Numa situação dessa nos deparamos com um dilema; o que fazer? Manter as coisas como estão, ou arriscar em nome do progresso? Mas como é sabido, progresso sem ordem é como a coluna erguida em solo arenoso e úmido, sem uma base firme. Promover o progresso conciliado a ordem é o que se torna desafiante. Quando fui presidente do Partido Verde em Imbituba enfrentei várias criticas por me posicionar contra a famigerada resex. Os aborrecimentos foram tantos que cheguei ao ponto de sair do partido, pois penso da seguinte forma; devemos "priorizar a prioridade"; explico; devemos dar prioridade ao que mais necessitamos no momento. Imbituba precisa dessa obra para melhorar seu crescimento econômico? Esse prometido aquecimento econômico promovido pelo turismo religioso fará valer a pena o preço a ser pago pela natureza? Caso a resposta seja sim, que toquem o projeto pra frente, caso seja não, manifestem-se e parem com o projeto.
    Com relação ao comentário que diz que isso vem a atender a especulação imobiliária, prefiro nem comentar, pois é o mesmo argumento usado para defender a resex, que prefiro chamar de tiro no pé do PT.
    Grato;
    Alisson Raniere - Imbituba, Nova Brasilia.

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  3. Alisson, o monumento é prescindível à economia da cidade. O turismo religioso é predatório em todos os sentidos.
    A favelização está ocorrendo na periferia e não se movimentou um só tostão para pôr um ponto final nela. Favelização é sinônimo de má qualidade de vida e que reflete negativamente em toda a cidade. São pessoas residindo precariamente, a maioria sem emprego, porque vêm de outras cidades; lugar propício ao tráfico de drogas e aumento da criminalidade. E o turismo religioso fomenta esse tipo de "condomínio".
    Estou apenas citando um dos grandes problemas da cidade, para exemplificar.
    Enquanto isso, já que nenhuma administração tomou providências contra a favelização, somente construindo monumentos religiosos e pedindo: Deus nos proteja!

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  4. Pena, entendo seu ponto de vista e o acho plausível. É fato que nenhuma administração que tivemos em nossa cidade atuou contra a favelização que houve em alguns locais de Imbituba. Porém devem analisar essa questão com base em exemplos já existentes. Posso citar dois somente em nosso estado; Nova Trento (Santa Paulina) e São Luiz (Beata Albertina). Não tenho conhecimento aprofundado para falar sobre o impacto ambiental que o turismo religioso gerou sobre essas comunidades, mas a principio tudo mostra que não houveram danos ao ecosistema local. Não acredito que se esse projeto sair realmente do papel isso vá aquecer a econômia imbitubense de forma grandiosa, talvez pro locatário do restaurante, mas no geral a vida seguirá mesma, sem mudanças visíveis. Creio que após a construção desse monumento, caberá a prefeitura municipal o labor de manter toda área limpa, e evitar construções nas proximidades do local. Vale uma fiscalização cerrada.
    Deixo claro que não estou me posicionando favorável, nem contra, apenas estou expondo minha visão prevendo a conclusão dessa obra.
    Mais uma vez muito grato;
    Alisson Raniere - Imbituba, Nova Brasilia.

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  5. Alisson, se você ainda não leu, dê uma olhada na outra postagem que publiquei sobre esse monumento. Na postagem acima, clique no nome "Santa Paulina" (destacado em azul) que abrirá a postagem a que me refiro. Lá, leia os comentários feitos pelo engenheiro Moacir Freitas da Rosa. Ele apresenta uma opinião técnica sobre o assunto.

    Obrigado mais uma vez por sua participação.

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  6. Eu sou completamente contra este turismo religioso no morro da antena.
    Eu! sinceramente, não entendo onde anda a cabeça de nossos políticos. A depredação do morro vai prejudicar não só a mata atlântica, com vai haver deslizamento prejudicando quem mora na parte de baixo.
    Me parece que não viram o que aconteceu recentemente no Rio de Janeiro, onde morreram varias pessoas.
    É o que vai acontecer aqui, alguns anos atrás ja deslizou uma parte do morro , mais conhecido como morro do pacheco, que na realidade faz parte do morro da antena. destruiu duas casas, Graças a Deus, não houve morte pq foi durante o dia .
    Temos que preservar a mata atlântica. Eu acredito se a Santa fosse consultada iria ser contra, iria querer que este dinheiro que vão gastar com algo tão superficial, como ela fazia iria querer para o bem do povo , um hospital com mais qualidade, pois a mesma vivia cuidando de doentes sem condições. Nosso hospital esta na falência. não temos uma UTI. nem leitos suficientes. Sta Paulina iria agradecer e abençoar muito mais , do que fazer uma obra faraônica que vai beneficiar meia dúzia. E como ja foi citado acima, trazer muitos problemas.
    Acredito que poderiam usar o espaço que ja tem para construir algo bem bonito. e salvar o hospital. Afinal o milagre foi uma cura neste mesmo hospital.
    e vamos deixar o morro para um mirante, que tbm é turístico,
    E vamos nos decidir que que queremos para nossa cidade.
    Se os políticos querem fama com uma estátua de 45 metros de altura. eles façam em outro lugar..
    Nosso povo tem que decidir o que quer.
    Nem todos são católicos. e vamos a luta para salvar o nosso morro da antena.
    A FÉ ESTA DENTRO DE NOSSO CORAÇÃO.
    Repito, Pergunte aquela humilde moça que veio de Trento, o que ela prefere, um hospital funcionando e salvando vidas, ou morro destruindo por VAIDADE.
    É o que penso . e como sei escrever, me desculpe os intelectuais.
    Obrigada
    Marlene kjellin

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  7. Renê Antônio Pires Juniorjaneiro 14, 2010

    Boa noite à todos!!
    Estou feliz pelos comentários contrários há construção do monumento a Sta. Paulina, no Morro da Antena...
    Todos os comentários, são muito importantes e ricos em informação.
    Um dos que mais me chamaram a atenção, foi o da Sra. Marlene Kjelin, onde ela ironiza -
    O Hospital São Camilo, está atravessando uma grave crise financeira, esteve prestes a fechar as portas. E foi neste hospital, onde ocorreu o 1º milagre da Santa. Não seria mais correto, investir no hospital?? Que salva vidas??
    Acho que para salvar o hospital, basta 1/3 dos investimentos do monumento!!
    Renê A. Pires Jr.

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  8. A(o) leitor(a) que escreveu afirmando que o interesse na construção do monumento é "empresarial", comunico que seu comentário não foi publicado porque não atendeu às regras estabelecidas.

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  9. Exitei um pouco, não queria me meter num assunto tão sensivel, mas emfim resolvi dar o meu pitaco.

    O que voces entendem por construção de um monumento eu entendo como de um empreendimento, em que a construção da imagem em homagem a Santa Paulina seria apenas uma parte dele, com existência de muitas e dificieis etapas a serem cumpridas e vencidas.

    Pessoalmente sempre achei este empreendimento meio complicado pelas dificuldades inerentes a sua natureza e viabilização. As complicações começam com a obtenção das licenças em que destaco a Licença Ambiental, viabilidade do empreendimento, etc, etc...

    Acredito tambem haver necessidade de realização de uma Audiência Publica, onde todos os munícipes possam participar e manifestar a sua opinião.

    Tenho minhas duvidas quanto ao custo final do empreedimento. Falaram em R$ 700 mil.
    Esta quantia mal daria para pagamento das primeiras despesas tais como projetos, licenças e instalação do canteiro de obras.

    Falei! Isso é: Escrevi!

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  10. Cândido, a cifra que já ouvi falar é de milhões de reais. E como quase nenhuma obra pública acaba custando o preço orçado, haja dinheiro para esse "empreendimento"!
    Eu ainda sonho com a Lagoa da Bomba como local turístico, pois eu vi aquelas águas transparentes, onde muito pesquei e brinquei quando criança. Para isso não tem dinheiro, mesmo sendo a lagoa tão importante ambientalmente?

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  11. Pena,

    Gostaria de fazer duas correções ortográficas em meu último comentario. Foram erros cometidos devido ao adiantado da hora e ao sono durante a sua elaboração.

    As correções são:

    Onde se lê Exitei, leia-se Hesitei -(homófona correta).
    Onde se lê emfim, leia-se enfim - grafia correta.)

    Obrigado.

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  12. Ao leitor que enviou comentário com a frase "A natureza fala e o gênio humano não a ouve", informo que não o publiquei porque não foi atendida uma das regras para comentar. Leia atentamente as regras descritas logo acima do campo destinado para escrever um "comentário".

    Aguardo novo envio.
    Obrigado por participar.

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  13. Turismo em Imbituba? Se nem o turismo relacionado as nossas belezas naturais funciona imagina o religioso no morro da antena. Fiquei 10 anos fora e quando voltei pra minha cidade encontrei praias sujas, entradas de acesso as praias tranformados em verdadeiros depositos de lixo, má sinalização, canteiros abandonados, uma falta de cuidado em todos os sentidos. Temos um potencial enorme, uma história bonita, belas praias e nossas ilustres baleias... No mais, nada disso é aproveitado adequadamente. Um descaso total. Vejo outras cidades que não tem muito a oferecer e conseguem fazer de uma simpleas atividade, como o artesanato por exemplo, transformar um cidade inteira. Não temos informações turisticas e quando hé são desencontradas. As estradas estão péssimas, os acessos aos locais mais bonitos são descuidados. O que se tem para apreciar é o horizonte, o mar, os morros ainda não tocados, pois onde o homem já chegou tá tudo bagagunçado. Me decepicionei com minha cidade com tanta promessa de crescimento e tenho vergonha de ser Imbitubense. Trouxe amigos de outros paises com a expectativa de mostrar-lhes um pedacinho de terra abeçoado e no fim tivemos que ir embora logo, pois nem opção para diversão, lazer ou comer é oferecido à noite. Que lastima! Acho que só sei reclamar mesmo, porque não vejo mais os pontos positivos de quando saí daqui... E agora vamos enfeitar o morro da antena se nem das praias soubemos cuidar! Chega! Parabéns pelo espaço! Fernando.

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  14. Fernando, é lamentável ler tudo isso que você escreveu e chegar à conclusão que você está certo em quase tudo.

    Obrigado por sua participação e, mesmo não residindo em Imbituba, continue participando deste espaço.

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  15. Gostaria de dizer que amo minha cidade,e me orgulho dela para o comentário anterior.E também sou contra este monumento que para alguns ahaha é um "empreendimento",todos sabemos que tipo de empreendimento é este.Espero profundamente que as licenças ambientais não sejam concedidas,mas como neste país tudo gira em torno do interesse particular de alguns(dinheiro),neste caso não será diferente a obra irá beneficiar poucos e prejudicar muitos,prejudicar muitos porque enquanto este dinheiro poderia estar sendo investido em áreas que realmente precisam de empreendimentos como o hospital São Camilo ou a Lagoa da Bomba.Não, vai conseguir acabar com o pouco que resta da mata atlântica no litoral do Brasil,e devastar o ecossistema presente no morro da antena.Isso não é turismo religioso,isso é turismo predatório!Pois o pior ser que há é o ser humano,frio e calculista que não mede esforços para conquistar seus objetivos e interesses.

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  16. Muito bom esta matéria espero que as cabeças que estão envolvidas neste projeto parem e reflitam. Parem de visar somente o crescimento financeito a ganancia e começem epercerberos verdadeiros valor.

    " pergunto até quando os poucos engravatados ordinarios irão dominar o mundo com suas atitudes egoistas? Ja vieram grandes ondas furacões ja se perderam enormes plantações, e o homem ainda continua a destruir nossos mares , ares e florestas a qualquer momento pode ir tudo por agua abaixo!! "

    " A natureza fala e o gênio humano não ha ouve"

    J Fernando.

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  17. Ao leitor ou leitora que escreveu inúmeras linhas e ao final disse "BLOG QUE NÃO POSTA O QUE RECEBE TÁ VENDIDO", informo que não posto comentários de leitores que não conseguem entender o que está escrito antes da caixa de comentários. Quando você compreender o que ler, certamente eu publicarei seus comentários. É uma pena que você não consegue enxergar quando um meio de comunicação não atende ao que você mesmo deseja. Acredito que suas intenções não visam a apresentar sugestões ou críticas responsáveis. Mesmo assim, obrigado por acessar o blog, pois você deve ter percebido que há várias pessoas aqui que pretendem melhorar a cidade.

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