A paixão acabou...

Aqueles que, no último ano, acompanharam as poucas postagens publicadas neste blog e as muitas nos meus perfis nas redes sociais, sabem que apoiei com muito empenho a criação do partido NOVO. Intensamente, divulguei as ideias defendidas por esta sigla e busquei outras pessoas para se juntarem à grande missão de se formar um partido que defendesse o Liberalismo, haja vista que não existe pelo menos uma sigla funcionando no Brasil que defenda essa filosofia.

Conhecer o NOVO foi uma paixão à primeira vista. Nunca, em nenhum momento de minha vida, dediquei-me a um partido político.
Em conjunto com alguns colegas que apoiavam o NOVO em Imbituba, realizamos um evento no final de 2014, de modo a divulgarmos o partido e suas ideias.
Para esse pequeno grupo de pessoas muito qualificadas e sedentas por um partido diferente, era a esperança de se ter como opção uma agremiação política que realmente defendesse ações necessárias e não populistas para mudar o país. E que já assumia sem medo algumas bandeiras que as demais siglas não possuem coragem de levantar.

Com viés liberal, o NOVO atraiu o interesse de milhões de brasileiros que, a exemplo de mim, viam nascer um partido que pregava o fim do populismo e do paternalismo estatal, um Estado menor, maior liberdade para o indivíduo e para o mercado, defendia a propriedade privada, a meritocracia, serviços públicos eficientes, menor carga tributária e outras ideias como o fim do sistema de cotas, que não considera que todos devam ser tratados igualmente perante à lei.

Infelizmente, o Diretório Nacional passou a apresentar regras e determinações, as quais afugentaram boa parte dos seus apoiadores que estavam à frente dos núcleos políticos que representavam a sigla em vários estados. O núcleo de Florianópolis, por exemplo, onde eu participava, deixou de funcionar. Vários de seus mais atuantes membros afastaram-se do NOVO, decepcionados. Mas lá no fundo da alma, no meio da imensa frustração, creio que ainda subsiste uma pequena porção de esperança que o NOVO, um dia, volte ao caminho que trilhávamos e possibilite realizar o sonho que sonhamos juntos.

Ainda sem registro no Tribunal Superior Eleitoral, cujo processo deverá ser julgado neste mês, o NOVO continua sendo uma das siglas mais curtidas no Facebook (mais de 860 mil; atrás de PSDB e PT), mas possivelmente não participará das eleições em 2016. Ainda que obtivesse a tempo seu registro, o Diretório Nacional não possuía - e não possui - interesse em ter diretórios municipais em cidades pequenas como Imbituba, na primeira fase de atuação do partido. Na minha opinião, estratégia equivocada!

De minha parte, posso dizer que não foi em vão todo meu esforço - inclusive pecuniário - dispendido nesse apoio. Dentro do núcleo de Florianópolis conheci pessoas muito inteligentes e comprometidas com a moralidade na política, que desejam muito ver um Brasil próspero, com liberdade e menor intervenção do Estado na vida do indivíduo.
Em Imbituba, alguns colegas ainda se reúnem por esses mesmos ideais, e produzem um programa de rádio na NBC FM, o Eles e Ela.

É bom deixar claro que me desencantei com o NOVO, mas não com a filosofia do Liberalismo. A paixão acabou; o desejo que me levou a ela, não.

Enquanto eu apoiava o NOVO, até o início deste ano, não havia nenhum interesse meu em concorrer a cargo eletivo. Nos últimos meses, porém, passei a pensar na possibilidade. Mas, sendo obrigatória a filiação, em qual partido filiar-me, se não há nem uma sigla que abrace as ideias liberais com as quais comungo? Se decidir concorrer em 2016, qual opção partidária, então?
Por falta de opções, farei minha opção. Entretanto, fazer essa escolha será angustiante. Contudo, minhas ideias e meus princípios não mudarão em razão dessa escolha, e os levarei para difundi-los na sigla que me acolher.

Friso, porém, que minha decisão por filiação partidária é pessoal e independente, não vinculando qualquer um dos colegas do grupo local acima mencionado.

"De nada adianta a liberdade, se não temos liberdade de errar." (Gandhi)

12 comentários:

  1. Ficarei aguardando para me manifestar sobre escolha e candidatura.

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    1. César, assinei minha filiação ao Partido da República-PR. A candidatura não está definida.

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  2. Caro Sérgio,

    Aquele que possui ideais e que cumpre promessas de campanha merce ser chamado de político. Quem não possui ideais e descumpre promessas de campanha deve ser chamado de politiqueiro.
    No Brasil temos poucos políticos e muitos politiqueiros. Independente do partido que escolheres, tenho certeza que serás um político.

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    1. Obrigado por acreditar na minha conduta como um indivíduo político.

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  3. Como costumava dizer Eugenio Gudin, o pai do liberalismo no Brasil (enviei-lhe há tempos um link que, infelizmente, nao abre mais) „ Brasil, a amante que me traiu“. Quando fez 100 anos ele disse numa entrevista que, em todos aqueles anos de política, a única coisa que mudou no cenário político do brasileiro, foi o nome dos atores.
    Agora, pra encher sua bola, caso persista nessa „intencao suicida“ , mais um link liberalista http://ordemlivre.org/ideias-e-consequencias#.VfNNFJcvtlE

    Mas lembre-se, voce só tem uma vida, nao a desperdice com um caso perdido como o Brasil.
    De qualquer maneira desejo-lhe SUCESSO e BOA SORTE (vai precisar muito!)

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    1. Obrigado! Mas como lhe disse outro dia, se dizem que faltam opções boas na política, por que não se apoia os poucos bons que aparecem ou por que não se incentiva os bons a participarem da política?
      Se eu for candidato, precisarei de muita sorte!

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  4. Bom dia Sérgio. Eu também flertei muito com o NOVO. As ideias, sobretudo sobre a economia, são fantásticas. Liberdades individuais geram ideias, e ideias geram soluções. O NOVO sempre defendeu essas bandeiras, no entanto meu desencanto surgiu pouco antes de em você. Questões como legalização das drogas e aborto são tópicos onde entro em conflito com as ideias no único partido libertário do Brasil.
    Assim como você, tive de optar por outro já que a ideia da social democracia também não me atraia mais. Optei por um partido "normal", com políticos normais e "diferentes". Minha opção foi pela ideologia sob a qual a legenda foi criada, não pelos membros do partido.
    Sou grato ao NOVO e sempre serei, pois foi ele que me levou a questionar mais ainda questões politicas e econômicas, e através dele cheguei ao conservadorismo liberal. Uma rápida pesquisa na web basta para entender essa ideia. Continuo fã, mas me filiar nele, creio que não me interessa mais. O "lance" é usar as ferramentas disponíveis e trabalharmos da melhor maneira possível.
    Abraços.

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    1. O NOVO foi para mim algo espetacular! Não desaconselharei ninguém a se filiar nele. Vá em frente. Vista a camisa como eu vesti. Participe como eu participei. Qualquer um que apoiar o NOVO e se interessar pelo o que ele defende, nunca mais conseguirá defender qualquer bandeira de esquerda. Defender o Liberalismo é preciso; viver não é preciso. Abraço!

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  5. Sérgio,
    Como já adiantei o teu texto reflete as tuas atitudes durante o período no qual participamos juntos do NOVO, fosse muito lúcido nos teus comentários.
    Acompanhei a tua trajetória, incluindo os teus sacrifícios pessoais em prol do projeto e as tuas inquietações em relação a orientações e métodos de gestão do então núcleo catarinense, entre concordâncias e discordâncias que tivemos acredito que prevaleceram as primeiras, destaco a tua coerência durante este percurso.
    A plataforma de atuação do NOVO, sem dúvida, me é bastante simpática, como frisasse dentro do grupo existem pessoas com capacidades técnicas indiscutíveis e agora, pós registro, a adesão de mais membros qualificados poderá tornar o NOVO ainda mais gabaritado para se impor como alternativa no cenário político nacional. Ambos trabalhamos pela construção dessa alternativa quando poucos realmente se dedicaram, por essa razão devemos nos considerar vitoriosos nessa missão e orgulhosos pelo comprometimento.
    Para executar um bom trabalho é precisamos que estejamos confortáveis com a nossa forma atuação e as ferramentas que teremos à disposição, por isso julgo pertinente a tua decisão de optar por participar da política através de outros meios/canais, contanto que sempre mantenhas a tua liberdade e a coragem de enfrentar situações com as quais não concordes. Este perfil me fez respeitar o Sérgio militante do NOVO e me fará sempre admirar o Sérgio representante público.

    Quanto ao NOVO somente o tempo dirá, torço para que se torne um meio de transformação política, que catalise as mudanças necessárias nas quais confiamos ao nos engajar na sua criação, que seja coerente nos momentos nos quais seja necessário confirmar seu desprendimento pelo poder e de capacidade autocrítica.

    Sucesso sempre!

    Grande abraço!

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    1. Nós que vestimos a camisa, sem qualquer retorno financeiro ou privilégio, muito pelo contrário, sabemos o quanto precisamos de um partido que se apresente como algo mesmo diferente. Mas se hoje o NOVO me limita em minha atuação em minha cidade, levarei os princípios junto comigo para atuar através de outra sigla. E boas amizades como a sua, Fernando, foi um dos melhores frutos colhidos antes do NOVO florescer. Valeu, parceiro! Obrigado!

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  6. Tua candidatura sempre foi simpática, embora existam pequenas diferenças que não influem no âmbito municipal, agora tenho que esperar se sai e conhecer um pouco do PR. Quanto ao perder o ganhar não me importo, pois o fato de uma escolha consciente para mim é o suficiente.

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  7. Olá

    Cheguei ao seu site por acaso. Você se informou sobre as transformações que o Fábio Ostermann está fazendo no PSL?
    Acabo de filiar-me. Vamos fazer parte disso!
    Um abraço e que Deus o abençoe.

    Atenciosamente,

    Desirée Peñalba

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