Polícia Civil de SC: saco sem fundo
Neste ano, pouco mais de 400 agentes de polícia devem ser formados e serão integrados, e é preciso bem mais que isso para fazer frente ao número de policiais que deixam a instituição a cada ano, bem como o aumento da demanda de serviço. Isso sem falar na escassez de escrivães, para cujo cargo nem houve concurso no ano passado, não se sabendo qual a mágica que o governo pretende fazer para resolver esse problema.
Se com poucos agentes as atividades operacionais se arrastam ou não são realizadas, sem escrivães os inquéritos policiais ficam parados e as investigações levam muito tempo para serem concluídas, prejudicando sobremaneira a apresentação da denúncia pelo Ministério Público e a consequente condenação dos indiciados. Ou seja, é possível que muitos deixem de ser condenados em razão da prescrição do crime ou se perca ao longo do tempo informações necessárias para essa condenação.
No quadro abaixo, divulgado pelo Sindicato do Policiais Civis de Santa Catarina, pode-se ver como anda o efetivo policial civil em nosso estado, que hoje não deve ter três mil policiais para atender os 295 municípios. Só não está pior porque o governo vem contratando cada vez mais empregados terceirizados para atender e realizar atividades policiais, além de contar com a colaboração de várias prefeituras que deslocam servidores para as delegacias de polícia. O problema é que todos esses servidores passam a trabalhar sem qualquer concurso ou formação. Isso pode provocar não só atendimento precário, como também gerar possíveis ajuizamento de ações por esses contratados, que poderão requerer salários iguais aos dos policiais, já que esses recebem muito mais que aqueles.
Cogita-se que em 2015 o número de desligamentos por aposentadoria deve chegar na casa de mil policiais.
Vamos ver até onde isso vai. E até quando a população suportará.
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