Minha viagem a Machu Picchu

Acredito que a maioria das pessoas gostaria de viajar para conhecer alguns lugares pelo mundo. E eu, dentre os lugares que desejava conhecer, estava Machu Picchu.
A História dos Egípcios, dos Astecas, dos Incas sempre despertaram em mim muita curiosidade, pelo conhecimento extraordinário que eles possuíam à época.

Por ocasião de minhas férias, ensaiei alguns roteiros para uma viagem. Pensei revisitar mais uma vez a charmosa Gramado-RS e a Serra Gaúcha; ou conhecer o litoral do Uruguai.
Mas nem passou pela cabeça viajar ao Peru, até porque servidor público catarinense na minha profissão ganha o pior salário do país, muito embora o governo diga outra coisa à população.
Felizmente, recebi um auxilio-financeiro familiar para as férias, depois que a sugestão de meu amigo de viagem foi aprovada por mim: Machu Picchu!

Preferimos viajar sem contratar agência de viagens e compramos passagem até Lima. Muito caro! Mais barato viajar à Europa.
Para conhecer alguns sítios arqueológicos importantes e chegar a Machu Picchu, Cusco é parada obrigatória. De Lima a Cusco são mil e cem quilômetros e eu não tinha buscado essa informação com antecedência, nem no momento que comprei a passagem a Lima. Marinheiro de primeira viagem dá nisso!
Quando decidi verificar o preço da passagem área a Cusco, fiquei extremamente surpreso: 500 dólares!!! Mesmo preço que pagamos na passagem de São Paulo-Lima, pela LAN.
Decidimos esquecer a internet e tentar comprar a passagem quando chegássemos em São Paulo. Nada mudou. Na mesma empresa aérea, o valor era quase o mesmo.
Tomamos a decisão de viajar assim mesmo e arriscar que em Lima o preço da passagem seria mais barato.
Vamos embora!

Nosso voo era às 19h30 do dia 17 de julho. Chegamos em Lima pouco depois das 23h00 (horário local - duas horas a menos é a diferença do fuso horário em relação a São Paulo-SP).
O voo não teve nenhum problema, mas viajar algumas horas em um avião é terrível. Pior que ônibus, comparando-se o conforto. Será muito confortável, se você puder pagar por uma poltrona na primeira classe.

Minutos antes de iniciar viagem

Já no aeroporto de Lima, fomos até o guichê da LAN para comprar a passagem para Cusco. Mais barato que no Brasil, mas ainda caro: pouco mais de 300 dólares.
No guichê ao lado, da empresa Peruvian, 104 dólares!!! Brincamos com a atendente: esse avião é seguro?
Único problema: o avião partiria somente depois das 6h00 da manhã. Mas o da LAN seria uma hora antes, apenas.
Diante do horário do voo, teríamos que dormir no aeroporto... se conseguíssemos. Até consegui tirar um cochilo.

Tentando descansar no aeroporto de Lima

A noite passou rapidamente e chegou a hora do voo. O avião da Peruvian, apesar do preço baixo da passagem, não era um teco-teco. Mais de cem lugares.
Após sair do chão, o comandante avisou que o voo duraria pouco mais de uma hora.
Consegui dormir um pouco e acordei com a bela paisagem de alguns picos nevados:

Acordar e ver essa imagem foi fantástico!

Comandante avisa que em poucos minutos ocorreria o pouso e que a temperatura em Cusco era de 6º positivos.


A paisagem é quase homogênea; montanhas altas e sem vegetação.
No centro da imagem, um ponto mais escuro, é um povoado.

Chegando em Cusco. Uma cidade praticamente horizontal, com quase 500 mil habitantes.

Ao chegar no aeroporto de Cusco, com um frio de 6º positivos, logo fomos abordados por uma agente de viagem, ao passarmos por algumas agências de turismo dispostas no mesmo corredor de chegada.
Falante e simpática, Francis (a atendente) apresentava os diversos roteiros turísticos e sugeriu o que melhor se adequava aos poucos dias que ficaríamos na região.
Entre hotéis, ônibus, trens e ingressos para os sítios arqueológicos, incluindo Machu Picchu, o custo foi de 405 dólares.
Pagamos e recebemos apenas um recibo. Passagens e ingressos seriam todos entregues posteriormente.
Garantia? A palavra dela. Francis apontava para um quadro na parede e dizia que sua agência era credenciada pelo governo federal. Prometeu nos entregar tudo no hotel, à noite.

Embarcamos em um táxi solicitado por Francis. O automóvel era muito velho. Sobre o painel do carro havia um pepino e uma cenoura. Nem me atrevi a perguntar ao taxista o motivo dos legumes estarem ali.
Dali até o hotel, localizado a uma quadra da Plaza de Armas percorremos uns 10 km, e pagamos três soles (cerca de R$ 2,50). Sim, só isso! E não pense que o preço do combustível por lá é muito mais barato que no Brasil.

Ao chegarmos no hotel, constatamos que ele era bastante simples, mas o quarto possuía uma cama bastante confortável e aquecedor central para o chuveiro. Entretanto, percebi que não havia aquecedor na acomodação. E se de manhã a temperatura estava tão baixa, a noite - pensei eu - seria terrível.
De qualquer forma, aceitamos o hotel, deixamos as malas e fomos conhecer a famosa Plaza de Armas, como também procurar uma casa de câmbio.

Entrada do hotel. Segundo informações, uma construção do século XV.
As paredes externas do quarto possuem mais de 60 cm de espessura, impedindo o frio.

Estávamos desobedecendo a orientação de todos que já foram a Cusco e da nossa própria agente de turismo recém contratada: no primeiro dia, nada de caminhadas. A ordem é descansar e beber chá de coca (o chá é servido em todos os hotéis; assemelha-se ao gosto do chimarrão). Afinal, estávamos a 3.500 metros acima do nível do mar!
Minha desobediência teve consequências já no primeiro dia: falta de ar e dor de cabeça. Só fui melhorar completamente ao final do segundo dia.

Chá de coca. Segundo o guia turístico, a folha da coca possui inúmeras propriedades medicinais comprovadas, tendo efeito eficaz no controle da pressão arterial e cansaço, além de ser indicada para pessoas que sofrem de osteoporose. 

Na noite do primeiro dia, Francis não apareceu com as passagens e ingressos. No sábado (19), pela manhã, partiríamos de ônibus em um tour pelos sítios arqueológicos; se recebêssemos as passagens que compramos... Preocupação! Mas sobre isso falarei no próximo post.

Aproveitamos todo o dia de quinta e sexta para conhecermos um pouco os arredores da cidade e fizemos um pequeno tour em ônibus com vista panorâmica. O guia falava em espanhol e ia comentando sobre cada local que passávamos.
Como há certa semelhança entre a nossa Língua e a deles, é possível, com um certo esforço, entender quase tudo que falam. Falar, entretanto, já não é tão fácil. E como nós brasileiros somos o único povo que fala português nas Américas, enquanto a maioria dos países tem o espanhol como idioma oficial, dificulta a integração cultural entre nós e os demais.
Entretanto, não sei se a colonização espanhola seria mais benéfica para nós.

Este é o primeiro post de uma série que pretendo publicar. Abaixo, algumas fotos dos primeiros dias.

Uma das igrejas que compõem o cenário da Plaza de Armas. Construção da época da chegada dos espanhóis.
Numa das paradas do "city tour", no alto do morro do "Cristo Redentor". Ao fundo, a cidade de Cusco.
O Cristo Redentor de Cusco, com seus 11 metros de altura
Leia a continuação deste post:

-Um pouco de Cusco, antes de rumar para Machu Picchu

Nota: meu objetivo em escrever sobre esta viagem é porque sei que há muitos interessados em visitar Machu Picchu, e os blogs têm sido as melhores fontes de informações. Além disso, a intenção é publicar mais artigos que não possuam vinculação com Imbituba, para diversificar a origem dos leitores.

9 comentários:

  1. Achei interessante a iniciativa de postar a tua experiência pessoal nessa vigem. O primeiro post, rico em detalhes, passa a sensação de estarmos pessoalmente nos locais citados. Estamos aguardando as próximas postagens.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que bom que gostou! Para quem aprecia a História e sítios arqueológicos como o dos Incas, recomendo a viagem a quem puder. Machu Picchu, especialmente, é hoje um destino turístico praticamente universal. E o Peru é um país com uma história rica e muita cultura. Comparando com o nosso país, acredito que o Brasil perde longe nestes quesitos.

      Espero que eu consiga tempo para publicar logo o próximo post. Já a publicação das mais de 400 fotos não será possível. Mas bem que eu queria disponibilizar todas.

      Obrigado por sua visita!

      Excluir
  2. Bela iniciativa, Sérgio. Quando decidi ir ao Peru tive várias dúvidas e um material como este que está disponibilizando seria bastante útil para mim. Cusco é uma cidade muito bonita, com pessoas agradáveis e muitas opções de passeios. Particularmente gostei bastante e voltarei um dia, apesar do clima frio e seco que não sou fã.

    ResponderExcluir
  3. Parabéns Pena,

    Se tornou quase um guia de viagem, aliás este texto costuma a tirar bastante dúvidas de pessoas que planejam viajar sem agência de viagem.

    Tem 2 (dois) lugares na América do Sul que são misteriosos no meu ponto de vista, Machu Picchu e a tal da Ilha de Pascoa.






    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Como eu falei, esse é o objetivo principal ao contar sobre a viagem: auxiliar quem pretende viajar pra lá.
      Atrair novos leitores também está no pacote. rsrs

      A Ilha de Páscoa deve ser mesmo muito interessante! Mas meio longe de tudo. rsrs

      Obrigado por sua visita!


      Excluir
  4. E a próxima será para a Alemanha?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É provável! Por pouco que a viagem do Peru não foi substituída pela Alemanha. Quem sabe um dia eu bato aí na sua porta.

      Estou variando as postagens do blog, como antes, para atrair novos e velhos leitores. rsrsrs

      Obrigado pela visita!

      Excluir
  5. muito bom o seu texto, esclarecedor!

    chegando em Cuzco é fácil encontar hotéis e guias para Machu Picchu?

    Abraço.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Nilton, como contratamos a agente de viagem no aeroporto, isso facilitou nossa viagem. Existem várias agências de viagem no centro de Cusco, assim como hotéis. Mas não esqueça! As passagens para Machu Picchu são limitadas. Se não tivéssemos comprado no aeroporto, com a nossa agente, não conseguiríamos chegar lá. Pretendo postar em abril a continuação desta viagem, e aí os leitores entenderão o porquê de comprar com bastante antecedência os ingressos para um dos lugares mais fantásticos do mundo!

      Excluir

Seu comentário não será exibido imediatamente.

Para você enviar um comentário é necessário ter uma conta do Google.
Ex.: escreva seu comentário, escolha "Conta do Google" e clique em "postar comentário".

Caso você deseje saber se seu comentário foi respondido ou se outros leitores fizeram comentários no mesmo artigo, você poderá receber notificação por email. Para tanto, você deverá estar logado em sua conta e clicar em Inscrever-se por email, logo abaixo da caixa de comentários.

Eu me reservo ao direito de não aceitar ou de excluir parte de comentários que sejam ofensivos, discriminatórios ou cujos teores sejam suspeitos de não apresentar veracidade, ainda que o autor se identifique.

Comentários que não tenham qualquer relação com a postagem não serão publicados.

O comentarista não poderá deletar seu comentário publicado sem que haja justificativa relevante. Caso proceda assim, republicarei o teor deletado.


As regras para comentar neste blog poderão ser alteradas a critério do editor, o qual também poderá deletar qualquer comentário publicado, mediante justificativa relevante, sem prévio comunicado aos leitores/comentaristas.

Você assumirá a responsabilidade pelo teor de seu comentário.
Este espaço é livre e democrático, mas exerça sua liberdade com responsabilidade e bom senso!

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Copyright © 2012 Pena Digital.