Há semelhanças entre as campanhas de 2008 e 2012?

Em outubro de 2008, poucos dias antes das eleições, portanto, o artigo abaixo foi publicado no jornal O Popular, quando lá escrevia e acreditava que um dia ele seria o melhor jornal da região. Hoje, vejo no quê ele se transformou.

Bem, mas o que quero trazer para vocês é o conteúdo do artigo publicado naquela época. Era um relato de como foram as campanhas naquele ano. Leiam e analisem se o artigo continua atual.

“Eleitores que não dormem, esperando a visita do Papai Noel fora de época”

Enfim, chegamos à reta final das eleições. Fofocas, cartas anônimas mentirosas e injuriosas, intrigas, promessas eleitoreiras que se sabe nunca serão cumpridas. Milhares de eleitores exigindo favores pessoais. Perseguições, vinganças e tudo mais que não deveria fazer parte das eleições. Mas isso são as eleições brasileiras.

O povo, que fica quatro anos exigindo políticos competentes e honestos, vota, agora, na maior hipocrisia, em qualquer um, sem saber nada de sua vida política. E dizer que são todos iguais é desculpa para votar em qualquer um, em troca de algum benefício.

Para o eleitor que passou quase quatro anos sem se importar com política, sem querer saber sobre as atividades legislativas municipais, sem se importar com a vida política de cada candidato ou ignorar sua “ficha”, não tem outra opção senão dizer que todos são iguais. E, até você (e)leitor, acaba ficando com a cara de seu candidato. Não reclame, depois.

É um eleitor competente quem escolhe o candidato pela competência que ele tem.

E para quem pensa que tudo já feito para conquistar o seu voto, saiba que são nessas horas derradeiras que os cabos eleitorais estarão soltos, até altas horas da madrugada, visitando aqueles eleitores que não dormem, esperando a visita do Papai Noel fora de época.

Para quem gosta de filmes de ação, as próximas madrugadas serão de caça ao rato, ou caça ao tesouro. Entradas de bairros fiscalizadas, carros escondidos nas encruzilhadas, motocas em disparada, armadilhas preparadas. E lá vamos nós para mais uma eleição. Mais uma confusão. Sim, confusão porque esta eleição, do jeito que está, tem tudo para não acabar no dia 5.

Mas há um ponto positivo nestas eleições. No meu ponto de vista, esta eleição se difere das demais por uma questão: nunca se viu tantas casas com propagandas eleitorais e veículos com adesivos! O povo, ao que parece, tem sentido uma maior liberdade para se manifestar diante da guerra travada entre duas trincheiras políticas. E essa liberdade é altamente positiva, pois demonstra que estamos mesmo vivendo uma democracia. É uma pena, no entanto, que algumas propagandas políticas estejam sendo destruídas, pichadas, rasgadas pelas ações daqueles idiotas que não conseguem viver em uma sociedade livre, mas exigem justiça social.

E por falar em justiça, quero enaltecer aqui o trabalho competente da Justiça Eleitoral local, que, com pulso firme e caneta em punho, não permitiu que os atos e campanhas políticas se tornassem fatos históricos lamentáveis. E, com certeza, essa Justiça não será cega para os fatos ilegais que poderão ocorrer nos próximos dias.

Boa sorte aos candidatos bem-intencionados e muito azar para aqueles que se enveredaram na carreira política objetivando satisfazer o seu próprio ego.

E que se conformem os que não forem eleitos.

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