Ideologias políticas
Por Arrison BerkenbrockA esfera política não deve ser analisada e compreendida como um mero jogo cujo único objetivo é a busca pelo poder. Precisamos entender que a atividade política também está movida por valores, princípios e utopias. Quando falamos nestes ideais que visam organizar os ordenamentos sociais, evidentemente que estamos nos referindo à questão das ideologias políticas.
Na literatura política, o significado do termo ideologia é revestido por inúmeros conceitos, de modo que qualquer tentativa de defini-los pode incorrer no erro do reducionismo. Contudo, no intrincado e múltiplo uso do termo aduzido, podemos destacar duas grandes acepções.
O primeiro sentido é negativo. O principal pensador a usar e abusar desta definição foi Karl Marx. Para o pai do materialismo dialético, ideologias políticas correspondem a um conjunto de falsas ideias utilizadas pela classe economicamente dominante a fim de manter e naturalizar a sua dominação. De acordo com Marx, em seu livro “A ideologia alemã”, a ideologia é um mecanismo que as classes detentoras dos meios de produção utilizam para escamotear os reais fundamentos da sociedade, deste modo garantindo sua situação em detrimento da perpetuação da pobreza e ignorância da classe menos favorecida: “a classe que tem à sua disposição os meios de produção material, dispõe, ao mesmo tempo, dos meios de produção espiritual, o que faz com que a ela sejam submetidas, ao mesmo tempo e em média, as ideias daqueles aos quais faltam os meios de produção espiritual”. (Marx e Engels. A ideologia alemã. 9. ed. São Paulo: Hucitec,1993, p.72).
O segundo sentido é neutro, pois não carrega em sua essência a noção de falsas ideias. Segundo Norberto Bobbio, ideologia política “designa o genus, ou a species diversamente definida, dos sistemas de crenças políticas: um conjunto de ideias e de valores respeitantes à ordem pública e tendo como função orientar os comportamentos políticos coletivos”. (Bobbio. Dicionário de Política. Brasília: Unb, 1995, vol I, p.585).
Como percebemos, em seu sentido neutro, ideologias políticas constituem um conjunto de projetos que objetivam nortear as ações de determinados grupos sociais. Cada grupo ou até mesmo indivíduos possuem uma gama de ideias concernentes à organização da sociedade e do poder. Assim, a arena política é propriamente o locus para o debate entre os vários projetos suscitados dos mais diversos atores sociais.
Analisando as acepções levantadas acima, podemos concluir que as mesmas possuem suas doses de acertos e de erros. Afinal, como diz o dito popular: “cada ponto de vista é à vista de um ponto”. Evidentemente que o primeiro conceito nos alerta da íntima relação entre o poder social e o poder ideológico. Não podemos ser ingênuos a ponto de não acreditar que as elites econômicas utilizam de falsas representações para asseverar seus domínios. Contudo, precisamos acreditar que dentro do universo político há pessoas idôneas, capazes de salvaguardar as mais insignes virtudes. Por isso, não hesito em pronunciar: “precisamos confiar no ser humano!”. Afinal, como dizia Plutarco: “o ser humano não pode deixar de cometer erros; é com os erros, que os homens de bom senso aprendem a sabedoria para o futuro”. Avante!
Na literatura política, o significado do termo ideologia é revestido por inúmeros conceitos, de modo que qualquer tentativa de defini-los pode incorrer no erro do reducionismo. Contudo, no intrincado e múltiplo uso do termo aduzido, podemos destacar duas grandes acepções.
O primeiro sentido é negativo. O principal pensador a usar e abusar desta definição foi Karl Marx. Para o pai do materialismo dialético, ideologias políticas correspondem a um conjunto de falsas ideias utilizadas pela classe economicamente dominante a fim de manter e naturalizar a sua dominação. De acordo com Marx, em seu livro “A ideologia alemã”, a ideologia é um mecanismo que as classes detentoras dos meios de produção utilizam para escamotear os reais fundamentos da sociedade, deste modo garantindo sua situação em detrimento da perpetuação da pobreza e ignorância da classe menos favorecida: “a classe que tem à sua disposição os meios de produção material, dispõe, ao mesmo tempo, dos meios de produção espiritual, o que faz com que a ela sejam submetidas, ao mesmo tempo e em média, as ideias daqueles aos quais faltam os meios de produção espiritual”. (Marx e Engels. A ideologia alemã. 9. ed. São Paulo: Hucitec,1993, p.72).
O segundo sentido é neutro, pois não carrega em sua essência a noção de falsas ideias. Segundo Norberto Bobbio, ideologia política “designa o genus, ou a species diversamente definida, dos sistemas de crenças políticas: um conjunto de ideias e de valores respeitantes à ordem pública e tendo como função orientar os comportamentos políticos coletivos”. (Bobbio. Dicionário de Política. Brasília: Unb, 1995, vol I, p.585).
Como percebemos, em seu sentido neutro, ideologias políticas constituem um conjunto de projetos que objetivam nortear as ações de determinados grupos sociais. Cada grupo ou até mesmo indivíduos possuem uma gama de ideias concernentes à organização da sociedade e do poder. Assim, a arena política é propriamente o locus para o debate entre os vários projetos suscitados dos mais diversos atores sociais.
Analisando as acepções levantadas acima, podemos concluir que as mesmas possuem suas doses de acertos e de erros. Afinal, como diz o dito popular: “cada ponto de vista é à vista de um ponto”. Evidentemente que o primeiro conceito nos alerta da íntima relação entre o poder social e o poder ideológico. Não podemos ser ingênuos a ponto de não acreditar que as elites econômicas utilizam de falsas representações para asseverar seus domínios. Contudo, precisamos acreditar que dentro do universo político há pessoas idôneas, capazes de salvaguardar as mais insignes virtudes. Por isso, não hesito em pronunciar: “precisamos confiar no ser humano!”. Afinal, como dizia Plutarco: “o ser humano não pode deixar de cometer erros; é com os erros, que os homens de bom senso aprendem a sabedoria para o futuro”. Avante!
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