Vereadora Valmira Branco: mulher de coragem!

O título, para muitos, pode ser um exagero, porém, na minha visão política, o fato que vou narrar teve sim um bocado de coragem por parte da vereadora Valmira Branco (PSDB).

Tudo começou na sessão legislativa do dia 27, quando Valmira solicitou ao Presidente da Câmara, Christiano Lopes de Oliveira (DEM), que analisasse "com carinho e urgência" o requerimento que protocolizaria no dia seguinte, solicitanto um assessor, pois era a única vereadora naquele Poder que não possuía assessoria.

Não faz muito tempo, fiz uma crítica em minha coluna jornalística, no sentido de que todo vereador deveria ter um assessor, para melhor prestar seus serviços à população. Ressaltei, evidentemente, que esse assessor tem de ter condições para exercer a função, pois, de outra forma, seria apenas mais um funcionário público ocupando mais um cargo político e, portanto, prescindível.

Bem, a resposta de Christiano a Valmira, diante da solicitação, foi notadamente inusitada. Segundo ele, todos os compromisso políticos ele já havia cumprido com todos os vereadores, inclusive com o vereador Jaison Cardoso (PSDB), atual Secretário Municipal de Infraestrutura, cuja vaga ocupa a vereadora Valmira. Se não ficou esclarecido, leitores, Christiano insinuou que Valmira fosse falar com Jaison, já que seu assessor ainda permanecia na Câmara, embora ele, Jaison, estava licenciado. Para completar, Christiano disse a Valmira que não lhe devia "satisfações" (ou "explicações", não lembro com certeza, leitor). Como estava no fim da sessão e o último a falar era o presidente, Valmira não teve oportunidade de resposta.

Entretanto, na sessão da última segunda-feira, Valmira usou o chamado Grande Expediente para dar a resposta que ficou engasgada desde a semana passada.
Eu esperei que a gravação do áudio da sessão fosse publicada imediatamente no site da Câmara, para poder colocar aqui todo o discurso de Valmira, mas como está atrasada a digulgação por lá, vou ter de esperar um pouco mais. Mas como sei que muitos leitores têm acessado o blog para saber o motivo do título desta postagem, resolvi informar do que se trata.

Gostaria muito que a vereadora encaminhasse para o e-mail do blog todo o discurso feito na sessão, pois para mim será muito mais fácil copiar e colar a ter que transcrevê-lo ouvindo o áudio.

Posso adiantar que as palavras usadas pela vereadora causaram um certo desconforto aos vereadores da situação, pois a réplica discursada atingia um outro vereador da base, e não menos que o presidente da Câmara.

E digo que foi corajosa porque Valmira, ao que tudo indica, não teve medo de possíveis retaliações políticas, num momento em que está se licenciando para assumir o cargo de Diretor Geral da Secretaria de Desenvolvimento Regional, em Laguna.

Será que se fosse um vereador, e não uma vereadora, teria coragem de usar aquelas palavras de ordem? Será que teria coragem para expor feridas que talvez ainda subsistam em decorrência de sua mudança de partido? Será que teria a força necessária para retrucar bradando com tom de polidez, com voz mansa e respeito diante da atitutde tomada pelo presidente da Casa?
Essas mulheres!!! É por essas e outras que eu as invejo!
Valmira estava indignada porque naquele mesmo dia mais dois assessores estavam sendo contratados e, até então, a desculpa para não ter ela um assessor era os números da folha de pagamento dos servidores.

Como resposta a seu discurso, o presidente tentou justificar. Segundo ele, mais dois assessores foram contratados porque um deles era a mãe de um secretário municipal e, como não podiam contratar na prefeitura, em razão da Lei do Nepotismo, contrataram na Câmara(?). Penso que seria melhor se não tivesse falado nada.

E, se não bastasse seu discurso, atingindo colega da base política, Valmira apresentou requerimento no sentido de obter informaçãoes sobre a folha de pagamento da Câmara e um outro requerimento pedindo explicações do porquê que os postos de saúde do município estão deficitários, no que se refere a medicamentos, cujas reclamações da população já se tornaram públicas nas rádios locais. Mas, na Câmara, nem a oposição questionou com tanta veemência.

A saúde é dever essencial dos governos e um direito intocável no contexto cidadania. O que a vereadora ouvirá de explicações para a situação que se encontra os postos eu não sei, mas que a situação, do jeito que está, tenho certeza que não pode continuar.

Leitores, tão logo eu receba da vereadora, ou de quem tenha trascrito seu discurso, ou possa eu transcrevê-lo a partir do site da Câmara, publicarei por aqui.

10 comentários:

  1. A Vereadora Valmira foi o verdadeiro Joaquim Barbosa.......falou o que o povo queria falar....
    mais de 15 cargos comissionados...E pode?
    E o senhor persidente, o que foi aquilo...........
    Respondeu com nepotismo......
    E pode????/
    Pra ele pode, nepostimo crusado...
    É uma vergonha!!!!1

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  2. Pois é, leitor, o que é que vou te falar? Só sei que a reforma administrativa, aumentando os cargos, foi na atual legislatura. E o problema maior, creio eu, não está na quantidade, mas sim na qualidade desses comissionados.
    Penso também que a afirmação do presidente com referência ao nepotismo cruzado é uma questão moral que os vereadores têm de enfrentar.
    O problema mais grave, na minha visão, são os comissionados ocupando cargos de carreira, enquanto pessoas aprovadas no concurso esperam pelas vagas.

    Obrigado por sua participação.

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  3. Gostei da atuação da valmira parabéns... o Cristiano aprovou a Lei sobre nepotismo e mesmo assim colocou o sobrinho Zulmar como Procurador o seu Pai como secretário da fazenda e sua tia como secretária de saúde... Viva Valmira ao menos ela esta fazendo o seu papel porque o Tiago e o Cláudio RX já se venderam em troca de carguinhos (mordaça)

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  4. Leitor, a lei contra o nepotismo foi de autoria do Poder Executivo, após ajuste de conduta com o Ministério Público, sendo aprovada por unanimidade na Câmara.
    Com referência a sua afirmação de que o veredador Christiano "colocou" parentes na prefeitura, não sei se esta seria uma afirmação correta. O procurador Zulmar foi indicado pelo prefeito e, ao que tenho conhecimento, possui muito bom conhecimento jurídico. O pai de Christiano foi indicação do partido Democratas. Este, até onde sei, tem demonstrado competência na Secretaria da Fazenda. No caso de Léa, tia do vereador, esta é vice-prefeita e foi indicada pelo seu partido para gerenciar a pasta da saúde. Se havia outras pessoas mais competentes dentro do partido, caberia ao partido indicar.
    Já a respeito dos vereadores Tiago e Cláudio, ambos possuem somente seus respectivos assessores, e eu não tenho conhecimento de que tenham indicado outros cargos na administração municipal. Se não estão exercendo o "seu papel", como você diz, não é em razão de cargos.

    Obrigado por sua participação.

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  5. Entendi perfeitamente a colocacao do presidente da camara. Cada vereador tem direito a um assessor, mas o vereador Jaison, que esta afastado da camara e deixou a vaga a Valmira, nao deu a sua vaga de assessor a vereadora. Entao, a vereadora Valmira tem sim uma vaga de assessor, porem esta ocupada por alguem indicado pelo Jaison. Por essa razao, a vereadora deve sim procurar o Jaison, que nao esta sendo leal com a vereadora do seu partido. Interessante.. o vereador Jaison nao deu a vaga de assessor a Valmira e o culpado e o presidente da camara... Parabens Christiano.

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  6. Penso que Christiano está certo ao permitir que cada vereador tenha um assessor (com competência para tal), vez que antes não se permitia a todos.
    Entretanto, não tem o vereador Jaison o poder de demitir o assessor que foi indicado por ele. Quem tem poderes para isso é o presidente da câmara, o vereador Christiano. Se o assessor é "acessório" do vereador, saindo este, sai o outro, por bom senso.

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  7. É facil entender que a permanência do assessor do Jaison é um condicionante a permanência da vereadora Valmira na camara. É literalmente o seguinte: O Jaison dá a vaga de vereador a suplente Valmira, desde que ela aceite o assessor indicado pelo Jaison. Ou seja, caso ela não aceite essa condição, ela perde a vaga de vereadora. Só não entende isso quem não quer.
    O presidente admite ou demite de acordo com o acordado com os vereadores, portanto, os vereadores Jaison e Valmira é que devem se entender e definir que deve ocupar a vaga de asessor.

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  8. Leitor, permita-me discordar de seu raciocínio. É evidente que o vereador Jaison gostaria que seu assessor continuasse por lá. Agora, dizer que isso é "condicionante", penso que é um exagero.
    Bem, se há um acordo entre Jaison e Christiano, como você está afirmando, os dois estão agindo de forma ilegal; o primeiro por fazer exigir essa condição; o segundo por aceitar a condição e não demitir o assessor, em detrimento do suplente, no caso, Valmira.
    Recentemente, no Senado Federal, houve determinação do presidente da Mesa Diretora para que os assessores indicados por ex-deputados fossem exonerados, uma vez que se trata de cargos de confiança de assessoramento.
    Entendo que ninguém gostaria de ser vereador sendo assessorado por uma pessoa indicada por outro, pois confiança, na maioria das vezes, não se transmite.
    Além disso, a indignação de Valmira deveu-se ao fato de o presidente sempre alegar que não podia contratar um assessor para ela, por impedimento legal, em razão do comprometimento da folha de pagamento. Entretanto, no dia que ela se despediria da Câmara, havia mais duas novas contratações.

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  9. Acho que todos estão esquecendo a força grosseira que o Presidente da Câmara tratou a Vereadora Valmira, que além de mulher, tem idade para ser sua mãe. Ou será que o poder já subiu para sua cabeça. Mas respeito Presidente!!!!!

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  10. Acredito que o presidente não usou as palavras certas, nem o melhor momento para dizer o que queria.

    Obrigado por sua participação.

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