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Autor: Fernando Wisintainer |
De dois em dois anos elas se manifestam causando estragos e, por vezes, surpresas. No fim das contas o que vale é a contagem de votos. Pesquisas à parte, a voz das urnas é soberana e costumeiramente traz grandes lições aos grupos políticos, condenando conchavos e destronando poderes, até então, ditos constituídos. Em Santa Catarina, mesmo que tardiamente, mais uma vez percebeu-se o sentimento das ruas no recado das urnas.
Atônitos, os observadores políticos tentavam entender como que a candidata da situação aparecia sempre à frente dos demais em solo barriga-verde: ‘onde estão estas pessoas que gritam Dilma?’. Seria um voto constrangido, oculto, envergonhado pelos seus motivos não republicanos, que o justificariam, ou estariam cegos aqueles que não conseguiam enxergar os propagandeados tais "avanços de um governo federal" que, além das mais diversas demonstrações de incompetência e fisiologismo, transformou Santa Catarina num estado pedinte, fomentando o clientelismo, apesar do discurso do atual governador e o seu partido “nem esquerda nem direita”?
"Aécio é fraco, sem carisma, o seu partido não merece confiança." As falas se repetiam e com a chegada do “Meteoro Marina” a opção parecia ter mudado de cor. Seria ela a alternativa viável que os catarinenses desejavam? Não. Independente do crescimento nacional nas pesquisas, a decolagem da terceira via não alcançava grandes altitudes entre os eleitores catarinenses. A pesquisa ainda indicava que o povo optaria por continuidade, apesar da estratégia de confundir do marqueteiro da candidata da situação que entoava “muda mais”.
A última pesquisa antes da eleição indicou, em plano nacional, a reação do candidato originalmente carimbado como a alternativa disponível, porém a percepção das pesquisas em Santa Catarina, teimosamente, ainda mantinha à frente o grupo político da situação, nessa ocasião por dez pontos percentuais (
acesse). Que sina, os catarinenses teriam sido seduzidos pela fala confusa, o programa eleitoral infindável, e estariam anestesiados com tamanha dose de corrupção que se deixariam levar pelo papo do “nunca antes na história desse país...”?
A resposta, felizmente, foi “não”. À medida que os votos que valem iam sendo computados, o recado das urnas tornava-se mais claro, o Brasil se dividia em azul e vermelho e o nosso estado demonstrava o seu lado. Ao fim, mais de 820 mil votos de diferença, 22% dos eleitores catarinenses, indicaram que, mesmo sem uma real alternativa, Santa Catarina fincava sua posição de oposição majoritária ao governo petista. Ainda que a eleição não esteja definida, é, sim, muito confortante saber que em solo catarinense não estamos sós. Aqui, a urna esteve ao nosso lado e ela foi implacável.
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Fernando Wisintainer é empresário do setor turístico, Administrador pela UFSC e Pós Graduado em Gestão da Saúde Pública (pela Escola de Saúde Pública). Apoiador do futuro Partido NOVO em Santa Catarina.)
Espero que no segundo turno a vitória seja maior.Quanto as pesquisas desconheço como é feito o cálculo e não entendo como um candidato que estava com 21 passe para 15 simplesmente com uma pesquisa envolvendo 3.000 pessoas.
ResponderExcluirA pesquisa é apenas um indicativo. Talvez os erros não estejam na metodologia, mas na coleta de dados.
ExcluirPerfeito Sérgio! Sim Cesar, acredito que o grande recado das urnas foi que a maioria da população anseia por mudança, veremos como os votos se comportarão neste segundo turno.
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