"Num país sério, os estupradores da lei eleitoral sairiam algemados do SBT"

Para quem não gosta de Hugo Chávez e de outros ditadores execrados atualmente pela mídia nacional, não vejo como não gostar daqueles e adorar Lula. O ex-presidente demonstrou que deixou o trono, mas não quer perder a majestade. Ainda continua governando o Brasil, articulando em defesa de seus amigos pilantras, a ponto de pressionar um ministro do STF para que adiasse a votação do mensalão.

Li, gostei demais e republico para análise dos leitores o artigo do jornalista Augusto Nunes, sobre a entrevista de Lula no programa do Ratinho. Não havia mesmo outro programa que se identificasse tanto com o ex-presidente. Foi aparecer no lugar certo.
A captura do achacador de juízes do Supremo libertou o atropelador da legislação eleitoral. Nesta quinta-feira, com a cumplicidade militante do apresentador do Programa do Ratinho, Lula deixou em casa o chantagista a serviço da quadrilha do mensalão para incorporar num estúdio do SBT, durante 40 minutos, o animador de palanque a serviço de si próprio e de companheiros do PT. O que se viu na tela foi mais que propaganda eleitoral antecipada. Foi um comício ilegal estrelado por um pecador sem remédio nem limites, permanentemente empenhado em desmoralizar as normas que regem eleições no Brasil.

Na primeira parte da afronta transmitida ao vivo, o protagonista do espetáculo do deboche deixou claro que transforma até câncer em instrumento de caça ao voto. O relato da temporada no hospital foi enfeitado por um fundo musical de teatrão, mensagens açucaradas, cenas do filme “Lula, o Filho do Brasil”, depoimentos lacrimosos e reportagens pautadas pela sabujice. “Ele foi um grande presidente para nós brasileiros, que o adoramos, o amamos”, derramou-se, por exemplo, o ex-jogador Ronaldo. Há poucos anos, o Fenômeno aposentado só achava que “ele  bebe pra caramba”.

Num dos vídeos que escancararam o crime premeditado, a locutora caprichou no fecho glorioso, ilustrado por imagens do herói que acabara de nocautear a doença: “Parecia a fênix renascendo das cinzas. O homem está de volta. E com a corda toda”. Ratinho deu-lhe mais corda ainda: por que a saúde não é tão boa?, quis saber o anfitrião da farra eleitoreira. Por culpa da oposição, garantiu Lula sem ficar ruborizado. Se o imposto do cheque não tivesse acabado, mentiu, os pacientes do Sírio Libanês hoje estariam morrendo de inveja dos fregueses do SUS.

(...)
“Por que você escolheu o Haddad?”, cochichou Ratinho. Close no ex-ministro da Educação, risonho na  fila do gargarejo. “Acho que São Paulo precisa do Haddad”, comunicou o palanque ambulante. Outro close na salvação dos paulistanos. “Vem pra cá, Haddad”, ordenou Ratinho, que retomou o tema que o preocupa enquanto o candidato se ajeitava na poltrona: o que pode fazer um prefeito para melhorar a saúde?

“As coisas que dependem do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma, que é gerar emprego e distribuição de renda, isso está sendo feito”, declamou Haddad. Na maior cidade brasileira, ensinou, a saúde só não é de primeiro mundo porque o prefeito é do PSD e o governador é do PSDB. O padrinho aparteou o afilhado para jurar que nunca antes neste país houve um ministro da Educação tão competente. Quem construiu uma escola por dia é capaz de inaugurar um hospital por mês já no primeiro ano de governo.

Liquidada a questão municipal, começou a sucessão presidencial. Lula será candidato em 2014?, passou a bola Ratinho. “A única hipótese de eu sê candidato é a Dilma não querê se candidatá, eu não vô deixá que um tucano dirija esse país”, devolveu Lula.  “O Zé Serra tá ralado”, chutou Ratinho de bico. Só na prorrogação o apresentador pareceu lembrar que andou lendo alguma coisa sobre Lula e Gilmar Mendes. O que houve mesmo?, perguntou.

(...)
Leia o artigo completo acessando a coluna de Augusto Nunes, na Veja.com.

(foto extraída do portal Terra)

8 comentários:

  1. No Brasil está tudo errado.
    E ainda temos a ilusão que está mudando. Mudando? Onde? Vivemos em país consumista sem rédeas, alias é dado corda para o povo se enforcar. Onde a maioria é surda e cega.
    Se o ex-presidente fosse como um de nós, teria morrido em uma fila a espera de uma vaga na SAÚDE. Nossos hospitais que estão superlotados, e sem o mínimo de consideração dos governantes. Os pacientes morrem nas macas qdo tem uma, outros nem conseguem entrar nos hospitais, que para mim é como fossem cadeias cheios de grades e guardas. Uma vergonha!
    Lei neste país não é respeitada em todas as áreas seja no congresso, na Câmara federal e nas câmaras municipais e na maioria das prefeituras.
    O ex-presidente ser entrevistado pelo Ratinho , não teria programa melhor, considero um programa de palhaçada. O SR Luís Inácio da Silva já teve seu tempo. Fazer comício em um programa de TV, só no Brasil, que a lei tem diversas direções.VERGONHOSO!
    Acho uma vergonha ter quadrilhas montadas no congresso e ainda com direitos de se manter calado.
    Qdo é um Zé da vida vai preso sem direito a nada. Temos cadeias e penitenciarias cheias de Zés.
    Qdo É que o povo Brasileiro vai começar a ver, que nestas mesmas carceragens não temos nenhum deputado , governador, senador, prefeitos ou vereadores que desviam verbas e remédios e não são punidos.
    Podemos ver pelo nosso município, o povo vota sem a menor noção, e depois vai para rádios falarem um amontoado de besteiras. PRIMEIRO VÃO SE POLITIZAR E VOTAR NA QUELE QUE ACHAREM QUE É O MELHOR. Caso contrário! vamos amargar mais 4 anos.
    Temos que saber tudo sobre o que este candidato já fez, ou que pode fazer, ELE tem que ter um passado LIMPO. E se estiver se reelegendo veja o que ele fez de bom para sua cidade, se cumpriu o seu governo como prometeu, ou não deu um pulo e deixou os seus eleitores vendo navios, se fez uma vez vai fazer novamente.
    As leis tem que serem mudadas, as pessoas deixarem de ser omissas por medo ou porque acham de não devem se meter, porque não gostam de POLITICA. Por omissão não podem nem reclamar por um governo mais justo e que cumpra as leis e respeitem o povo.
    QUEREMOS SAÚDE, EDUCAÇÃO E CULTURA COM QUALIDADE.

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    1. Bravo, Marlene!

      Como postei em minha página no Facebook, apesar de toda essa roubalheira no país, menos de 1800 denuncias por corrupçãoo e lavagem de dinheiro chegaram à justiça brasileira! Apenas um terço dos denunciados foram condenados.
      As polícias e ministérios publicos não são tão ávidas em investigar esses crimes, como são em investigações contra cidadaos comuns.

      Para dar exemplo, para demonstrar que querem mesmo diminuir a corrupção no país, poderiam colocar atrás das grades mais um Zé! O Zé Dirceu!

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  2. Pena digital, Sabemos que o ex.presidente Lula não foi ótimo para o país que vinha a tempos sendo governado pelos mais incompetentes governos da nossa história, também sabemos que a presidente Dilma não é ótima, mais 70% dos brasileiros apoiam seu governo. Você lembra do Sarnei, confisco e tudo mais... você lembra do Collor, fechou nossa ICC, Telesc, e outras empresas somente em Imbituba... O FHC continuou com privatizações injustificadas. Enfim... e a veja publicou... a veja! pensei que fosse uma revista de credibilidade... tipo o blog do Pena Digital. Seu blog a cada dia surpreende... parabéns!

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    1. Tadeu, o autor do artigo não analisou o governo de Lula, mas sua atitude ilegal num país que não é sério.

      E eu vou dar a mão à palmatória. No 1º turno das eleições de 89, votei em Brizola. No 2º, em Lula!
      Em 94, perdi novamente com Brizola.
      Em 98, votei em Lula, porque o vice era Brizola.
      Em 2002, votei em Lula, nos dois turnos.
      Em 2006, já decepcionado com o governo que eu ajudei a eleger, votei em Cristovam Buarque, no 1º turno, e em Alckmin, no 2º.
      Em 2010, em Marina e José Serra, respectivamente.

      Hoje, depois de todas as leituras que fiz, não tenho dúvida alguma que Lula não fez outra coisa senão conduzir o bonde que FHC colocou nos trilhos. Mas fez mais que isso. Implantou a corrupção generalizada em seu segundo governo, que se perpetua até hoje. Sorte nossa foi que Lula não se tornou presidente antes de FHC, quando a democracia e a economia eram muito mais frágeis que nos dias atuais. Se isso ocorresse, ainda seríamos o Brasil do futuro de quando nós tínhamos 10 anos de idade.
      Quanto ao governo Dilma, ele é medíocre. O Brasil não é a sexta economia do mundo porque o país está bem, mas porque os países da Europa estão mal. E mesmo assim, em crise, como li ontem, estão com um PIB quase igual ao nosso. Esse é o projeto atual do governo: Brasil Carinhoso e Mentiroso!

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  3. Caro Tadeu;
    Um dos mais "incompetentes" da história foi o principal responsável pela elaboração de um projeto econômico tão criticado pelo PT, enquanto oposição, e em nada alterado durante o período de situação. Ou o PT não tinha um plano de governo e somente de poder ou o projeto econômico alinhavado pelos tucanos é do agrado petista.
    Os frutos auferidos pelo governo petista é também reflexo dos oito anos de administração de FHC, de modo que os 70% dos brasileiros que apoiam a atual gestão, mesmo não tendo consciência, aprovam também medidas políticas e econômicas adotadas por aqueles que você mesmo diz "mais incompetentes governos da nossa história". Cuidado você pode ser um deles.
    No tocante as privatizações acredito que injustificadas eram a permanência de empresas estatais que funcionavam como meros cabides eleitorais, e a ICC não foge à regra.Podemos questionar os métodos pelas quais as empresas estatais foram vendidas, mas não podemos negar que as privatizações promoveram inúmeros benefícios à sociedade brasileira. Aliás, me parece que é justamente essa a leitura feita pelo PT. O PT sempre privatizou! A diferença é que enquanto o PSDB privatizava em nível macro, os petistas privatizavam em nível micro. Dê uma olhada na prefeitura de Ribeirão Preto quando foi administrada pelo PT. Dê uma olhada na prefeitura de Santo André quando governada pelo saudoso Celso Daniel.E o hoje no comando do governo federal, como você interpreta as terceirizações das estradas, dos aeroportos? Não seria a incompetência mútua?

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  4. Muito bem questionado por Soninha Francine, pré-candidata do PPS à prefeitura de São Paulo:

    "Imagine o que o PT faria em outros tempos se o apresentador de um programa popular e o detentor de uma concessão pública (TV…) montassem esse altar para que um ex-presidente abençoasse e cobrisse de glórias o seu candidato. E também fizesse troça com o partido de oposição…

    Imagine Fernando Henrique no programa do Faustão dizendo: “Não podemos deixar que um petista dirija este país”. Os petistas iriam à ONU, à OEA, à Corte de Haia. Centrais sindicais convocariam manifestações de protesto na Avenida Paulista. Contra a cumplicidade das elites, contra a mídia servil, contra o poder imperial dos meios de comunicação…

    E ainda tem gente inteligente, bem informada, honestamente preocupada com o Brasil, que defende a conduta do PT até hoje. Céus, que devoção cega! Que desgosto." (Fonte: Blog do Noblat)

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  5. Arrison e Pena Digital... que bom que estamos vivendo em um país democrático onde todos podemos expressar nossas opiniões.
    Fica a título de conhecimento: Hoje tivemos um almoço no portinho da Vila para encontrar amigos que trabalharam na ICC que a vinte anos atras foi fechada pelo Collor. Eram 513 empregados que de um dia para o outro o governo demitiu. Tinham diretores com cargos políticos sim, mais tinham mais de 500 que realmente trabalhavam, muitos não conseguiram emprego digno do qual foram concursados, muitos tiveram que deixar Imbituba pra ir para os Estados Unidos e países da Europa. Enfim muitos estão voltando... claro que a situação la fora está péssima, mais muitos retornam e estampam a felicidade de retornar ao país. E a vida segue!

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  6. Tadeu;
    Realmente o processo neoliberal no Brasil e tudo o que ele carrega foi de forma abrupta, trazendo consequências nefastas para muitos trabalhadores brasileiros. Isso realmente é questionável. A economia brasileira antes da década de 90 encontrava no Estado a sua principal força motriz, as nossas forças produtivas realmente em muitos segmentos eram incipientes, e de repente(como você bem salientou), o Estado sai de cena e deixa tanto capital quanto trabalho brasileiros á merce de um modelo econômico na qual não estávamos preparados. Quem sabia competir naquela época se o Estado além de produtor era um dos principais consumidores?
    Questiono o procedimento, um tanto quanto repentino e por vezes subserviente, mas reconheço que houve avanços e que o Estado não pode ser a principal força econômica.

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